Porongos Papagaia
A Enfermeira E O
Comandante
"Versos Em
Quadras De Rimas
Em Redondilha Maior" R: 202545 |
Papagaia
O Poema
“A Enfermeira
e o
Comandante” "Quadras De
Rimas Livres
Em Redondilha Maior"
R:202545 |
Pronto Falta Apenas: Correções ortográficas
e estéticas e nada mais |
Papagaia
“A Enfermeira
e
o
Comandante” Ode À Maria Francisca "Quadras De
Rimas Livres
Em Redondilha Maior"
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Papagaia Ode Em Poesias
“A Enfermeira
e o
Comandante” Textos: Cilo Meirelles
Ilustração: - Sem Ilustração
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Prefácio Maria Francisca (Papagaia) é uma
personagem controversa da Revolução Farroupilha, acusada por alguns
historiadores, de culpada pelo "relaxamento" de
Canabarro, na noite de 14 de novembro 1844, quando ocorreu a "Surpresa" em
Porongos, desencadeada por Moringue (Chico Pedro). Há relatos que a descrevem como uma mulher
infiel, que tem um caso com Canabarro, que culmina, exatamente na noite da
"Tocaia", em Porongos. Para escritores apaixonados pelo tema, e
atentos à trama que se desenrola com as negociações de paz, a questão do
massacre desencadeado pelos Imperiais permeia entre a "índole
sanguinária" de Moringue, a "traição de carater escravagista"
de Canabarro, e a "sagacidade" do Barão De Caxias (depois Duque). Entre os historiadores mais rigorosos em busca da
verdade, comprometidos em revelar o
que realmente ocorreu, a história é sempre descrita em textos técnicos e com
rigor profissional. E, a Revolução, ou Guerra Farroupilha - dependendo
do autor, por exemplo, o professor e historiador
Tau Golin a descreve como uma disputa entre as elites, campeira Gaúcha - sem o apoio popular - e a e a Elite imperial, e segundos dados históricos (em
conversa pessoal), descreve fortes indícios que levam à evidências da traição
de Canabarro!!!. Este, aparece conivente com o Barão De Caxias, preparando o
terreno para a cilada de Moringue sobre Porongos na noite de 14 de novembro
de 1844. Uma boa parte dos Acadêmicos, apontam que, não há
certezas, porque, por outro lado, jogam com a possibilidade de Canabarro ter
sido ludibriado pelo então Barão De Caxias e suas promessa de um tratado de paz de igual para igual: um
desejo obstinado de Canabarro para Glorificar-se no final. Desejo do qual, o
experimentado chacal de guerra Barão De Caxias tirou proveito. Maria
Francisca, aqui, quando não é totalmente esquecida, é lembrada em
pequenas passagens, e isenta de culpas. Alguns autores nos revelam que,
Maria Francisca é uma enfermeira Farroupilha, que se incorpora às fileiras
Farrapas e auxilia seu marido o médico João Duarte a dar assistência e a
socorrer os feridos das batalhas, mas param por aí. É difícil se colher dados mais
descritivos sobre ela, porque os documentos que ficaram nos servem estes dados em doses homeopáticas
e, quase sempre repetitivos. Mas sabe-se que era uma jovem ativa, bonita e
muito atraente. Outros nos contam que, em uma saída
do médico João Duarte para buscar materiais e remédios para a farmácia do Exército Farrapo, que demoraria dias de
viagem, Maria Francisca acaba se envolvendo com Canabarro e começa um caso
com o Comandante, que culmina na noite da tragédia.
O que a história não relata, entre tantas coisas que
deixa de nos servir sobre a personagem, é a importância de Maria Francisca como
enfermeira de guerra e assistente do médico João Duarte. Eram prestadores de
primeiros socorros, e assistência médica para os feridos dos combates
Farroupilha contra o Império. Entretanto, quando não ridicularizados, são
apenas descritos como um médico e uma enfermeira. Não há como saber quando
começaram a participar da revolução, e por quanto tempo estiveram com os
Farrapos. Não Se Sabe Se Convocados, se voluntários, se contratados, ou
se militantes da causa farrapa... Se estas informações existem, não estão ao alcance dos leitores,
ou não tive a sorte de chegar até a elas. Há casos que escritores, por exemplo,
Moacir Flores em rápida passagem, descreve uma vivandeira, ou mucama amante
de Canabarro, que o a companha na guerra. Outros a descrevem como uma mulher
se ocupando de prestar os serviços de uma prostituta, a qual, laça para si o
Comandante. E outros, na tentativa de inocentar o Comandante, até mesmo a
fantasiam, nas entre linhas, como uma Dalila Bíblica “entretendo” Canabarro para enfraquecê-lo em sua vigilância, para
que, o Exército Farrapo possa ser pego de surpresa e vencido pelos
Imperiais. Aí fica subtendido que, Canabarro é um pobre mártir qual o Sansão bíblico. Há Também quem
lamente o infortúnio de Comandante em ter caído enfeitiçado de amores por ela
(descrevendo como uma casualidade entre os dois), pois se assim não tivesse acontecido, não teria afrouxado a guarda e
Moringue não teria pego a tropa de surpresa e a dizimado.
No entanto, embora
Maria Francisca viajasse em carretas, ou carroções, ou mesmo carruagem o
produto que ela e seu marido ofereciam, segundo alguns relatos, não
eram viveres comuns para o dia a dia como alimentos e vestuários, eram
medicamentos e procedimentos de pronto socorros. O que se sabe de Maria Francisca e seu marido é muito pouco, mas
entende-se que, ela como esposa do médico Farroupilha, tinha lugar
privilegiado entre as mulheres da campanha Farrapa. O
médico seu marido, às vezes aparece como Catarinense, mas na verdade era um
Carioca, que possuía um papagaio de estimação, que emprestou o apelido à
Maria Francisca; "Papagaia". Ela, Maria Francisca, uma jovem de Santo
Antônio Da Patrulha, que já conhecia o Comandante Canabarro desde a sua
adolescência, quando mudou-se para Taquarí. Ele então já militar de seus 30 anos,
que lutara nas guerras das Cisplatinas. Segundo alguns textos, nestes tempos, houve um eventual flerte
entre os dois. Entre estes dados, existe um
apontamento da Historiadora Elma Santana que, em um breve texto a apresenta
com outras mulheres Farrapas - as qualidades de Maria Francisca e sua
importância na guerra, são indagadas, enquanto pela historiadora é
lamentada a falta de dados mais descritivos sobre a vida da personagem
histórica. E, denotando admiração pela personagem, além de se perguntar sobre
sua vida, suas angustias, lhe descreve como uma jovem morena, linda, atraente e muito sensual. Há Relatos que a descrevem como uma linda e
encantadora jovem ao gosto da época. O que se pode dizer, é que, nenhum
depoente da época, ou historiador - mesmo a depreciando moralmente e
acusando-a de traidora – e é preciso que se diga, a traidora aqui transcende
a condição de esposa, e ganha conotação de traidora da causa farroupilha -
quando a descrevem, nem de longe ousam negar sua beleza.
Introdução O Poema, que aqui
se desenrola, é literatura com reflexo na história e, em personagens históricos
e, além de primar pela simplicidade, insiste que, toda a palavra se inicie
com Letra Maiúscula e, se reserva sempre que puder, no direito de
descrever os personagens com seus próprios nomes, condição, ou profissão que
exerceram. Descreve de inicio, a
enfermeira em menina, quando conheceu o guerreiro Canabarro e, segue no
ambiente de guerra nos dias que, antecede - durante - e após o "desastre"
em Porongos. Pode-se dizer que seria uma combinação de
história, interpretação, projeção e ficção. Por falta de maiores descrições
históricas sobre a personagem - orienta-se por parcos dados recolhidos
de historiadores e depoentes da época e aos poucos vai bordando e colorindo fantasias e com isto dando
conotação humana: todas as suas forças e fraquezas e, mesquinharias,
grandezas, covardias, heroísmos, romances traições e martírios que historia nos confere em suas passagens de vernis,
quando se trata de descrever a psicologia popular humana nestes caos
ambientais. Por isso é que ambienta a personagem e todos os demais
personagens que a cercam, em projeções subjetivas e a descreve com seus contemporâneos
em seu mais provável comportamento, como mulher bela ativa e enfermeira
de guerra que foi, e pela escolha que fez. Reproduz os dias que se passam em
Porongos, o trabalho, o cotidiano, os rituais e o drama e de uma linda e
Jovem Mulher. Seus amigos, as relações entre eles. As campanhas Farroupilhas
onde ela encontra-se entre a solidão (marido distante em viagem), os apelos
biológicos da fêmea que ela está sujeita e é, e claro, um galanteador
incansável encantado por ela. O sofrimento, a luta, a resistência moral
arreigada em si mesma, exigida pela influência cultural do início de uma
época Vitoriana, carregada de puritanismo e preconceitos machistas e
religiosos e, as contradições com os prováveis conceitos iluministas e
libertários que assolavam à época (que
certamente se não lia, ouvia, pensava, comentava e julgava). Questões que
assolavam o ocidente no século XVIII e
XIX e, que certamente, ainda que oralmente, chegavam a ela e a seu marido, o médico João Duarte. Na Verdade O Poema é
uma alegoria, um romance literário em torno de relações de pessoas históricas
que, a história por não ter dados mais aprofundados para nos oferecer, apenas
nos oferece quadros reduzidos e isolados e não consegue nos trazer o
personagem em todas as suas nuances . Então,
temos que conhecer o ambiente através da literatura e desenvolver um enredo
dentro daquilo mais provável que possa ter acontecido e, projetar um
personagem lá no fundo do tempo e da história para que possamos vê-lo
interagindo com os demais personagens históricos que os cercavam, e claro,
por se tratar de interpretação sobre uma personagem da qual restaram poucos
dados, podemos dar asas a imaginação e desenvolver uma personagem dentro de
um mundo que, por certo foi riquíssimo
em detalhes. É preciso
deixar claro que, por falta de maiores dados, é preciso ter um certo
conhecimento de como as pessoas viviam e como atuavam nos exércitos no começo
do século XIX e, para as projeções tornarem-se coerentes, são
rigorosamente engastadas ao desenvolvimento de uma pintura poética da personagem e seu mundo a partir destes parcos
dados históricos. Aqui trata-se de romance literário em torno
de relações de pessoas históricas que, a história que, por princípio tem seu
foco por atacado nas questões políticas, econômicas e sociais e, os
condutores protagonistas dessas questões, preterindo as questões no varejo:
os figurantes e vítimas delas, quanto a subjetividade e particularidade
humana, isso pela imensa dificuldade que o historiador teria. Então
temos falta de dados mais
aprofundados, e apenas nos oferece quadros reduzidos e incompletos. Então
temos que desenvolver um enredo dentro daquilo mais provável que possa ter
acontecido, e cá do futuro refletindo alegrias, tristezas, sofrimentos,
derrotas, vitórias projetar os personagens no passado para que possamos vê-los
interagindo com aquele mundo de então. |
Sumário Taquari – 1829 - Nos
Campos ----------------010 Porongos – 1844 (15 Anos Depois) -
Nos Campos II-----------018 O Comandante - Capítulo
I--------------------027 A Mulher - Capítulo II -------------------------032 A Musa E Dandara -
Capítulo III -----------036 Nobreza - Capitulo IV--------------------------045 Vivandeiras - Capítulo
V-----------------------049 As Chinas - Capítulo
VI ----------------------058 As Negras -
Capítulo VII-----------------------065 Os Chacais - Capítulo
VIII--------------------072 Papagaia - Capítulo
IX ------------------------085 Dona - Capítulo
X-------------------------------090 O Enlace - Capitulo XI-------------------------096 A Emboscada - Capitulo XII-----------------103 Boatos - Capitulo
XIII -------------------------109 A Batalha - Capitulo
XIV----------------------114
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A Batalha II - Capitulo
XV --------------------138 Confissões - Capítulo XVI
---------------------149
Desterro - Capítulo XVII ----------------------157 Dandara e
Mãe Andira (A Paixão) - Capítulo XVIII
--------------------163 O Regresso - Capítulo XIX -------------------173 O Banho - Capítulo XX
------------------------184 Dandara E Gabão - Capítulo XXI
----------192 A Noite Das Lobas "Capítulo em homenagens a os índios
Guaranis, e aos descentes de Charruas, Haraxanes, Tápes e Minuanos que lutaram na guerra". Capítulo XXII -----------------------------------200 A Ordem - Capítulo
XXIII--------------------215 Dispersão - Capítulo
XXIV -------------------219
Bomani
Em Busca Da Serra Das Encantadas Capítulo – XXV-----------------------------------228 Zangas – Capítulo XXVI ----------------------250
O Resgate XXVII
----------------------------264 A Estrada - Capítulo ------------------270
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Taquari
1829 Nos Campos 1 - Numa Manhã De Outubro: Ao Florescer Da Natureza, Sob Um Céu Azul Turquesa: Brilha Um Sol Imenso E Rubro. . 02 - A Primavera Acalanta, Cheira A Mel De Manduris, No Vale Do Taquari A Barra Do Dia Encanta . 03- Toda A Luminosidade, Um Dia Ribeiro E Manso, Nas Encostas, Nos Remansos, A Luz Brilhando À Vontade. 04- Nas Correntezas Serenas, Peixes Transparecem N’Águas, Cristalinas Sob As Tábuas, Das Lavadeiras Morenas. 05- Nas Barrancas As Verbenas, Figueiras, Barbas De Paus, Revoos De Bacuraus, Rebentos De Açucenas.
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06- E A Visão Linda E Precisa: Beija-Flor Pólen Transplanta Polinizando As Plantas Que Balançam Com A Brisa 07- E Uma Menina N’Aragem Qual Luz Do Sol Nas Searas: De Que Lonjuras Chegaras De Qual Sonho, Qual Paisagem? 08- Qual Beleza Lhe Provera De Onde Vieram Tais Encantos? Que Ela Brilha Pelos Campos Aos Ventos Da Primavera! 09- O Vale Se Estende Em Flores: Azuis, Rosas, Amarelas, Vermelhas, Violetas, Belas... Pintando Cenas Pra Amores. 10- A Passarada Em Alento Trina O Canto Redobrando. A Estação Inspirando Casais, Ninhos E Rebentos. 11- Pintassilgos E Saíras, Canários E Sabiás. Os Cardeais, As Batuíras* Na Alvorada A Cantar: 12- Uma Aura De Magias A Protege Em Seu Elã, Em Passeios Nas Manhãs Pintando A Barra Dos Dias! 13- Densa Nos Amanheceres É Parte Da Natureza, Que Lhe Oferece Belezas, Pra Ela Ouvir, Sentir E Ver:
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14- Grilos, Besouros, Abelhas... Borboletas Revoando, Rãs E Cigarras Cantando, Flores Se Abrindo Às Mancheias. 15- Leve, Solta E Casual, Sua Alma E Sua Essência Somando-se Às Florescências No Serenar Matinal. 16- Impulsos Do Sentimento: A Natureza É A Guisa, Buscando Aromas Nas Brisas, E As Caricias Dos Ventos. 17- Mesmo As Rosetas Verdinhas Acolchoando Todo O Pasto Pra Ela Dar Cada Passo Pisando Em Gramas Fofinhas * Rosetas Não Maduras: Sem Espinhos. 18- Raios Do Sol A Guiando, Altiva, Que Os Pés Pequenos, Sequer Marcam O Sereno, Vão Descalços Levitando. 19- Volta Pra Casa A Pequena, Quando Um Oficial À Esperá-la, Que Não Se Cansa De Olhá-la, Seu Silêncio Chora Em Penas: 20- Devaneios, Alma Às Tontas: É Um Herói “Das Cisplatinas,”* Que Afeiçoou-se Da Menina E Ela Sequer Se Deu Conta. *Guerras na Bacia do Prata, envolvendo Brasil,
Argentina e Uruguai, no começo do século XIX.
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21- Tenta Se Fazer Notar, Mas Passa Despercebido. Pra Cada Dia Vencido, Espera Outro A Sonhar. 22- Foi Então Que Aconteceu, E Pode Dar-lhe Uma Flor, E Falar Do Seu Amor, Mas Ela Não O Entendeu. 23- Volta Pra Casa A Pensar: Por Que Uma Flor Apanhada... Se É Tão Linda Na Ramada... E Segue A Se Perguntar: 24- Como Pode Alguém Amar Quando Em Nome Desse Amor Decepa Logo Uma Flor Pra Tal Amor Confessar? 25- Os Dias Seguem Assim Uma Flor, Sempre Uma Flor: Que Ela Pede: - Por Favor, Não Colhas Flores Por Mim! 26- Mas Com Dó Ela As Pegava, E As Levava Consigo, Em Socorro Dando Abrigo, Em Um Cântaro As Regava. 27- Ele Por Não Compreender, Numa Cegueira De Amor, Em Buquê As Arranjou, Mas Provou Maior Sofrer. 28- Do Que Ouviu Daquela Voz, Doçura Em Sua Inocência, Pureza Na Adolescência, Foi Uma Verdade Atroz: |
28- Não Ceifes Flores Por Mim, Não As Ceifes Por Ninguém, Se É Que As Queres Bem, Não As Sacrifiques Assim... 30- Não As Laces Em Buquês, Deixa As Flores Em Seus Ramos, Colorindo, Perfumando, Pelo Encanto De Viver! 31- Cabisbaixo, Taciturno, Ele Põe As Mãos Pra Trás, Chuta Pedras Ao Andar, Cai Em Seu Mundo Soturno. 32- Ela Então Sente A Fragrância, Flores Enfermas Sofrendo Em Buquê As Socorrendo, Revela-se Em Sua Infância: 33 - Em Casa Buscando Alentos Põe-nas Salvas Em
Misturas: Mel, Limão, Água E Ternura, Pra Viverem Por Mais Tempo: 34- *Uma Colher Do primeiro* Dez Gotinhas Do Segundo Uma Jarra Do Terceiro* E O Quarto, O Que Houver No Mundo. 35- O Militar A Esperou..., Mas Ela Não Mais Viera. Ao Nascer Da Primavera, O Seu Passeio Acabou, 36- Passam-se Os Dias, Os Ventos, A Rua Ficou Mais Triste, Mas A Donzela Persiste A Não Voltar Dar Alentos.
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.37- Um Dia Chega Ao Lugar. Um Médico Aventureiro: Jovem Do Rio De Janeiro, Parou, Gostou, Quis Ficar. 38- Cedinho, Lendo O Jornal, Corre Os Olhos Na Janela, E Vê Na Rua A Donzela, Encantadora E
Casual 39- Que Pros Campos Regressava, Estonteante Na Manhã. Nos Portões Olhares Fãs E Que Ela Sequer Notava. 40- Moçoila Altiva E Radiante: Uma Flor Inda Em Botão, Que Flechou O Coração Daquele Jovem Viajante. 41- Não Perdeu Um Só Segundo, Abordou A Mesmo Ali, Falou Lhe Olhando A Sorrir: -Que Flor Mais Linda Do Mundo! 42- “-De Que Reino Tu
Chegaste, De Que Paraíso Fugiste, Que Meu Coração Vive Triste E Com Magia Alegrastes!!! 43- Ela Então Se Surpreendeu: Em Seus Olhos Marejando: Diamante Em Gotas Brilhando, E Ele Logo A Socorreu: 44- “-Pra Onde Tu Queres Ir...!!! Me Ensina O Lugar Que Vou...!!! Sem Pensar Ela O Levou Logo Se Pondo A Sorrir |
45- Se Perderam Nas Lonjuras, Ao Encontro De Si Mesmos, Na Paisagem Vão A Esmo, Voando Em Sonhos, Ternuras... 46- Os Topes Se Desprenderam, Paixão Repentina E Louca, Bate O Coração Na Boca, Os Olhares Se Entenderam. 47- E Passearam Pelos Campos. Cada Flor Que Ela Mostrava, À Mesma Ele A Comparava, E Se Entregaram Aos Encantos. 48- As Amoras Perfumando, Pousam Aves Cantadeiras, Fragrâncias Das Cerejeiras, Os Sabiás Redobrando. 49- Flertaram, Se Enamoraram, Mais E Mais Se Conheceram, Em Paixões Se Acasalaram. E Unidos Permaneceram. |
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Porongos 1844 (15 Anos Depois) Nos Campos II 01- Raios De Aurora Em Novembro, Um Sol Nascente Aproado, Semeia Raios Dourados, E O Dia Vai Se Estendendo. 02- No Fundo Ergue-se Um Cerro, No Pé Do Cerro A Ravina, E Na Ravina Um Arroio, De Águas Doces, Cristalinas. 03- É Porongos No Horizonte, Ante A Planura Da Pampa, Na Imensidão Se Levanta Entre Relevos E Fontes. 04- Uma Penumbra Pairando: Fumaças No Acampamento, Fogo De Chão Ao Relento, O Mate Amargo Rodando. |
05- Silêncio E Pensamentos Entre Causos E Lembranças. A Cuia Recua, Avança, Qual Numa Roda Do Tempo. 06- Palavras Trazem À Vida, Batalhas, Amigos Mortos, Entre Os Dias Turvos, Tortos Esperanças Revividas. 07- Nas Mãos A Cuia Reiuna,* Água Em Cascata Aquecendo, Borbulha A Erva Caúna.* Gomo De Bambu* Sorvendo. * De Feitio Artesanal. * Erva nativa do Rio Grande e de gosto muito amargo,
usada em épocas de escassez da erva
mate.. * Nos Tempos Antigos
os nativos sorviam o mate se utilizando de canudos de bambus, ou
taquaras. 08- Lança Escorada Na Tenda, No Bichará* Enrolada, As Garroneiras* Calçadas, Esfoladas Das Contendas. * Poncho de lã batida, forte e grosso, que servia de coberta, vestuário
contra o frio e escudo enrolado a um dos braços enquanto com o outro, o
guerreiro manejava a lança. * Botas Artesanal De
Garrão De Potros. 09- A Cavalhada Arrebol,* Pastando A Grama Molhada, Do Orvalho Gotejada Primeiros Raios De Sol. *A hora em que o Sol
esta surgindo.
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10- Cantatas De Seriemas, As Tarrãns, Os Quero-Queros, Chimango Rondando Perto, Ao Longe Um Bando De Emas. 11- Sobre Os Campos Verdejantes, As Cigarras, As Libélulas. É O Pampa Em Aquarelas, Tunas, Pedras Salpicantes. 12- E Uma Dama Na Paisagem, Porte Anunciando Nobreza, Deusa Trigueira Em Belezas, Na Alvorada Qual Miragem. 13- Deslumbrando O Arraial Na Luz Da Barra Do Dia. No Horizonte A Fantasia Em Frente O Arco Do Sol. 14- Qual Quem Vem De Outro Tempo, De Outro Mundo Distante, Desabrochada, Estonteante, Na Primavera Em Rebentos. 15- Aquela Magia De Eventos Em Sublime Alegoria, Se Repete Dia A Dia, Toda Vez De Acampamento. 16- No Ar Há Campos De Forças Em Seu Passeio Matinal, Entre Ela E O Mundo Real, Que Impede O Cerco Da Corça: 17- Planando Livre Em Passeios, É A Loucura Em Um Sonho. Cisma De Um Mundo Estranho, Solto Em Seus Próprios Freios. |
18- A Brisa Lhe Faz Carícias Ondulando Seus Cabelos. Seu Perfume Em Apelos Cruza As Manhãs Em Delícias. 19- Buscando Auroras Nas Brumas, Pisando Os Campos Grisalhos, Os Seus Pezinhos No Orvalho, Afagam Gramas Quais Plumas. 20- A Silhueta Em Belas Curvas; De Perfil, Ou De Frontal Faz Sedução No Arraial Extasiando
As Vistas Turvas 21- Em Seu Peito Dois
Relevos, Ressaltam-se Empinados, Lindos Num Xale Encantado, Morena Entornando
Enlevos. 22- É De Dar Água Na Boca: Cerejas Estão Maduras, As Pitangas São Pinturas, Ondas Em Fragrâncias Loucas. 23- Olhar Grandioso Que Vê Com Desprendido Denodo, Um Mundo Igual Para Todos: Meiguices De Seu Querer. 24- Pulsares Nos Corações, Chispas De Luz Nos Olhares. No Silêncio Os Cantares, Das Mais Contidas Paixões. 25- Faz Pausa O Acampamento: Todos Os Olhos Pra Ela. Brilhando A Imagem Dela, . Regressa Aos Seus Aposentos. |
26- Daqueles Olhos Guerreiros Deixa Os Corações Em Chamas Segue O Caminho Das Gramas Entre Os Arbustos Campeiros 27- A Tecedeira Em Fios Plenos, Na Trilha Em Que Ela Passeia, Teceu-lhe Uma Linda Teia, Salpicada De Sereno. 28- Regressa E Cruza A
Cortina E Some Em Sua Casamata. Dobra O Surucuá Na Mata, Trila No Arbusto A Cravina. 29- Dependências Preparadas Com Distinção E Beleza, Fazendo Par À Princesa, Que Nela Tem Sua Morada. 30- Formigas Correm Na Senda, Cigarras Põe-se A Cantá-la, Um Grilo Vem Cortejá-la. Nas Dobraduras Da Tenda. 31- Quando Noite, Os Pirilampos Revoam Dando-lhe Festas, Um Urutau Num Lamento Encanta lhe Na Floresta. 32- Chuvas De Estrelas Cadentes, Contrastando Com O Luar, Que Entre Halos Reluzentes, Se Refletem Em Seu Olhar). 33- E Agora, Manhã Dourada, Céu Azul Dia Brilhante, Vem Dos Campos Verdejantes, E Em Seu Passeio Fez Cruzada. |
34- Com A Cena Um Alto Oficial Embriagou-se Apaixonado. Na Manhã Levanta O Sol Contemplando O Arrebatado. 35- Ironias Do Destino, Que Ressurgiu Do Passado: Cego Amor Obstinado Recaído Em Desatinos. 36- Cabisbaixo Nestas Horas, As Duas Mãos Para Trás, Chuta Moitas Ao Andar,* Perdido Em Si Campo A Fora. 37- Levanta Um Ar ‘Enuviante’, Vem Do Grande Regimento, Que Acampou Por Breve Tempo. São Guerreiros Andejantes. 38- Entre Aqueles Que Ali Estão, Há Regozijos E Queixas Raivas, Esperanças, Deixas. Do Comandante Em Razão: 39- Que Já Não Diz, Já Não Pensa, Já Não Ouve Conselheiros, Segue Alheio A Seus Guerreiros, E Os Relatórios Dispensa. 40- Com A Paz Vive Sonhando, À Espera Que Ela Virá. Muitos Creem A Sonhar, Outros Não Acreditando: 41- Se Previnem Como Podem, Se Arranjando Atrás Das Lanças: Bichará* Contrabalança, Mesmo Sem Comando E Ordens.
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42- Avisos De Batedores: No Encalço Um Tigre Espreitando, E O Comandante Sonhando Em Versos Divagadores. 43- Promove O Relaxamento: Vira Um Arauto Da Paz, No Adverso Contumaz, Do Mais Sombrio Contra Tempo. 44- Vem Avisos, Vem Relatos, Por Menores Detalhados, Os Riscos Interpretados, Deixando Bem Claro Os Fatos. 45- Não Há Como Haver Queixas, Não Há Lugar Pra Desculpas, Sobram Arrogâncias, Deixas, Entre Suspeitas E Culpas. 46- São Valores, Sentimentos, E Penhores À Honrar: Questões Ecoam No Tempo, Questões Haverão De Ecoar...!!! Fim Do Episódio |
Porongos Papagaia O Poema
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O Comandante Capítulo I 1- Vai E Vem No Acampamento, Gente Chegando E Saindo, Oficiais Se Evadindo, Batedores Regressando. 2- Trazem Noticias Precisas Do Inimigo No Fronte, À Uma Linha De Horizonte, Em Temerária Divisa. 03- Sobram Avisos De Agentes, Prevenindo O Comandante, Que Então Se Faz De Importante Com Postura Indiferente. 04- Os Imperiais Se Acercando Audaciosos Em Arroubos, E O Maioral Dá De Ombros: Pouco Estava Se Importando. 05- Exibiando Temperança: Rente E Seguro Consigo, Que Não Haveria Perigo, Que Na Paz Tinha Confiança. 06- E Por Isso As Incertezas: Entre Bizarro E Retido, Mostrava-se Convencido, Em Toda Sua Natureza.
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07- Olhos Brancos Pros Sinais, Ouvidos Moucos Pra Avisos, Sonhando Com O Paraíso, Quer Cruzar Os Seus Umbrais. 08- Estufando O Peito Grita, Interpretando Um Gigante, Com Ares De Arrogante, Aponta, Decreta E Dita. 09- Ergue A Espada N’Amplidão, Solta O Aquiles Contido, Dizendo-se Ser Temido, Pelos Imperiais Do Barão: 10- O Grande Inimigo À Vista, Que Veio A Mando Do Império: Semeador De Cemitérios, Com Glórias De “O Pacifista”. 11- Declara Ardências, Desejos, Exibindo Independência. Diz-se Em Plena Consciência: Prudente, Atento E Sobejo. 12- No Exercício Da Conquista: É O Patrão Do Pedaço, Que Quem Sente Mesmo O Abraço, É O Inimigo Quando O Avista; 13- Quando Denotam Seu Halo, Batem Dentes, Tremem Ossos, Obrigados A Enfrentá-lo: Ajoelham, Rezam Pai Nossos. 14- Por Paixão, Ou Bom Ator, Foi Se Portando Doente, Qual Quem Febril E Demente, Embriagado De Amor. |
15- A Soldadesca Incauta O Guardavam Na Visão, Qual Chefe Dos Argonautas, Compondo O Próprio Jasão. 16- Mas Pra Outros Em Desdém: É Um Zorrilho Na Restinga, Dizendo:- "O Lobo Não Vem, Se Sentir Minha Catinga"! 17- Traduzindo
Sua Sentença: Citando Que Os
Imperiais: “Aqui Não Chegam Jamais Se Sentirem Minha Presença”! 18- Alguns Que O Conhecem Bem, Não Se Iludem Com A Vista: Sabem Que Há Um Querer Bem Do Mulherengo Em Conquista. 19- Rodeios De Aduladores Ouvindo Seus Pensamentos, Os Evasivos Qual Vento, Os Concordinos Penhores: 20- E Os Implantados "Amigos": Enxeridos E Espiões, Pra Discórdias, Anotações: Relatórios Pro Inimigo.·. 21- Explorando O Regimento, Trazem Os Imperiais A Par Do Que Se Passa Ali Dentro. 22- Estes Se Levantam Cedo, Estendem-Lhe A Mão “Amiga”. Conspiram Fazem Intrigas, Descobrem Os Seus Segredos.
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23- Ouvem Seus Sentimentos, Elogiam Sua Ciência, A Sua Santa Inocência: Falam Em Desarmamentos! 24- Servem-se Do Seu Café, Sorvem Do Seu Chimarrão, Partilham Da Sua Fé, Se Alimentam Do Seu Pão. 25- Profetas Dos Desenganos, Em Pensamentos Secretos, Folheiam Os Seus Projetos, Desbaratam Os Seus Planos, 26- Há Perguntas E Opiniões, Se Os Espiões O Usaram, Ou Se Usou Os Espiões,* Pra Chegar Onde Chegaram. * Em 1842 o Barão de
Caxias, além de trazer 12 mil homens para a guerra dos Farrapos e logística
para conquistar o povo que já estava na miséria, foi incumbido de
infiltrar espiões e semeadores de discórdias entre os farroupilhas. Sua
Primeiras missões, foram; fortalecer a guarda de Rio Grande, guarnecer as
fronteiras e impedir os Farrapos de alcançar, tanto por terra, quanto por
mar, o Uruguai e a Argentina.
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A Mulher Capítulo II 01- Entre Arrojos E Bravuras, Há Mulheres Circulando, Vários Trabalhos Prestando, Jovens Buscando Aventuras. 02- Entre Elas Uma Desbanca: Morena De Pelos Longos, Pose Angulada Nos Ombros, E Onduladas Nas Ancas. 03- Sentada, Ela Só Beleza, Magias Quando Levanta, Teiniaguá De Salamanca,* Em Seu Porte De Princesa: * Lenda Gaúcha sobre uma Encantadora Princesa Moura de Salamanca, Espanha, que fugiu
para o sul da América e se refugiou em uma caverna no Cerro Do Jarau em
Quaraí – RS. 04-É A Dama
Das Paisagens Dos
Passeios Matinais, Dos
Sonhos Em Espirais, Que
Regressou Das Miragens.
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05- Agora... Está A Trabalho, As Mãos Talhadas Pra Lida: Pra Sintomas E Feridas Conhece Todos Os Atalhos 06- Rainha Em Contradição, Em Destinos E Legados: Lutando Contra Um Reinado Faz Do Socorro A Razão. 07- Aroma Que Se Prolonga Semeando Campos De Aral Andar De Corça Real, Leveza Nas Pernas Longas. 08- Ela Tem Missão Pontual, E Tem As Mãos Requintadas, Mimos De Fada Abençoada, Nos Bolsos Do Avental. 09- Pois É Ela A Mãe De Todos, Mãos De Asas De Borboletas, Bálsamos Em Sua Maleta, Sempre Em Pronto Socorro. 10- Não Há Homem Que Não Pare Pra Ver Os Seus Movimentos, Que Não Caia Em Sentimentos Buscando Trocas De Olhares. 11- Do Raso Ao Soberano, Tratando De Igual Pra Igual Sua Essência De Floral, Prende Mansos E Tiranos. 12- Simples Naturalidade, Nada Que Seja Intenção, Faz Parte De Sua Razão Ser Feliz Muito À Vontade.
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13- Deitar Feminilidade, Cada Lugar E Momento, Trabalha Em Atendimentos, Soberana Em Liberdade. 14- Sedução Pela Inocência, Por Não Saber O Valor, Da Atmosfera De Amor, Que Semeia Em Sua Essência...??? 15- Ou Da Vaidade Faz Ermo: Esquecendo Que É Estonteante Porque Pra Ela O Importante É Medicar Todos Os Enfermos...???
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A Musa E Dandara Capítulo III 01-...E O Comandante Imperando, Com Seus Repentes "Sagazes", Ordenando Os Capatazes, Vai Mandando E Desmandando. 02- Pras Fêmeas Uma Visão, Qual Chuva De Maus Conselhos; Lhes Punha A Tremer Os Joelhos Um Macho Alfa Leão. 03- Mas Pra Bela Enfermeira, De Trigueira Formosura, Não Passa De Um Ser Exótico Querendo Bancar Mão Dura. 4- De Menina O Conhecia: Aristocrata Mimado, Que Um Dia Miou Por Ela, Mais Que Gatinho Apartado. 05- E O Comandante Exortado: “Os Impériais
Cumprirão, E Os Negros
Libertarão, Pra Consumar O Tratado”.
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06- O Barão Lhe Impõe Um Prazo Pra Paz Ganhar Evidências, Passa À Corte A Competência: Se Libertos, Ou Se Escravos. 07- Enviam Um Emissário,* Com Planos A Viagem Faz, Lavras Pra Trazer A Paz* Em Documentos Necessários. * Da Fontoura é incumbido com a missão de negociar a liberdade dos
lanceiros na capital do Império – Rio De Janeiro. * -A liberdade dos Lanceiros Negros que está fora da alçada Do
Barão Caxias. 08- As Armas Desmuniciadas* Ordens Pra Infantes Farrapos, Pra Que A Paz Se Torne Fato, Qual Do Barão Reclamada...!!! * Acadêmicos recentes alegam que,
o ataque foi tão violento que não deu tempo para nada, e os infantes ficaram
totalmente expostos aos Imperiais. Então vieram s lanceiros pra socorrê-los.
Pois eram armas rudimentares que precisavam de várias etapas para ser
carregadas: A) Despejar a pólvora no cano. B) Socar uma bucha de trapos
usando uma vareta. C) Soltar o projétil dentro do
cano D) Socar o projétil, também com uma bucha de trapos. E) Instalar a espoleta, fazer
pontaria e só depois atirar. 09- A Esperança Vem A Ser, Pros Lanceiros Um Concílio: Rancho Com Mulher E Filhos, Chão Pra Plantar E Colher. 10- Uma Vista Luminosa, Um Sonho Livre E Preciso, Vislumbre Do Paraiso, Pra Alma Guerreira Honrosa,
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11- Qual Miragem De Um Tesouro, Enquanto Cruzam As Noites: Visões De Troncos E Açoites Prenúncios De Maus Agouros: 12- Presságios, Pressentimentos, As Mariposas Sombrias, As Corujas Em Lamentos, Bacuraus Em Agonias. 13- Sentimentos, Pesadelos. Perigos Rondam Defronte, Há Sombras No Horizonte De Arrepiar Da Pele Ao Pelo. 14- E O Comandante Encantado, Entre Relvas, Sombras, Fontes, Meditando Apaixonado, Pela Enfermeira Do Fronte. 15- Grudava Onde Ela Estava, Se Saia, A Perseguia, Fez Dela, Sua Estrela Guia, Em Sonhos A Procurava. 16- E Rechaçando Os Avisos, E Alertas De Seus Soldados: Que Os Imperiais Se Acercavam, Qual Quem Tem Golpe Marcado. 17- Se Exibindo Em Segurança, Não Quis Ouvir Os Indícios, Nem Antever O Armistício, No Barão Pondo Esperanças. 18 – O Pensamento Em Sua Musa, Miragem De Arrebatado...! Se Diz Guerreiro Dobrado.; Discursos, Frases Difusas:
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19- Grita: - Que O Zorro Não Venha: Fareja Cachorro Brabo, Conhece O Mato Em Que Lenha, Está Só Mordendo O Rabo...! 20 - E Estufa O Peito Se Apruma, Quer A Musa De Seus Sonhos: Que Dos Arroubos Bisonhos, Longe Plana Qual As
Plumas: 21 - Andeja Compenetrada Pensando Em Lutas, Feridos, Dando Vazão Aos Sentidos, Não Percebe A Pataquada. 22- Junto, A Menina Dandara, Um Luar Em Negro Véu, Qual Arco-íris No Céu, Em Uma Noite Estrelada. 23- Que A Musa Sorrindo A Leva, Vai Lhe Falando Dos Campos, Que Em Novembro É Um Encanto, Está Madura A Primavera. 24- Tulipa Negra Em Botão, Seu Riso Tudo Ilumina, Doçura De Uma Menina, Inocência Na Emoção. 25- Negras Íris Reluzentes, Brancas Escleras Brilhantes, Pérola Negra Estonteante, Contra A Brancura Dos Dentes. 26- Elas Seguem Pelos Campos, Que Pra Vê-las Pousam Em Bandos: |
27- Príncipes, Melros,
Cardeais Trinca-Ferros, Tecelões Caminheiros E Sanhaços Arapaçus E Azulões: 28- Uma Sonata Pra Elas Que As Fadas Da Natureza Oferecem Às Princesas Em Graça A Visita Delas. 29- Em Seus Cabelos Besouros Dourados Fazendo Lumes. Afagam Flores Com O Rosto. As Tocam , Sentem O Perfume, 30- Ibiscos E Samambaias, Salvias, Tálias E Pavônias... Petúnias, Palmas, Bromélias Íris, Antúrios, Begônias...!! 31- Tudo É Fascinação, Que Em Suas Mentes Se Elenca, Entre Lírios E Avencas, Sopram Dentes-De-Leão 32- A Trilha É Qual Um Novelo, Não Há Luz Que Não Revele O Sol Que Toca Na Pele, A Brisa Que Afaga Os Pelos. 33- Que O Campo Está Um Encanto: Pétalas Se Abrem Aos Olhos, Rebentam Lírios Aos Molhos, O Céu Azul É Um Manto. 34- Entre Essências E Belezas: Das Águas Vêm As Iaras, Pra Ver A Musa E Dandara Escutar A Natureza.
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35- Dos Campos A Mãe Do Ouro Chega-se Toda Encantada: Pra Ver A Musa E Dandara Falando Com Seus Tesouros. 36- E A Musa Segue Sonhando Encantada Com A Vida, Mas Lembra Às Malhas Da Lida, A Guerra A Está Esperando...
37- Não Dá Asas À Tristeza, Nem Se Abate Pras Lembranças Então Cultiva A Esperança Recolhe-se Em Sua Nobreza. 38- Na Palma De Sua Mão, Uma Borboleta Atraída, Pousa E Trocam Olhares, Encantadas Com A Vida. 39- Dandara A Afaga, E Ela, Mantèm-se Ali Bem Quietinha, Adorando A Ternurinha, Depois Voa Mais Que Bela. 40- A Menina, Pés Descalços Faz Lembrar A Sua Infância. Riem-se, Comentam A Relva, Pássaros E Florescências. 41- As Trancinhas, A Bandana, Que A Própria Musa Lhe Fez, Pra Realçar A Altivez, Da Princesinha Africana. 42- Que Aparecia Em Sua Tenda, Quando Menos A Esperava, E Junto A Acompanhava, Muito Curiosa, Em Sua Senda. |
43- Roubada De Muito Além De Uma Fazenda Inimiga, Elas Fizeram-se Amigas, Com Prendas Pra Querer Bem. 44- Lado A Lado, O Mundo À Frente, Dandara É A Protegida, Coisa Mais Linda Da Vida, A Menina Adolescente. 45- As Duas Vão Deslizando No Campo De Arbustos Baixos, Madeixas Em Tranças, Cachos.... E Os Olhos Brilham, Sonhando. 46- Capins Bandeiras Pendoados, Gramas De Pontas, Lancetas... E Os Maracujás Do Campo Com Suas Flores Violetas. 47- Em Reverencia A Seus Pés, Lindos, E Que Os Deuses Sabem. De Volta Pro Acampamento, As Gramas Altas Se Abrem.* 48- E As Folhagens Se Dão Conta, Que As Duas Estão Passando, E Vão As Acariciando, Com Verdes Macias Pontas, 49- Os Pássaros Já Sem Medo, Em Seus Ombros Vêm Pousando, Seus Cantares Redobrando, Depois Voam Pro Arvoredo. 50- Chegando Ao Acampamento, A Musa Então Se Transforma, É A Enfermeira Na Forma, Pra Todo E Qualquer Momento.
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51- Arde A Pequena Fogueira Na Barraca Bem À Frente, Na Espera Tem Água Quente, Borbulhando Na Chaleira. 52- Ervas Colhida A Dedo: Quem Tem Bom Gosto Requer, Pra Toda Cura Que Vier, Confortos E Outros Segredos. 53- Adentra E Prepara Chás Pra Linda Dandara E Ela, As Duas Fadas Mais Belas, Naquele Mundo A Vagar. 54- A Primeira, Uma Menina: Uma Flor Abotoando. A Segunda Aflorando O Apogeu De Sua Sina: 55- De Mulher Encantadora, Que Não Sabe Por Que Encanta, De Sol E Lua Se Emanta, Linda E De Alma Acolhedora. |
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Nobreza
01- Falar Sério Com Os Homens; Não Tinha A Mulher Direito: A Enfermeira Transcendia: Lograva Atento Respeito. 02- Por Sentirem-se Agredidos, E Por Acha-la Insolente; Houve Então Os Ressentidos, Entre Eles Os Resistentes. 03- Por Machismo E Preconceito: Com Abusos Pra Ofender, Mas Só Até Quando A Deusa, Chegasse Pra Socorrer. 04- Desabafos De Despeitos: Hipócritas Rejeitados: Desejosos De Atenção Não Podiam Ser Notados. 05- A Não Ser Quando Feridos Cortes, Balas, Estilhaços... De Suas Mãos Tinham Carinhos, E O Amparo De Seus Braços: |
06- A Chamavam De Socorro: Com Espanto E Respeito, E Com Urgência Adoravam As Magias De Seus Feitos. 07- O Nome Dela: Maria A Flor Daquele Deserto, Vista De Longe Ou De Perto, O Ser Mais Lindo Que Havia. 08- E Então Maria Francisca: Elevando A Intimidade: Contenção E Liberdade, Qual Passo Em Danças Mouriscas. 09- E Havia Fêmeas E Manhas, Entre O Exército Farrapo, Chinas De Índios Guapos, Lado A Lado Na Campanha. 10- Morenas Mouras De Espanha, Mestiças E Portuguesas, A Feminina Beleza, Motivando As Façanhas. 11- As Belas Índias Charruas, As Lindas Negras Nagôs*, Todas De Belezas Cruas, E Francisca Não Destoou. *Etnia Afro com origem na Nigéria oriundos da nação Ioruba. 12- Sabia Sentir-se Igual, E Qual Nobreza De Berço,* Prontamente Era Servida, E A Cortejavam De Cerco. 13- Sobrancelhas, Cílios Longos, Olhos Sampakus Brilhantes; Grandes, Lindos, Sublimados, Íris Negras Ofuscantes. |
14- Olhar De Mulher Guerreira, Leveza De Águia Pampiana, Luz Deslumbrante Em Belezas, Pra Encantar Reis E Cueranas*. * -De Cuera, ou Quera, Índio destemido,
sem paradeiro, geralmente com o ofício itinerante de domador nas fazendas. 15- Quando Em Menina Passeando, O Comandante A Conheceu, Nunca Mais A Esqueceu, De Amores Viveu Sonhando. 16- José Martin*, O Seu Nome, Desde Sua Adolescência: Foi Guerreiro Em Sua Essência, Guerreando Se Parou Homem. *Davi José Martin: Adotou o nome Canabarro De uma família aristocrática portuguesa. Aos 15 Anos De Idade Foi Servir Nas Guerras Da Cisplatina, no
lugar de seu irmão mais velho, porque este era fundamental no manejo do gado
na fazenda de seu pai em Taquari.
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Vivandeiras Capitulo V 01- Na Longa Trilha Da Guerra, Nos Passos Lentos Do Tempo, Chuva Fria, Veloz Vento, E Toda A Sorte Que Encerra. 02- Aquele Acampado Exército,
que seguiram Os Farrapos ao longo de dez anos na guerra. 03- Mulheres Em Aventuras, 04- Naquele Mundo Errante, Que Tudo Valia Ouro, |
05- Os Mortos Quando Inimigos, 06- E Os Sentimentos Vertiam: Novatas:
Temores, Nojos Moldadas:
Trabalho Rijo: Pioneiras:
Se Divertiam: 07- Mantas, Lenços Suspensórios, Presilhas E Cinturões, Calças, Camisas, Bonés 08- Tecidos Pra Acampamentos, Palas E Cobertores, Tudo Que Era Utilitário, 09- Os Metais Pras Oficinas: Materiais Pra Procissão: Ganchos, Tripés Pra Fogão, E Óleos Pras Lamparinas. 10- Cambonas, Cuias Pro Mate, Pra Cozinha, Os Condimentos, Cereais Pra Encher As Tulhas, Charque E Outros Alimentos,
12- Cavalos Com Os Arreios, |
13- Elas Se Associavam A Homens, Nos Espólios Mais Pesados, Se Ali Não Era Preciso, Vendiam Em Outro Mercado. 14- Mantimentos Do Inimigo, Ataques, Saques De Assaltos, Desde O Mar Ao Rio Uruguai, E Da Campanha Ao Planalto. 15- Pro Sustento Da Logística, Todo O Espólio Ali Se Encerra, Pra Quem Se Encontra Na Guerra. 16- Madeiras, Serra, Ponteiros, Martelos, Bradais, Punções, Arcos, Puas E Formões, Para As Mãos Do Carpinteiro. 17- Couro Cru, Couro Sovado Bom Cutelo Aparador A Mordaça* E O Macete Pro Guasqueiro Trançador 18- Linhas, Tentos, Couro Inteiro O Sovelo, O Marcador, , , Pé De Ferro, Vazador Pro Atelier Do Sapateiro 19- Carvão Pra Forja,
Bigorna, Troques, Grosa, Aparador, Ferros, Marro*, Tenaz, Cravos, Pro Ofício Do Ferrador. 20- E Os Asseios Dos Guerreiros, Pentes, Tesouras, Toalhas, E O Bom Manejo Da Navalha, Na Cadeira Do Barbeiro. |
21- No Passo Dos Bois Cangueiros
, Os Lenheiros Vão Chegando, E As Cargas Descarregando, Pra Alimentar Os Braseiros. 22- Agueiros Com Burros Mansos, Pipas D’Águas Respingando, Vão Com
Baldes Transpassando, Pros Barris Sobre Descansos. 23- Pouca Coisa Ali Faltava, Naquele Mundo Volante, Preciso Em Qualquer Instante, No Feitio De Quem Guerreava. 24- Na Pampa Em Curvas E Retas, Uma Cidade Em Movimento, Levantes E Acampamentos, Tudo Andejando Em Carretas 25- No Feitio Improvisado, Quando A Hora Era Chegada, Prestando A Tropa Acampada, Os Trabalhos Precisados. 26- Quando A Chuva Acossava, Com O Minuano Uivando, Numa Revessa Abrigando, Sob Choças Trabalhavam. 27- É O Mundo Das Vivandeiras, Com Seus Homens E Ajudantes, Naquela Vida Itinerante: Nômade Nação Guerreira. 28- Moringas, Tachos, Barris, Pra Armazenar Alimentos, Folhas De Adagas, Facões, Pra Luta A Qualquer Momento. |
29- Dedais Para As Costureiras Teares Pras Tecelãs, Rocas Paras As Fiandeiras, Fios De Algodão E De Lã. 30- Tudo Que Os Rivais Deixavam, 31- No Embate Não Têm Escolha, Nem Há Leis Pra Se Valer, Em Confronto Com O Inimigo, Ou É Viver, Ou Viver. 32- Francisca Requisitada, Entre Todas Vivandeiras, Sublimava A Divisão, Daquelas Damas Guerreiras. 33- Não Guerreiras No Embate, Mas Em Sustentação A Ele, Com Trabalhos, Mantimentos, E Todo Tipo De Afazeres. 34- Cozinhas E Padarias, Tudo No Feitio Volante, Lavadeiras, Costureiras, Os Ateliês, As Estantes. 35- E Os Longos Dias De Agruras, De Frio, De Fome, De Sede, De Andaços, Chagas E Febres, Serpenteando Nas Planuras. 36- Pois Nem Tudo É A Bonança, Há Também Os Sofrimentos, Alternâncias De Momentos, Ao Tempo Que A Guerra Avança. |
37- A Pé, Cavalos, Carretas, Acordam Aqui E Dormem Lá, Se Esquivando Do Inimigo, Por Todo Lado A Cercar. 38- Mães, Irmãs, Esposas, Filhas: Da Tropa, Muitos Guerreiros, Se Não Uma, Tinha A Outra, Contornando O Tempo Inteiro. 39- Muitas Delas Continentes, Mesmo À Ordem Contumaz, Prum Relaxamento Estranho, Porque Chegaria A Paz. 40- Amigas De Convivências, 41- Moças Solteiras E Livres, 42- Entre Intrigas E Ciúmes, Falas, Brigas, Gritos, Sustos, Damas De Amor Por Graça, De Baixo E De Médio Custo. 43- E Outras Privilegiadas. Protegidas De Oficiais, Entre Todas, As Mais Caras, Pros Amores Eventuais. 44- E As Meninas Recatadas, Protegidas Pelas Mães, Crescendo Em Meio Aos Combates, Por Micas De Abrigo E Pães. |
45- E Os Meninos Que Cresceram, Presenciando Escaramuças, Que Entre Lutas Aprenderam, A Sina Que A Guerra Aguça. 46- Parteiras E Mães De Leite, Curandeiras E Mães De Santo, A Mãe Preta Benzedeira, Pra Mau Olhado E Quebranto. 47- Cozinheiras, Costureiras Rumo À Aurora Redentora, Vidas Desafiadoras, Mulheres Aventureiras. 48- Negras, Brancas, Se Ajudavam Das Chinas Tinham Favores Por Conhecerem Valores Nas Paisagens Que As Cercavam 49- Se Misturavam Pras Festas, Guerreiros E Vivandeiras, Comemorando Vitórias, Ou Então Folgas Guerreiras. 50- E Havia Divertimentos, Pois Que Ninguém É De Ferro, Nas Várzeas As Carreiradas: Era Só Soltar O Berro. 51- Jogo Da Lança Em Distâncias, Em Arremessos Montados, Alvos Móveis, Ou Parados, Em Treinos Pra Toda Instância. 52- Jogo Do Talho Pra Adagas, Bichará No Braço Exposto, Pealos Nas Mãos Dos Potros, Com As Boleadeiras Alçadas. |
53- O Doze Braças Volteia, Rodando No Céu Da Pampa, Na Armada Laçando As Guampas, E Defendendo As Orelhas. 54- Jogo Do Osso E De Argola, Ferradura E Carteado, E A Proteção Sentinela, Pra Cantoria E Bailados. 55- E O Missionário Farrapo Com Suas Missas Crioulas: Verdades, Sermões E Fábulas E Rogos Pro Povo Guapo. 56- Se Acantonavam Em Sombras, De Figueiras Ou Revessas, E As Noites Eram De Festas, Com Namoros Na Penumbra. 57- Então Os Tempos Mudaram, Milhares De Imperiais, A República Invadiram, Em Proporções Desiguais. 58- Coisa De Dez Imperiais, Pra Cada Um Republicano,* Foi Preciso Alerta Máximo, No Oriente
Americano.* 59- E Sobre Eles, O Barão, Com Seu Engodo Sagaz , Insinuando Ao Comandante, Trégua, Gloria, História E Paz. *Os Farroupilhas do Comandante Zé
Martin contavam apenas com 1.200 soldados! *Por estes tempos O Barão tinha
chegado no Rio Grande Do Sul com um exército de cerca de 12.000 homens.
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* Em tempos anteriores às
Guerras Cisplatinas , o Rio Grande e o Uruguai, Santa
Catarina e o Paraná faziam parte da Banda Oriental Da América Do Sul com
jurisdição em Assunção - hoje Paraguai - Capital do Vice Reino Do
Prata.. Durante a Guerra Farroupilha, o Rio Grande era chamado de Banda
Oriental. Ainda hoje alguns Poetas Gaúchos se referem A Os Pagos do Sul como:“Pagos Da
Banda Oriental”.
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As Chinas Capitulo VI 01- Nos Ciclos Das Estações, Fases Da Lua E Dos Ventos, Do Sol, De Estrelas, Do Tempo, Chuvas De Inverno E Verões. 02- Pele Morena Que Sua, O Rosto Brilhando Encantos, Na Invernia Em Seus Mantos, E No Calor Quase Nuas. 03- Com Seus Bravos Companheiros, As Chinas Com Mãos De Arte, Recriando Toda A Sorte, Pra Tal Mundo Aventureiro. 04- Com Domadores -Lanceiros, Índios Campeiros, Pampeanos, Laçadores E Vaqueanos, E Os Guaranis Missioneiros. 05- Quando Acampada A Tropa, Nos Verões , Banhos Nas Fontes, E Ao Pé Do Fogo, No Inverno, Aconchegos, Rodas Quentes. |
06- Eram As Chinas Da Terra, Naquela Vida Aragana, Almas Tápes, Guaranís, Charruas E Minuanas. 07- Nativas, Lindas, Trigueiras, Filhas Da Lua Sonhando Nos Verões Em Brincadeiras Passam Os Dias Se Banhando. 08- Livres Em Seus Pensamentos, Atitudes, E Falar, E Para Acasalamentos, Com Quem Mais Lhes Agradar: 09- Só Pela Graça De Amar, Para Atender Seus Desejos, Pela Vontade De Abraçar, Trocar Carinhos E Beijos. 10- A Cultura É Que Era Assim, Não Havia Mal-Olhado, Nem Preconceitos Chinfrins, Nem Preceitos Reprovados. 11- A Não Ser Do Outro Lado, A Homarada Branquela, Com Suas Amantes Compradas, Comparando-as Com Elas. 12- A Natureza Regia Aqueles Corações Livres, Em Tudo Que Elas Faziam, Em Prazeres Com Seus Pares: 13- Esposas E Companheiras, Amantes Libertadoras, Vagavam Em Campos E Matas, Em Incursões Coletoras:
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14- Buscam Lenhas Pras
Fogueiras, Cipós, Fibras E Taquaras: Balaios, Patuás, Peneiras, Cestas Em Tranças E Amarras. 15- Grande Folhas De Palmeiras, Santa Fés Pra Coberturas, Pra Fazer E Cobrir Tendas, Nas Chuvas, Ou ” Mormaçura”.* *Mormaçura: Mormaço, Calor - Licença Poética. 16- Potes De Argila Cozida. Da Natureza Fiel: Colher Doçuras Nos Campos: Dourados Favos De Mel. 17- Tubunas E Lixiguanas, Mandurís E Camoatins, Mandassaias E Irapuás, Jataís, Vorás, Mirins. 18- As Cestas A Tira Colo, Peneiras A Meia Espalda, Os Balaios Na Cintura, Se Vão Quais Aves Alçadas. 19- Safras De Frutas Nativas: Goiabas E Araçás, Cerejas E Guabijús, Bacuparis, Ananás. 20- Amoras, Uvas Do Mato, Pitangas, Maracujás, Grumixamas, Guabirobas, Lindos Cachos De Butiás |
21- O Doce Pinho Do Campo, A Farta Pinha Da Serra, Banana Do Mato, Inhame, E Os Ubajaís Da Terra.* *Fruto Nativo Do Rio Grande Do Sul, Conhecido Como Pêssego do Mato , ou
Pêssego Da Terra, e que os Indigenas o chama de Ubajaí. 22- Uvaias E Jerivás, Quaresmas E Tarumãs, Em Balaios E Peneiras Chegando Ao Sol Das Manhãs. 23- Presente A Seus Guardiões, Que As Esperavam Em Dia, Com Pacas, Tatús, Cutias, Jacutingas, Perdigões: 24- Machos Escolhidos À Mão Que As Fêmeas Sejam Poupadas Pra Dar Vazão Às Caçadas Quando Vier Nova Estação 25-Entre Eles, Grandes Guerreiros, Imbuídos Na Labuta, De Sustentação À Luta; Domadores E Campeiros: 26- Tiarajú, A Luz Do Dia Ubiratâ, O Bom Madeiro Ubirajara; O Lanceiro, Kaukê, O Das
Pradarias 27- Kauê, O Homem Bondoso Kodá, O Bom Companheiro Korê-Ôkô, O Arqueiro E O Xamã, O Poderoso |
28- Francisca E Dandara Vinham, E Com Sorte Nestas Horas: Pra Provar O Mel Dos Campos, Pintar Os Lábios De Amoras. 29- Com Anhay, A Flor De Seibo, Aracê, Luz Das Manhãs, Yara, A Mãe Das Águas, E Mayara, A Mãe Das Mães. 30- A Mãe Do Dia, Aracy Ayrumã, A Estrela D’Alva Tarôva, A Voz Que Acalma E A Luz Da Lua, Jacy 31- Conviver Com Aquela Gente, De Olhar Bravo, Fala Mansa, Guerreiros Com Suas Lanças, Prontos Pra Lutar À Frente. 32- Maior Troca De Presentes Do Que Essas Durante O Dia, Só As Trocas De Ternuras, Nas Noite Longas E Frias. 33- Quando Em Aconchegos Juntos, Orbitando As Fogueiras, Os Casais Se Enlaçavam, De Amores, Noites Inteiras. 34- E Acordavam Preguicentos. Quando A Aurora Os Chamava, Pra Um Chimarrão Espumento, Que Ao Pé Do Fogo Sevavam! 35- Então Depois De Alguns Dias, Levantavam Acampamento, E Se Punham Em Andamento, Encruzando As Pradarias. |
36- A Cavalo, Nas Garupas, Mormaços, Geadarias, A Pé, Nos Ventos, Nas Chuvas Coxilhas E Pradarias. 37- Retaguarda Em Proteção. As Chinas Seguem As Negras: As Negras Seguem As Brancas: Transpassam-se Em Transição 38- Por
Uma Antiga Razão As
Chinas, Que Mais Sentiam, Quando
Das Negras Ouviam, Os
Males Da Escravidão. 39- As Brancas Seguem As Carretas, Que Seguem A Tropa Em Penhores A Tropa Segue A Vanguarda, E A Vanguarda, Os Batedores: 40- Sonhos Paixões E Amores, Marcha O Porta Estandarte Soldados Tocam Com Arte: Sons De Clarins E Tambores. 41- Se Levantam De Um Lugar, Em Outro Lugar Acampam, Arrastando-se Na Pampa, Qual Muralha A Serpentear. 42-É A República Mundana O Piratini Derradeiro Resistência De Guerreiros Contra A Coroa Tirana: |
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As Negras Capítulo VII 01- Toda Vez De Uma Cruzada, Contra Estancieiros Contrários: Escravocratas Do Império, Senzalas Eram Arrombadas. 02- E Libertados Os Escravos Que, Pra A Campanha Seguirem: Negros E Negras Livres, De Troncos, Grilhões E Cravos. 03- Luz De Alegria Estampada Nos Olhos Dos Libertados. No Rosto O Sorriso Grado, E Mãos À Obra Empreitada. 04- Os Homens Viram Lanceiros, E Outras Funções Dominam, Mulheres Que Tudo Atinam, Mantendo Em Pé Seus Guerreiros. 05- Há Uma Tarefa Marcada, Isto Em* Cada Seguimento, Segundo O Conhecimento, E Os Dotes Das Convocadas. * Cada seguimento tinha seus próprios
agentes para resolver problemas de
sobrevivência |
06- Às Negras Hábeis Com As Mãos, Pra Costurar, Remendar, E Toda A Roupa Lavar Quando Achavam Um Ribeirão 07- Ou Pra Assar e Cozinhar Raizes, Legumes, Grãos Gancho Armado, Fogo Ao Chão Carne No Espeto A Dourar 08- Conhecedoras Que Eram, Pra Colher Os Cultivares, Uvas, Laranjas, Maçãs, Vergamotas Nos Pomares.* * Serviam-se do que tivesse ao
alcance: os pomares quando de amigos, eram licenciados de graça, quando de
inimigos, eram invadidos e saqueados. 09- Batatas E Mandiocas, Alecrins, Manjericões, Repolhos E Couves-Flores, Milhos Verdes E Melões. 10- Salsas, Cebolas E Alhos, Abóboras E Mogangos, Temperos Pro Mocotó, Cheiro Verde Pro Mondongo. 11- Não Era Uma Tropa Presa, A Defender E Atacar, Havia Alguns Momentos, Pra Cultura Popular. 12- Os Batuques, Os Bailados, O Vai E Vem Nos Quadris, Em Rituais Ritmados, De Gente Alegre E Feliz. |
13- Rodando A Dança A Marcar, Meneios De Um Lado E Outro, Corpos Alegres Dispostos, A Não Querer Mais Parar. 14- Em Balançados Girando, Mulatas E Negras Lindas, Com Ancestrais Em Cabinda, Nas Danças Livres, Vagando. 15- Fazem Passeios, Gingando, Sangue De Angola Nas Veias, Feitas Em Ébano: Sereias, Olhos Fechados Sonhando. 16- Molejos E Requebrados, E Outras Gingas Redondas, As Ancas São Quais As Ondas; Balança O Corpo Encantado. 17- Cantos Em Pontos* E Lendas, Desde A Mãe Preta Antiga, E Aquelas Mãnhas Adendas, Tão Picantes Quanto Urtigas. 18- Pra Correr Baba* No Peito De Oficiais Desavisados, Que Ao Som Do Tambor Marcado, Arrisque-se A Provar O Efeito. 19- Nunca Foi Encenação , São As Danças Culturais, Os Milenares Rituais, De Alegria, De Religião. 20- Longe De Provocação, É A Natureza Da Raça: Peles Negras, Dentes Brancos, Volúpias, Magias, Graças. |
21- As Ancas Dizendo Não, Encenam Um Vai E Vem. É Pura Alucinação: Dengo Sensual E Desdém. 22- Visitante Alucinado, No Mundo Se Vê Pequeno, E Enxerga Só O Veneno, No Que É Puro E Sublimado. 23- É Tudo Para O Bailado, Do Ritual Que É Proposto, Se, De Alguém Encanta O Gosto, Que Se Quede Apaixonado. 24- Francisca De Quando Em Quando, Com Negras, Mulatas, Brancas; Rodavam Saias E Ancas Diziam No Pé Girando. 25- Quando Religiosidade, Pediam Licença Ao Meio; Tomando Passes, Conselhos, Previsões Das Entidades. 26- No Terreiro, Mãe Odila Comandava O Bambá, Com Lindas Mães De Orixás: Malaika, Laila E Jamila. 27- Chiamaka, Amara, Abdú Lembravam Ondas Do Mar. Brilhando A Luz Do Luar, Dandara, Áyo E Bintu. 28- E A Cantoria Serena No Embalo Dos Tambores, Nassor, Darem E Makore Com Jana, Núbia E Ayana. |
29- São Seus Nomes Africanos, Que Livres Vão Retomando, Em Rituais Libertando: O Proibido E O Profano. 30- Alguns Brancos Que Ouvindo, Se Deixavam Então Levar, Pelo Batuque A Chamar, Pelo Balanço Insistindo. 31- Sem Se Perceber Olhando, O Molejo, A Batucada, Sentiam A Alma Elevada, Se Encontravam Balançando. 32- O Coronel Gavião, Cabinda, Milonga E Pombo, Em Transe Ao Rufar Dos Bombos, A Ogum Fazem Oração 33- Trabalho Pros Batedores, Comprovarem Segurança. Sentinelas Guardam A Dança, E Acampados A Redores. 34- Cantigas, Danças Congueiras, Mandingas Moçambicanas, Tambores, Roda Africana, Na Lua Cheia Campeira. 35- E As Fogueiras Ao Luar, Num Bamba Bambá Nagô, Vem Que O Orixá Baixou, Vai Que Baixou O Orixá. 36- Cantam Línguas Ancestrais, Que Vêm Na Voz A Mãe África: No Embalo E No Compasso, Suas Figuras Quiméricas. |
37- Songo, Sama, Bolo, Bali, Cabinda, Ginga Mandê, Cuanhama, Cuanza, Nagô, Ganguela, Bantu, Mauê. 38- Olorum Yemanjá, Yansã, Oxumaré, Oxalá, Xangô, Oxóssi, Nanã, Obaluaiê. 39- E Nas Rodas Meio Ao Campo, Desde A Brisa Ao Minuano, Entre Cristo E Olorum, Luz De Orixás Africanos. 40- Os Brancos Vêm Pro Terreiro Ganham Benças De Orixás E Proteção Pra Lutar Naquele Mudo Guerreiro 41- Mas Esse Tempo Acabou, Agora São Só Cuidados, Alcateias De Imperiais, Rodam Quais Chacais Varados. 42- Cercam O Rebanho Pulsante De Um Estado Independente: Procissão De Resistentes De Uma República Errante
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Os Caçadores Capítulo VIII 01- E Saiam Nas Manhãs, Índios, Negros E Mulatos Campeiros Galgando Os Pastos, Alguns Com Sorte Pagã, 02- Ou Guiados Por Tupã, Ou Oxóssi O Deus Da Caça, Qual Em Cruzada Cristã Varando Campos E Matas 03- Vão Em Busca Do Sustento, Crianças*, Mulheres, Homens, Que Muitas Vezes Com Fome, Esperam No Acampamento. *- Há Relatos Afirmando Que Crianças Participaram Da Revolução
Farroupilha. 04- E Aquele Sentimento, De Uma Crise Costumeira, Que Assola A Vila Inteira, Se Deslocando No Tempo. 05- Sem Paradeiro Sem Nada, Apenas Por Alguns Dias, Assentam A Freguesia, Levantam Abrindo Estradas. 06- Cortando Vales E Montes, Relevos, Várzeas, Canhadas, Na Quase Desesperada, Busca Por Um Horizonte. |
07- E Os Caçadores Se Embrenham, Contra A Imensidão Da Pampa, Que Se Vislumbra E Levanta, E Nas Caçadas Se Empenham. 08- Gado Selvagem Pro Abate, Guampas Na Armada Do Laço, Que Roda Ao Ar Em Compasso, Nas Guampas Cai Em Combate. 09- Seguro O Bicho Na Cincha, Cabresteando Prum Palanque, Que Sangrado Num Instante, A Carneadeira Destrincha. 10- Novilho Xucro E Veloz, Que Dá Fuga Faz Trincheiras, Mas Rodam As Bolhedeiras, Num Embate Duro E Feroz. 11- Uma Haste Bem Trançada Dando Sustento À Três Guias, Com Três Bolas Ajustadas Em Lembrança As Três Marias. 12- Na Noite Alçada Cruzando, Ou Em Dia Ensolarado. O Apetrecho Arremessado Revoa No Céu Girando. 13- Na Impulsão Da Correria, Do Bicho Vendendo Os Cacos, Na Junção Dos Quatro Cascos, É Que Cai A Armadilha. 14- E Logo O Novilho Roda, Maneado Nas Quatro Patas, Cavalo Que Vem Às Catas, Esbarra Em Toda Galopa. |
15- E O Cavaleiro Em Proeza Se Boleia E Cai Em Pé Do Novilho Ao Sopé Em Manejos Com Destreza 16- Sempre Com Ajudas De Um Quincha, Botando O Laço Nas Guampas, Quando O Novilho Levanta, É Cabresteado No Cincha. 17- E Os Lanceiros Com Suas Lanças Em Tiros De Pontaria, Em Servos Nas Pradarias. Até Onde O Braço Alcança. 18- E Mesmo O Gado Selvagem Escolhidos Por Mais Xucros, Que Fogem No Menor Susto, Ao Farfalhar Das Folhagens, 19- Que Com A Aragem Ligeira, Quando Repentina Sopra, Espanta À Toda Galopa, A Novilhada Matreira. 20- Mesmo Aí A Indiada Sobra Com Perícia E Galhardia Caçando Às Luzis Do Dia Exibem Braços, Manobras 21- E Uma Lança Arremessada Cortando O Vento E O Céu, A Seta Cai Qual Mundéu, Trás Vitórias À Caçada 22- Com Lanças Arcos E Flechas, Os Guaranis Missioneiros, Os Munianos Pampeiros, Com Charruas Se Desfecham. |
23- É No Retesar Do Arco Que A Flecha Faz Pontaria, Trás Pacas, Tatús, Cutias, Das Matas, Campos E Charcos. 24- Veados E Caititus, Capivaras E Ariranhas,* Com As Tarrãs Da Campanha, Jacutingas E Nambús * - Hoje Extinta No Rio Grande Do Sul. 25- Junto Com Outras Encilhas, As Ratoeiras, Os Mundéus E Urupucas Ao Léu, Todo Tipo De Armadilhas. 26- E Os Infantes Com Espingardas De Carregar Pela Boca, Pólvora Na Cana Oca Com Cuidados Derramada. 27- Então A Bucha Ajustada Bem Socada Com A Vareta, Depois Com Estanho Ajustada E Por Último A Espoleta. 28- Mas Isto Só Quando A Fome Já Não Se Mede O Tamanho, Porque A Pólvora
E O Estanho São Pra Guerrear Contra Homens. 29- E O Esbulho
Do Gado Alheio Nas fazendas Inimigas, Alimentando As Intrigas Pros Imperiais E Seu Meio. 30- Pros Tropeiros À Empreitada: Reunir Gado Expropriado E Mantê-los Pastoreados Por Perto Da Tropa Armada. |
31- A Caminho, Ou Acampados, Qual Uma Despensa Viva, A Se Manter Sempre Ativa, Pros Momentos Precisados. 32- Nunca Foi Um Fato Novo, Eram Coletas Continentes, Que Às Vezes Eram Urgente, Pra Alimentar Aquele Povo. 33= São As Agruras Da Guerra, No Extremado Da
Pobreza Desatando Tais Proezas, Que O Destino Desencerra. 34- Há Como Não Ser Assim...??? É No Calor Das Contendas, Que A Luta Pretere A Senda, E Trás Violência Sem Fim: 35- Ou Fazem O Ato Insano De Assaltos, Expropriações, Ou Morrem De Inanições Num Confronto Desumano. 36- Por Estar Emparedado Entre A Guerra E A Miséria, É Que Há A Decisão Séria De Tropear Gado Roubado... 37- O Exército Abastecido: Água Pura E Alimentos: Conforto Aos Sentimentos, E Que Venha O Inimigo. |
Os Chacais Capitulo IX 01- Entre Bagé E Porongos, Nos Relevos Do Quebracho, Batedores Do Barão Tentando Quebrar O Cacho: 02- Tiroteiam À Vanguarda, Daquele Mundo Viajante, São Homens Do Comandante, Protegendo Toda Guarda. 03- A Imensidão É Uma Estrada, E Na Pampa A Céu Aberto: O Lindo E Verde Deserto Com Oásis E Aguadas: 04- Beleza A Perder De Vista: Os Campos E O Céu No Fronte, Se Unem No Horizonte, Qual Paraiso Em Conquista. 05- Numa Escaramuça Ardil, O Piquete Do Barão, Se Perdeu Na Vastidão, Depois Do Ato Servil, |
06- Que Feito Só Pra Enganar, Apontando O Lado Oeste. Enquanto Do Lado Leste, Se Aprontavam Pra Atacar. 07- São Os Chacais Do Barão, Vão Avançando Armados, Ocultos, Dissimulados, Furtivos Na Escuridão. 08- Se Deslocavam À Noite, Sanguinários, Vis, Espertos, A Cada Dia Mais Perto, Algozes, Frios, Sem Afoites. 09- Entre As Negociações De Paz, O Barão Expôs As Formas, Que Do Império Eram Normas: Pra Ninguém Depor As Armas. 10- E Por Dionísio, O
Mensageiro, O Barão Mandou Um Relato, Que As Armas: Só Pra Aparatos, Qual Um Ato Passageiro. 11- Pra Não
Ter Que Desarmar-se, Não
Pediu Desarmamento, E Foi
Jogando Com Esta Arte: Teatro
Ao Sabor Do Tempo: 12- Da Coroa Era Proposta, Que Depois Da Paz Lavrada E As Tropas Já Desguardadas, Armas Seriam Depostas. 13- E Isto Para Os Dois Lados Envolvidos Na Contenda: Eram Os Cavacos Da Senda, Dos Ideais Confrontados. |
14- A Condição Foi Revista, À República Enviada: Examinada, Discutida: Puseram Crença Na Alçada. 15- Praqueles Rebeldes Ermos, Sem Um Local Oficial, Servia Até Matagal, Pra Sondar Ordens E Termos. 16- Entre Os Longínquos
Rincões, Das Zangas Republicanas, Um Mensageiro À Paisana, Carregava As Decisões: 17- É Dionísio, E Segue A Fio: No Inverno Firme Na Cincha, Nos Verões Suando A Víncha, Cruzando Campos E Rios. 18- Um País Sobre Carretas, Sobre Lombo De Cavalos, Dos Pés Aos Fios De Cabelos, Que Se Nega A Ser Vassalo. 19- Já No Final Do Seu Tempo, A Luz Daquela República: Qual Alegoria Bíblica Nos Locais De Acampamento, 20- Nas Trilhas Da Caravana, Em Seus Limites Simbólicos, Além De Seu Alcance Bélico, Eram Campinas Pampeanas. 21- Raros Nichos Gaudérios, E O Resto Daquele Mundo, Medindo De Frente A Fundo, Voltou Domínio Do Império. |
22- Não Havia Mais Riquezas, O Cerco Dos Imperiais, Trouxe Limites Sem Iguais, E Multiplicou A Pobreza. 23- E Em Miséria A Transformou, Entre As Intrigas Mundanas, Fez Culpa Republicana, E O Povo Acreditou. 24- Não Havia Mais Lugar, Praqueles Republicanos, Vão Pelo Fronte Vagando, Em Resistência Sem Par. 25- Muitos Longe, Já Anistiados, E Os Demais Ali Sonhando, Vão Desvelados Peleando: Valentes, Obstinados. 26- Chega O Barão Continente, Com Milhares De Imperiais Presenteando A Toda Gente: Ninguém Os Queria Mais: 27- Apareceram Os Defeitos: Eram Vistos Com Maus Olhos: -“Salteadores E Ladrões!” Então Viraram Entulhos: 28. -“Onde Passam, Cobram
Impostos”. “-Gente Sem Sul E Sem Norte!”. “-Não Fazem Nada Pro Povo!” -Só Semeiam Guerra E Mortes!” 29- “-Chegam Vestindo Seus
Trapos”. “-São Saqueadores Errantes”. “-Vivem Quais Pedras Rolantes, -Cruzando Brejos E Matos!” |
30- Era Um Mundo Agonizante, Um Sonho Se Desfazendo, A República Morrendo, Em Pé, Peleando E Valente. 31- Que A Verdade Se Denode Qualquer Animal Caçado, Ao Se Ver Encurralado, Se Defende Como Pode. 32- Os Ideais
Povoam Mentes, Formam
Conceitos De Vida, E A
Razão Monta Guaridas, Em
Defesas Resistentes. 33- Uma Nação Itinerante, Entre Relevos, Planuras, Cruzando A Pampa Em Agruras, Batalhas A Todo Instante. 34- Com A Mensagem Pertinaz, De Armas Só Pra Aparatos, Criou-se Um Novo Fato Com Esperanças De Paz: 35- Então Brilham Os Braseiros: Carnes Dourando No Espeto, Os Laçadores Campeiros, Assando Pro Oficialato. 36- A Pampa Aberta Pro Mundo, Tinha Saído Do Abandono, Muitos Queriam Ser Donos: Muito Mais O “Império Imundo” 37- E Nela Tinha Sustentos: Ainda Havia Gado Alçado, Servos Pra Serem Caçados, E Então Virar Alimento: |
38- Pra Oficiais: Filé E Coxão. Costelas Pra Soldadesca. Aos Rasos, Peito, Paletas: Cada Classe Seu Quinhão. 39- Desde Os Garrões
À Buchadas, Desde O
Pescoço À Cabeça, Pois
Sempre Há Quem Mereça Segundo A
Classe Habitada. 40- Não Sentiam A Diferença: Quem Recebe O Prato À Mão Não Deve Dar Um “Senão” Pra Quem É Dono Da Despensa. 41- Causo Vai E Causo Vem, O Fumo Em Rolo Cortado, Na Palma Da Mão Sovado, Lembranças De Um Querer Bem. 42- E Um Amargo Bem Cevado, Com Esmero E Com Ciência, O Que Vale É A Experiência, Num Mate Novo, Ou Virado. 43- Para A Peonada Guerreira, Que Se Achega Nas Cantinas, Pra Uma Pinga Clandestina, Daquela Boa E Costumeira. 44- Chasqueiros E Carpinteiros, Com Ferreiros Nos Reparos, Aperos, Madeiras, Carros, Em Conserto Pros Guerreiros. 45- Cruza O Sol O Meio Dia, Uns Mateiam, Conversando, Outros Um Pixuá* Enrolando, Está Calma A Pradaria: |
46- Rompe O Murmúrio Acampado: No Repente De Um Momento, Num Tropel, Pala Ao Vento, Na Testa, Chapéu Quebrado: 47- Monta Um Cavalo Voando Esbarrando Adelante, É Um Mensageiro Urgente, Vem Destinado Ao Comando. 48- Nos Pés Botas Garroneiras Chiripá*, Em Pé No Estribo, Pra Avistar Melhor A Tribo: Confiante À Tropa Guerreira. 49- E Avisa Que Os Imperiais, Bem Perto Já Marcam Chão Eram Os Homens Do Barão, Que Por Certo Espionavam. 50- É Um Peão De Dona Manuela: Ordenou-lhe: Vá E Não Tarda!!! São Imperiais Da Vanguarda, Faz Pressa, E Muita Cautela...!!! 51- Republicana No Trato: Por Acaso Ali Lindeira, Preocupou-se A Estancieira, E Mandou Logo O Relato. 52- O General Souza Neto, Faz Perguntas Insistentes, Compreende Que O Homem É Reto, Mostra Fatos Procedentes. 53- E Convida-o A Segui-lo E O Leva Ao Comandante, Que O Recebe Arrogante Sem Dar Crédito Ao Ouvi-lo. |
54- Joaquim Pedro, O Coronel, Ao General Faz Costados: Não Se Dão Por Derrotados, Insistem Em Buscar Quartel. 55- Vão Ao Ministro Da Guerra: De Oliveira, O Rio-Grandense; Pra Falar Com O Comandante E Enfrentar Os Seus Repentes. 56- Que
Está Com Acompanhantes: Com Vaz
Viana, O Fazendário, E Da
Fontoura, O Emissário: Que Então
Ouvem Os Reclamantes. 57- Olho
No Olho / Frente A Frente, É O Encontro Pro Conselho: Acontecimento
Espelho Da
República Andejante: 58- Souza
Neto E Joaquim Pedro, Propuseram-se
Às Trincheiras: Querem
O Nosso Degredo! A
Denúncia É Verdadeira! 59- Da
Fontoura, O Emissário Resmunga:
Nem Sim, Nem Não Vaz
Viana, O Fazendário Por Sua
Vez Sem Opinião. 60- O Coronel Joaquim Pedro, Diz: -
É Trama Dos Sicários!!! E
Confirma Souza Neto: - Já
Nos Fazem Vizindários!!! 61- Da
Fontoura Diz: - Besteira!!! De
Oliveira Declarando: -Há Um
Fato Comprovando, Vou
Provar Que É Baboseira!!! |
62- Vistoria Passageira? Diz Vaz
Viana Especulando. De
Oliveira Reafirmando: Pro
Poente É Que Há Trincheiras! 63- Não
Chegariam Do Leste, Pois Já
Tinham Até Fugido, De
Nossa Vanguarda A Oeste: Não Há
Nada A Ser Temido!!! 64- Por
Certo Aquele Senhor Enganou-se
Ao Avistá-los. Eram
Ladrões De Cavalos, Mas
Veio Dar-se Em Penhor! 65- O
Comandante Interfere: “Foi Um
Caso Eventual”!! E Num
Veredito Pontual Seu
Pensamento Defere: 66- Já Estão Pedindo Trégua, A Paz Virá Num Momento, Já Falam Em Desarmamento, Estão Só Cruzando Léguas! 67- Depois, Por Que Um
Ataque, Em
Tratativas De Paz! Seria O
Barão Capaz De
Então Nos Cevar Para O Abate...!!! 68- E O
Coronel Joaquim
Pedro: -Mãe Do Céu! Este É O Sinal!!!! - Sevar Pro Abate...!!! Meu Deus...!!! (Complementa
O General) 69- E
Reforçam A Opinião: Joaquim Pedro E Sousa Neto! Mas
Diz: - Não...! O Comandante: Discordando
Por Decreto! |
70- Sousa
Neto, Bem Mais Jovem, Limita-se
A Escutá-lo. Joaquim
Pedro, Bem Mais Velho, Então
Ousa Enfrentá-lo: 71- E O
Encara Frente A Frente: E Diz: - Pode Ser O Fim, Não Acredites Por Mim, O Faças Por Nossa Gente! 72- É Muringue;* O Cão Raivoso: Vem Pra Nos Atocaiar, Furtivo Qual Um Jaguar, Com Seu Espirito Tinhoso. *Francisco
Pedro De Abreu, Um Dos Principais Comandados Do Barão. General Sorrateiro
Que,Tinha Por
Costume Fugir Da Luta Franca, E Emboscar O Inimigo À Noite, De Preferencia Na
Madrugada. Se Aproximava Com Sua Tropa Pelo Lado Leste, E Mandou Sua Vanguarda Deixar-se Surpreender
Pelo Oeste e Fugir para O Lado Do Sol Poente, Como Se A Oeste Dali Estivesse.
73- Sousa
Neto, De Alçada Então
Diz: É Um Canalha! Faz Rondas, Prepara As M alhas, E À Noite Faz
Emboscadas!* *Atropa
De Sousa Neto Já Tinha Sido Emboscada
A Noite Por Muringa. Foi Um Derrota pesada para o general que escapou por um
triz. 74- Numa Noite Me Emboscou, Muitos Homens Eu Perdi, Da Derrota Que Sofri, Não Sei Como Aqui Estou! 75- O
Comandante Rosnando, Se
Pronuncia, Rugindo: Falam
De Um Rato Fugindo, Qual
Fosse Um Monstro Atacando! |
76- E À
Sombra De Uma Batinga, Solta
“A Frase” Em Desdém: “-O Muringue
Aqui Não Vem, Se
Sentir Minha Catinga”! 77- E
Expressa Ordens A Todos: - Sem
Alardes! Sem Boatos! A Leste
Não Há Imperiais! Este É
O Verdadeiro Fato! 78- Brada Em Vociferações, Palavras
Aos Quatro Ventos, Semeia
Seus Pensamentos, Mas
Tolhe As Reflexões... 79- Sousa
Neto E Joaquim Pedro, Cientes
A Escutá-lo, Por
Questão De Hierarquia, Limitam-se
A Abandoná-lo. 80- E
Mudam Seus Acampados: Posicionam
A Divisão, Numa
Melhor Posição: Prontos
Pro “Inesperado”. 81- O
Diabo Virá Do Leste, Buscam
Abrigo Certeiro Bem Às
Costas Dos Lanceiros, Mudando-se Pro Extremo
Oeste* *-Embora Sabendo dos relatórios
de avistamento de imperiais a Oeste, Joaquim Pedro e Sousa Neto, com o
relatório do emissário de Dona Manuela, decifraram a Manobra dos Imperiais. 82- E
Os Lanceiros Por Sua Vez Guardam
Todos Os Farroupilhas: Na
Extrema Frente Os Infantes: Juntos Formam
Proa E Quilha.
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83- Mas
Ambas As Guarnições, Nem
Sonhando Imaginavam, Dos
Relatos Pros Chefões. Sobre Os Riscos Que Pairavam:
Apreciaram Os
Prenúncios??? Por Que
Então O Silêncio??? Por Que
Então Não Avisaram???* *Esta é
a pergunta que fica, se boa parte dos oficiais sabiam, não só o relatório do
emissário de Dona Manuela, mas também de relatórios - embora contraditórios - feitos por batedores
Farrapos. *- Como as armas eram
rudimentares, com várias etapas para dispará-las; Municiar com pólvora – Depois estanho – A seguir espoleta
– levantar, apontar, atirar... bastou o Comandante Zé Martin ordená-los à guardar a munição,
para deixar a infantaria totalmente inutilizada, já que sua missão de vanguarda, era a primeira saraivada
de tiros, para depois os lanceiros atacarem e ao mesmo tempo que , rechaçando inimigo,
os protegendo e dando-lhes tempo para
municiar as armas novamente. |
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Papagaia
Foi Morar Um Papagaio, Protegido Com Carinho, Sem Sequer Ficar No Orvalho. 02- Que Um Dia Lhe Presentearam: Lindo Filhote De Pássaro; Vermelho, Verde, Amarelo, Qual Da República O Lábaro 03- E Sempre Quando Podia, Carregava-o Em Suas Mãos, No Seu Ombro, No Seu Colo, Do Lado Do Coração. 04- Amava Às Veras O Pássaro, E Com Ele Se Entendia, Tomavam Sol, Conversavam Durante As Folgas Do Dia. 05- E Quando Chegava A Noite, Por Amor E Garantia, Então Pros Seus Aposentos, O Pássaro Recolhia. |
06- Essa Era A Sua Marca, De Chegada Na Campanha: Ficou O Nome Do Pássaro, Pra Quem Ela Era Estranha. 07- E Se Tornou Popular, Ganhou Versão Feminina, Pra Que Melhor Expressasse, Os Bons Dotes Da Menina. 08- Nome De Que Ela Gostou: Fazia Sentir-se Bem: A Francisca Papagaia, Entre Outras Marcas Também. 09- E Aos Poucos Tornou-se Chica, Uma Abreviação Amável, Pra Desprendida Francisca, Brava E Amiga Adorável. 10- Mas Havia Os Inimigos, Que Lhe Tinham Resistência, Ávidos Por Sua Atenção, Não Tocavam Sua Consciência. 11- Ávidos Por Sua Consciência, Não Tocavam A Sua Atenção, Uns Foram Se Indignando, Outros Em Renunciação. 12- Entre Apartes E Ternuras, Seu Nome Tornou-se Dúbio: Odiavam-na Em Mansas Chuvas, Tinham-lhe Amor Em Dilúvios. 13- A
Estes Que Então A Amavam, Em
Resposta Os Abrigava, E
Aqueles Que A Odiavam, Sequer
De Perto Os Notava. |
14- Mas Jamais Foi Por Desdém: Não Causavam Atenção Por Não Terem Expressão, Pra Quem Ama E Se Quer Bem.
Brilhando Em Vistas Erguidas, Arrojada, Destemida Riso Grado E Transparente, . 16- Seus Idólatras Aos Molhos, Desejavam-na, Com Zelos: Enlaçar-se Em Seus Cabelos, Refletir-se Em Seus Olhos, 17- Misturarem-se A Seu Corpo, Com Sua Alma, Com Suas Tralhas, Roubá-la, Levá-la Embora, Deixar Pra Trás As Batalhas... 18- Seu Sorriso De Tão Lindo, Atraía Homens À Frente, Sonhando Beijar Seus Lábios, E Mesmo Beijar Seus Dentes. 19- Mas Só Sonhavam, Mais Nada; Com Graça Impunha Limites, Aos Que A Seguiam De Cerco, Trocando Ideias, Palpites: 20- Então Lhes Dava Tarefas, E Os Mantinha Ocupados, Que De Pronto Eram Cumpridas, Dando-lhe Conta E Recado. 21- Outros Que Eram Flagrados, No Arroio, Entre Os
Arbustos, Tentando Lhe Ver No Banho, Eram Perdoados Sem Custos. |
22- Esse Sem Custo, Era
Alto, Pois Perdiam Sua Confiança, Houve Quem Tentou Suicídio, Qual Derradeira Esperança: 23- O Qual Pra Se Reaproximar Da Bela Incomparável: Que Então Dava-lhes O
Perdão, Pois Nem Tudo É Imperdoável. 24- Sempre De Braços Pro Abraço, Mãos Abertas, Longos Dedos, Bálsamo Pra Todos Males, Sonhos, Paixões E Segredos. 25- E Os Insossos Inimigos, Que Entre Si, Longe Da Raia Resmungavam: ” Papagaia! Sem Ecoar Qualquer Sentido”. 26- Pros Formados Era: A Chica...!!! Francisca Para Os Formandos, E Mesmo Dona Francisca, Pra Quem Estava Chegando. 27- E Pros Mais Velhos Do
Fronte: Versos, Poemas, Resenhas Chiquita, A Bela, Era A Senha: Inspiração E Altiva Fonte. 28- Pro Comandante, era: - A Dona Pra Ela..., Ele, O
Senhor E Esse Quando A Chamava, Falava: -"Dona!!!" - Com Ardor...! |
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Dona Sobressaía Entre As Grandes. Aquela Dona, Na Campanha Era Corsa Puro Sangue. 02- Vivandeiras, Tarefeiras, Dia E Noite A Transcorrer. Cozinheiras, Costureiras, E A Dona Pra Socorrer. 03- Falava Com Influência, Se Tinha Livre Pra Falar. Não Omitia Razões, Revelando O Seu Pensar. 04- Por Isto A Resistência De Bufões Desavisados. Os Relatos De Olheiros Mesquinhos E Enciumados. 05- Francisca Era Isto Mesmo, De Natureza Espontânea, Cuidava, Salvava Vidas, Uma Mulher De Alma Idônea. . |
06- Era A Francisca Presente, Enfermeira, Mãos Talhadas: Moral E Dignidade, E A Ninguém Devia Nada. 07- E Um Quarentão Inda Enxuto, Elegante Com As Mulheres, Desfolhando Bem Me Queres, Embora Habituado Ao Bruto: 08- Belo Altivo E
Destorcido: Bem Antes Do Olhar Soslaio, Na Guerra Com Os Paraguaios, Quando O Exibem Envelhecido*: *- Por
Volta De 1860 O Artista E Pintor Bernardo
Grasiele, , Retrata-o Já Envelhecido, Em Pintura A Óleo. Seu Único Retrato. 09- O Comandante Em Flertes, Por Ela Perdeu O Norte, Dama Assim Naquele Tempo, Só As Princesas Das Cortes. 10- E Das Cortes Europeias, Lisboa, Madri, Viena... Qual Realeza Divina, Levitando A Pluma E Pena. 11- Do Regimento, O Médico, Em Viagem Estava Ausente. Era O Esposo De Francisca, Que A Deixara No Fronte. 12- Fora Em Busca De Remédios, Que Compraria Distante, A
Longas Léguas A Leste: Muitas
Linhas De Horizontes. 13- Versado Em Farmacêutica, Controle Em Todas As Etapas, Materiais, Procedimentos, Pra Enfermaria Farrapa. |
14- Habilidoso Em Misturas, Sabedor Dos Elementos, Pra Todo E Qualquer Alento: Lesões, Traumas E Cesuras. 15- Mestre Em Manipulação, De Qualquer Medicamento, E Quando Aflito O Momento, Também Um Bom Cirurgião. 16- Ele Mesmo O Condutor, Estudioso E Aprontado, Pro Oficio Preparado, Curioso, Desbravador*. 17- E Os Demais Naqueles Dias: Europeus De Ensinamentos, Ocupando Os Grandes Centros, Nas Mãos Da Aristocracia. 18- E O Que Restava Pro
Povo...??? Curandeiros, Benzedores... Das Plantas Conhecedores: Pouco, Ou Nada De Novo...!!! 19- Ou, Quem Escolado A Ler, Com Poder Para Comprar, Livros Para Aprender, E A Medicina Aplicar. 20- É Duarte Em Sua Carruagem: Quatro Cavalos Crioulos, Bons De Patas, Bons De Rédeas, Os Cascos Cavando O Solo. 21- Um Lubuno, Um Colorado, Um Bragado E Um Azulego, Todos De Lombos Listados, Com Seus Reluzentes Pelos. |
22- Começo De Mês Saíra, Numa Aurora Despontando, Tinha Retorno Estimado, Pra Meados De Novembro. 23- E Francisca Por Sua Vez, Não Media Seus Esforços, Desde Os Socorros Mais Simples, A Evitar Que Houvesse Mortos. 24- Entre As Mulheres Da Guerra, No Feitio Das Tarefeiras, Alma E Sangue De Guerreira, Regando O Orgulho Da Terra. 25- Se Preciso Tenda À Tenda, Confortando Aquela Gente, Não Visava Diferenças, De Oficiais A Ajudantes. 26- Negros, Índios E Mulatos: Forasteiros E Gaudérios, Todos Tratados Iguais, Sem Haver Nenhum Mistério. 27- Gente De Todas As Cores, Credos, Gêneros, Linhagens Em Suas Mãos De Passagem , Curando Males, Ou Dores. 28- Mesmo A Tropa A Serpentear Simbolizando O Rio Grande Pelas Campinas Verdejantes Vai Francisca A Confortar 29- Mas A Vida Ocorre Em Ciclos, São As Leis Da Natureza, Sem Sequer Mandar Avisos, Invadem As Fortalezas. |
30- E A Primavera Chegou E A Roseira Floresceu, Sem O Jardineiro Em Casa, Pra Regar O Que É Seu. 31- Manduris Sentem O Néctar, Desejam Polinizar. Iratim Senti Primeiro: Anseios Pro Mel Roubar. 32- Mulher Em Período Fértil, Mais Mulher Inda Se Sente. E O Ciclo Se Completou... E A Fêmea Se Fez Presente... 33- E Se Francisca Era Rara, Neste Quesito Mais Era. Floresceu Qual Uma Roseira, Deslumbrando A Primavera. 34- E As Sensações Lhe Vieram Todas Multifacetadas. Pondo-a Desamparada, Onde Os Sentidos Imperam. 35- Carroceis Em Suas Lembranças: Carruagens A Regressar...!!! Luzis Em Todo Lugar Em Martírios E Esperanças; 36 - Sentiu-se Um Jardim Em Flores, Sem Ninguém Para “Aprecia-las”. Videiras Em Negras Pérolas, Sem Ninguém Para “Colhê-las”. Sem Ninguém Pra “Percorre-las”. Mar Aberto Em Mansas Águas, Sem Ninguém Pra “Navega-las”.
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37- Campos De Romãs Maduras Sem Ninguém Para “Prová-las” . Uma Casa Abandonada, Sem Ninguém Para “Provê-la”. 38- Joia Em Brilhantes Ornada Sem Ninguém Para “Obtê-la”. Terras Férteis Demarcadas, Sem Ninguém Para “Ará-las”. 39- Campos De Aveias Granadas, Sem Ninguém Pra “Debulhá-las”. Pétalas Soltas Aos Ventos, Sem Ninguém Para “Detê-las”. 40- Qual
Ninfa Desamparada, Sem
Ninguém Pra “Protegê-la”.. Qual
Criança Abandonada, Sem
Ninguém Para “Abraçá-la”. 41- A Tal Ponto Alucinante Que Custa-lhe A Consciência: Condição Da Existência, Das Mulheres De Alma Quente: 42- A Mente Perde Os Sentidos, O Mundo Passa A Rodar, Qual Alguém A Delirar Na Chuva Fria Ao Desabrigo. 43- E O Caçador Sente O Cheiro, E Vê A Caça Indefesa, As Cartas Estão Na Mesa, É Só Saber Jogar Primeiro. 44- Lembra Bem Que Foi Afoito, E A Perdeu No Passado, Mas Hoje Mais Preparado, Terá Que Ser De Outro Jeito. |
O Enlace Capitulo XII Sempre Pronto A Ajudá-la , Acercando-se Elegante, Encantado A Elogiá-la. 02- Tomou A Frente De Todos, Fez-se O Mais Próximo Dela, Galante De Amáveis Modos, Com Prazer A Elogiá-la 03- Passam A Ser Vistos Juntos, Cruzando Os Mesmos Atalhos: Lado A Lado Ao Trabalho, Atendendo Aos Acampados. 04- Mesmo No Meio Da Noite, Em Auxílio A Algum Paciente: Cortesão E Sorridente, Em Tempo Algum Sob “Afoites”.* *Terceira Pessoa Do Singular Do Presente Do Subjuntivo: Em Afoites sugerido por alguém, ou por ele mesmo. 05- Acima Do Bem E Do Mal, Do Amante E Do Aventureiro: Cortejos De Um Cavalheiro, Entre Todos, É O Fatal. |
06- Mas Francisca Se Deu Conta, Dos Riscos Que Ela Corria, O Chefe Em Testosterona, Grudado Dia Após Dia. 07- Sensível Qual Uma Flor, A Qual No Frio Busca Abrigo, Já Não Sabe O Que É Perigo: Tudo Está A Seu Favor. 08- Doçura Em Sinceridade: No Trabalho Esquece O Anseio: Vê No Mundo O Seu Espelho, Na Guerra, A Necessidade. 09- Lembrou-se Dele Outrora, De Seu Modo Teatral, Mas Só Que O Teatro Agora, Encena Um Drama Real. 10- Invadiu Seus Pensamentos, Tal Que As Rédeas Foi Perdendo, Encontrou-se Em Devaneios: Em Fantasias Planando. 11- Em Seus Sentidos Distintos, As Palavras Dele Ecoam,. A Visão Dele A Encanta, E Entre Os Seus Sonhos Revoam. 12- Resistir A Quem Repulsa, É Moleza Pra Quem Quer: A Quem Nos Atrai E Pulsa, Que Resista Quem Puder... 13- Mesmo A Moral Elevada, Bem Contida Em Curtas Rédeas, Francisca, Embora Centrada, Desabrochou Numa Fêmea. |
14- As Razões Adormeceram: Os Sentidos Dominaram, Resiste, Mas Perde Forças, E Os Desejos Se Apossaram. 15- Sua Moral De Amazona, Contra Os Anseios De Fêmea, O Cheiro E A Vós Que Ressona, Rogando Por Almas Gêmeas. 16- Naquele Dia À Noitinha, O Comandante A Chamou, A Consciência A Proibiu, Mas O Sentido A Levou. 17- Para Ela, Em
Sentimentos: A Contradição Sem Fim: Razão Dizendo Que, Não! Corpo Gritando Que, Sim! 18- Quando A Resistência Cansa, Livra Os Sentidos Pro Ser, O Mundo Se Desmorona, E Há Pouco Ou Nada A Fazer. 19- Os Instintos Despertados: Os Impulsos Se Libertam, As Lonjuras Se Acercam, E Muros São Derrubados. 20- Foi Sabendo Do Destino, O Que Iria Acontecer, Os Sonhos Em Mar Revolto, Que A Essência Quer Viver. 21- A Alma Já Não Se Nega: O Ser Desejando Ser . O Anfitrião A Recebe, Extasiando-se Em Lhe Ver: |
22- Quando Ela Adentra A Tenda: Ofusca A Luz Interior: O Comandante Estremece Embriagado De Amor. 23- Uma Flor Na Estação Fértil, Deixou-se Levar Ao Vento, A Favor Das Correntezas, No Mar Revolto Do Tempo. 24-
E Logo Tudo Acontece: O Cálice Tenso Sustenta, E Então A Gema Arrebenta E As Pétalas Transparecem 25- Seu
Corpo Ardendo Em Apelos, Em
Busca De Um Agasalho: Nos
Olhos Brilham Orvalhos, Cheira
A Flor Em Pele E Pelos. 26- Os Dois Ardem Em Desejos, Ambos Sabem O Que Fazer:, Não Há Nada O Que Dizer: Abraços, Sussurros, Beijos... 27- Os Corpos Em Puro Instinto, As Roupas Soltas, O Olhar, No Anseio Da Busca Livre, De Se Pertencer E Amar. 28- E Francisca Em Seus Delírios; As Suas Emoções Presentes, São Quais Águas Represadas, Que Se Rompem Em Torrentes. 29- Submerge O Comandante , O Guerreiro Em Seu Orgulho, Qual Um Peixe Fora D'água, Ganha Às Águas Num Mergulho. |
30- E Então Se Perdem Sedentos, Um Pelo Corpo Do Outro, Ela, Uma Corça Real, E Ele, Um Selvagem Potro. 31- Um Degustando O Outro, Nada Importava Ao Redor, Que Então Fossem Descobertos... Este, Dos Riscos, O Menor...! 32- Que Os Imperiais Matem Todos...! Venham E Matem A Ele Mesmo...! Desde Que Depois Do Amor, Que Faz Com Francisca A Esmo...! 33- O Comandante Se Esquece, Quem Ele É No Momento, Já Não Sabe Onde Está, Perdeu A Noção Do Tempo. 34- Fazendo Amor Com Francisca, Esparramando-se No Catre, Como Quem Num Veraneio, Não Num Campo De Combate...! 35- Jogando Com A Própria
Sorte, Em Francisca Busca Abrigo, Qual Quem Escolhe O Pecado, Que Multipliquem Castigos...! 36- Afogando-se A
Horas Mortas, Lambuzando-se De Amores, Na Aurora; Já Sonolentos, Encharcados De Suores.
Em Sentimentos Velados, E O Comandante Em Sussurros, Faz Juras Apaixonado. |
38- Qual Um Garanhão Carente, Caído De Encantos Puros, Em Devaneios Faz Planos, Quer Francisca Em Seu Futuro. 39- Sem Perguntar À Francisca, Se Em Contrapartida O Quer, Confundiu-se Com O Feitiço, De Tal Beleza Em Mulher. 40- A Qual Adentrou Sua Tenda Cheirando A Rosas, Gardênias... Uma Deusa Em Oferenda Em Puro Instinto De
Fêmea. 41- Um Filho, Daquela, Noite Seria Por Ele Amado. E O Amor Lhe Dispensado Qual A Príncipes Nas Cortes 42- O Comandante Se Acorda: Voa Livre Um Lindo Vale Sobe Ao Céu – Vê – Não Foi Sonho: A Deusa Deixou Seu Xale, 43- E Seus Sinais Em Perfumes, Essências Vivas Na Tenda, Que Perduram O Extasiando, Quando Ela Já Está Na Senda: 44- Emblema De Quem É Dona, E Segue O Próprio Nariz: Que Em Liberdade É Feliz, E Não, Cercada Em Redomas...! 45- Já Fez O Banho No Arroio, Já Está Em Pleno Trabalho, Conhece Trilhas E Atalhos, Joeirando Do Trigo O Joio... |
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A Emboscada Capitulo XIII 01- Noite Do Dia Seguinte, Tudo Acontece De Novo, O Comandante Encantado, Segue-a Naquele Povo. 02- Não Tem Olhos Pra Outra Coisa, E Já Não Pensa Em Mais Nada, Que Não Seja Em Sua Dona, Na Sua Tenda Aguardada. 03- O Dia Não Passa Nunca, Tem Nojo Dos Comandados, Querem Ordens E Conselhos, Mas São Todos Dispensados. 04- A Tarde Cai Lentamente, Um Sol Vermelho Doente, Deita A Face No Horizonte, As Sombras Caem Nos Montes... ...
.. 05- Finalmente A Tarde Vai: As Estrelas Despontando, Mas Tem Ciúme Até Dos Astros, Que No Céu Estão Brilhando... |
06- Francisca, Senda De Amores, Bom Conselho, Cataplasmas, Curando Angustias E Dores, Medos, Mitos E Fantasmas...
Em Barracas E Ao Relento, E Sempre Surgem Queixumes, Buscas De Alívios E Alentos. Sua Presença É Preventiva, É Pastora Sempre Ativa, Percorrendo O Seu Rebanho. 09- Só Depois..., Termina O Dia, Em Seu Trabalho Constante: De Procederes, Contatos... Vai Pra Um Banho Relaxante... 10- Então Volta Pra Sua Tenda, Em Busca De Vestes Limpas, Água De Cheiro, Apetrechos, Que A Deixarão Mais Que
Linda... 11- E Então As Leva Com Sigo As Prepara Pra Trocar Em Um Banho Busca Abrigo: Mansas Águas A Rolar. 12- E Das Fontes
Cristalinas, Do Arroio Ao Pé Do Cerro, Correm Águas Por Seu Corpo, Desde Os Fios De Seus Cabelos...!!! 13- Oh...!
Vertentes Cristalinas, Junto Ao Cerro De Porongos, Águas Correm
Por Seu Corpo, Desde Os Cabelos E Os Ombros...!!! |
14- À Tardinha Vão Pro Arroio, Mulheres Em Aquarelas, Enquanto Rolam As Águas, Se Acercam, Protegem Ela: 15- Tem Perfume De Paris, Vindo Através Do Uruguay, Uma Flor Cheirando A Flores, Que Ninguém Esquece Mais...!!! 16- Um Frasco Às Ocasiões
Prestes..., Balançando O Coração: Tempos Que Montevidéu, Vinha Ao Alcance Das Mãos...!!!* *Quando ocorreu a batalha de
Porongos, os Farroupilhas estavam impedidos, já há um bom
tempo, pelas Tropas Imperiais de acessar o Uruguai,, tanto por
terra, quanto por aguas. 17- Nas Trilhas Entre As
Barracas, Então Chega O Crepúsculo, Francisca Levita Em Ondas, Sem Reservas E Obstáculos. 18- E Os Dois Se Encontram
Na Noite, Há Sussurros No Escuro, Seguem Juntos Lado A Lado, Quais Adolescentes Puros. 19 - Seguem Cumprindo Um Ritual, Cortejos De Amor Fecundo, E Se Embrenham Na Barraca, Então Se Escondem Do Mundo:
Outra Rodada De Enlaces, Os Corpos Nus Em Transpasses, A Caírem Extasiados...!!! |
21- Francisca, Olhos Serrados, Agora Amante Sem Medos, O Comandante: Ombros Largos, Peito E Braços Pro Aconchego. 22- E Ela.., Um Leito De Amores, Um Paraíso De Sonhos , Em Prazeres Estonteantes, Alma Perfumada À Flores. 23- Caiu No Fundo* Do Abismo: Decidira Em Seu Dilema: Ser Sincera Com O Marido, Mas Fiel Com Sigo Mesma... 24- Na Madrugada De Amores, Numa Tenda De Campanha, Francisca Em Sinceridade, E O Comandante E Suas Manhas: 25- Vendo Auroras E Manhãs, Delirando Nesta Hora: E Prova Lábios De Amoras, Sorve Seios De Maçãs. 26- Se Perdendo O Garanhão: Cruza A Noite Sem Pudores, Preso Na Teia De Amores, Da Dona De Sua Paixão. 27- Enrola-se Em Seus Cabelos, Mata Sua Sede Na Fonte, Prazeres Alucinantes, Abraços, Carinhos, Zelos... 28- Entrega-se Inteiro À
Morena, Do Jeito Mais Esperado, Com Apreços Deleitados: Bálsamos Pra Suas Penas. |
29- Até Caírem Extasiados, Na Madrugada Sonhando, O Mundo Em Cores Girando, Os Corpos Nus Transpassados. 30- Pra Um Estrondo De Clarins*, Lhe Provocar Em Valores, Por Em Pé De Sobre Salto, Entre Apreensão E Temores...!!! 31- Pego Com As Calças Na Mão Rodando, Cabeça Às Tontas Não Sabe Como Se Apronta Na Busca Da Prontidão: 32- A Lançar Mãos Do Que Alcança, Vestir O Que Está Ao Lado, Seminu, Mais Que Apressado, Em Conduta Sem Balança...??? 33- Sair Qual Quem Vai
À Luta, Entre Tendas, Vieses Estreitos, Deixando Tudo Pra Trás, Mesmo Francisca Em Seu Leito...??? 34- Saltar
No Primeiro Lombo, Que Fosse Cavalo, Ou Mula, De Em Pelos, Clinas Nas Mãos, A Galopar De Ceroulas...??? 35- Entregar
Tudo Ao Império, E Se Atirar Ao Relento, A Levantar Quero-Queros, Campo Fora A Contra
Vento...??? 36- Levando Tudo Por Diante, Mato Baixo, Trilho Estreito O Japecamgal Nos Peitos, Numa Fuga Alucinante...??? |
37- Seria Este O Tal Evento: Assustado Em Disparada, Corrida Desenfreada, Sem Rumo E Noção Do Tempo...??? * A história nos fala de
um violento e ardiloso ataque em silencio
na madrugada do dia 14 de novembro 1844, que pegou Os Infantes e Lanceiros
dormindo, os quais, em trégua acreditando no encaminhamento final para o
Tratado De Paz. Depois então, houve estouro Humano; tinir de adagas e lanças,
e uma tempestade de balas... Quanto Ao Comandante Farrapo, nos relatos de Moringue, o subcomandante imperial ele aparece fugindo
vestido só em ceroula, montando um cavalo em pelos (Sem Arreios e Encilhas),
cruzando o acampamento e se perdendo nos campos a todo galope. Como o relato que se tem é do inimigo, é muito provável que, o fato, tenha sido distorcido.. |
Boatos Capitulo XIV 01- Anos Depois Da Contenda: Lembranças, Dilemas Sérios, Indagações E Mistérios, Sobre As Noites Em Sua Tenda. 02- As Lendas Que Ecoaram: Imperiais Com Suas Versões, Farrapos Com Suas Visões, E As Imagens Se Formaram.. 03- Os Que Não Acreditavam, Conversavam Indagando: Teria Sido O Ocorrido, Como Estavam Comentando...??? 04- Aqueles A Lhes Valer, Recitavam Seu Dilema: “Foram Anos As Suas Penas, Atrás De Seu Bem Querer”* 05- “O Reencontro Na
Guerra, Depois De Todo O Passado, Sofrer Qual Um Condenado, E No Final Tudo Por Terra!”
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06- Mas Quem O Enxergava Mal Gritava Em Palavras Plenas: Foi Bom Perder A Morena, Por Mentir Que Era Bagual. 07- Pra Largar Mão De Ser Tolo: Deixou De Ouvir Os Amigos, Pra Por Crenças No Inimigo, Em Negociatas E Rolos...! 08- Descrevem-no Os Farrapos: Montando Um Cavalo Branco, Peito Aberto, Gesto Franco, Peleando Folheiro E Guapo. 09- Os Imperiais
O Retratam: Qual Vulto No Lusco Fusco, No Feitio Soldado Raso, A Toda Boca Num Burro. 10- Uns
Insistem A Descreve-lo: - Um Bravo Experimentado...!!! - Isto É Bravo Que Apresentem...??? Outros Tem Se
Perguntado... 11- “-Quando Se Conquista
Alguém, Pra Eternidade, Ou Momentos, É Um Sonho Real De Encantos, Que Honras De Amor Contém...!!!” 12- “Guerreiro Deixar A
Amada...? Apartá-la De Seus Braços...? Se Apagar Na Escuridão...? Correr Do Estanho E Do Aço...???” 13- E Os
Encantados, Em Zelos: -“Sempre Foi Homem Buenacho, Não É De Dobrar O Cacho, E Nem É De Romper O Elo”.
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14- “Jamais Quebrou
Uma Esquina,. Nunca Deu Ponto Sem Nó, Separa A Chuva Do Pó, Não Se Perde Na Neblina. 15- Não Corre...
Sem Vê Do Que, Mesmo Vendo, Calça O Pé, Faz Desdém Ao Mal Me Quer E Dá As Mãos Ao Bem
Querer. 16 – Mas Diz
O Avacalhador: Ele Nunca
Deu Pro Couro: Francisca Por Desaforo Fugiu No Meio Do Amor: 17- E A
Perseguindo Na Sena, Guapos Se Impôem A Pará-lo Aos Custos Pra Controlá-lo, Metem Ele Em Sua Tenda!!! 18- Nunca Deu
Sorte Com Elas... Nadou Por Anos A fio, Pra Se Afogar Em Um Rio, Com
Água À Meia Canela. 19- É Metido A Pegar Todas Mas Não Contenta Ninguém Deixa A Farra Sempre Aquém Delas Festejarem As Bodas. 20- Desmedidos
Trovadores Cantam-no Em Suas Paixões: É Dono Dos Corações Em Rodeios De Amores! 21- Com Topes De Fitas, Laça! Mulheres Fazem Sinuelos: Vem Com Flores Nos Cabelos Pra Lhe Dar Amor De Graça!
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22- Faz Versos Pra Mãe Do
Ouro, Duetos Com Boi Tatá, Serestas Pra Tainaguá, Mata O Bicho E Mostra O Coro. 23- E As Perguntas Mais Profundas: -Onde Se Encontra A Razão De Tão Duvidosa Ação? Onde A Verdade Se Funda? 24- Porque A Pompa Iracunda Pleiteando Descontração? Quem Orienta Sua Intuição: Alma Límpida, Ou Imunda? 25- E O Sínico Mediador: Eu Diria Embaçada: Nem Paz, E Nem Mão Armada, Nem Fiel, Nem Traidor 26- Foi Visto
Todo Frajola, Na Tropa De Da Silveira. E Ao Mesmo Tempo Em Carreras, Pelado Campina A fora! 27- De Pronto Um Rebelde, Diz: Foi Teatro Pra Enganar, Pra Que Não Viessem Notar, Mudando O Foco Dos Fatos: 28- Na
Verdade Um Traidor: Deixou Os Infantes Na Mão, Os Fez Bucha De Canhão: Sem Pólvora No Atirador. 29- E Impediu Da Silveira De Lhes Valer Em Arregro: E Jogou Os Lanceiros Negros Bem No Meio Da Fogueira
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30- E Os Companheiros
Antigos De Caserna E De Batalhas: Jamais Seria Um Canalha! Não Trairia Os Amigos! 31- Foi Botar A Mão No
Fogo Em Nome Do Inimigo! Desabou No Próprio Umbigo, De Um Salto Acima Do Ego! 32- Surge Os Investigadores Tentando Achar Fundamentos: Qual Motivo, Ou Sentimento? Houve Ideais, Ou Valores? 33- Teria Traído A Sério...??? Se Acovardou O Garanhão...??? Foi Traído Pelo Império...??? Infâmias Pra Humilhação...???” 34- Defensor Do Escravagismo...??? Urdiu Contra A Abolição...???* A Favor Do Imperialismo...??? Foi Um Pária Vendilhão...??? 35- Foi
Mesmo Republicano...??? O Que
Procurou Na Guerra...??? Libertar O
Povo, A Terra...??? Quem Foi
Mesmo O “Querumano*”...??? *- Segundo o Escritor
Tupinambá Nascimento: Na votação para a Resolução de 1842 liderada por José
Mariano De Mattos, Amaral Ferrador e Teixeira Nunes (Coronel Gavião), parágrafo
constitucional que previa a abolição da escravatura na República
Rio-Grandence, houve compra de votos a peso de ouro mandado as pressas pelo
império, por isso não passou. *- Impetuoso, personalista, Sobejo,
Centralizador e a mesmo tempo duvidoso.
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A Batalha Capitulo XV Poema I 01- Quem De Longe Ali Chegasse, Enquanto Se Aproximando, Iria Logo Apontando, As Divisões Em Transpasses: 02- No Centro A Tropa De Elite, Com Oficiais, E Os Mais Chegados, Puxa Sacos, Paus-Mandados, Os Espiões E Seus Palpites, 03- Mais No Alto A Descoberto, Os Homens Da Artilharia, Pra Apoio À Cavalaria, Nas Lutas A Campo Aberto. 04- A Oeste Os Índios Pampianos, A Direita Os Peões Campeiros. Ao Leste Os Lanceiros Negros, À Esquerda Os Guapos Mundanos. 05- Bem Às Costas Dos Lanceiros , Com Guerreiros Uruguaios: Negros De Outros Atalhos, É Souza Neto, O Matreiro*. .
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06- E Pra Barrar Os Incidentes, Com As Tropas Do Barão: Os Infantes Bem A Frente, Vão De Bucha De Canhão: 07- Negros Índios E Mulatos, Com Os Brancos Maltrapilhos, Vida Dura, Rude Trato, Em Luta Buscando Auxílios. 08- Sem Uma Escolha A Calhar: A Mal Comer E Mal Dormir, Na Guerra Só Podem Entrar, Sem Jamais Poder Sair. 09- Estas Eram Diferenças, De Oficiais Pra Esses Soldados. Os Primeiros Mudam Lado, E Jamais Levam Sentenças. 10- Pros Segundos Não Há Jeito, Se Desertarem Da Guerra, Reservam-Lhes O Direito, De Sete Palmos De Terra. 11- Estes Iam Bem A Frente: À Vanguarda Da Vanguarda. Direitos: Morrerem Antes, Pra Dar Tempo Á Toda Guarda. 12- Com
Espingardas Primitivas De
Municiar Por Etapas: Se
Acertar O Diabo Escapa Se Errar Perdem
A Vida 13- Sempre A Pé, Diante A Estar, E A Retaguarda A Cavalos, Pra De Longe Avistá-los; Não Deixá-los Desertar.
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14- Depois Do Primeiro Tiro De Cada Arma Empunhada, Surgem Os Lanceiros Na Alçada Fazendo Frente Ao Perigo. 15- Isso Porque A Demora Pra Cumprir Todas As Etapas, Precisa De Uma Penhora, Qual Pegar Boi Pelas Aspas: 16- Vazar Pólvora No Cano, Socar Bucha Com A Vareta, Socar De Novo O Estanho, Depois Por A Espoleta. 17- Então Neste Meio Tempo, Os Lanceiros Quais Tornados, Põe Imperiais Atordoados, E Os Rechaçam Em Tormentos. 18- Eram Lutas Frente A Frente, Trançadas A Campo Aberto, No Perigo, Ao Descoberto: Impávidos, Continentes... 19- Cem Por Cento Dos Combates Que Os Infantes Empregavam, Junto Os Lanceiros Peleavam, Garantindo Lhes O Embate. 20-E A Retaguarda Na Espreita, Pra Que Se Preciso O Apoio, Mas Houve Casos E Feitas, Que Folgavam Em Pleno Aboio. 21- É Caldeira, Entre
Os Lanceiros, Guerreiro Cheio De Glorias, Que Põe- Se A Contar A
História, Mateando Em Volta Ao Braseiro: |
Poema II 1- Numa Quieta E Morna Noite , Toda Aberta E Estrelada, A Lua Nova Virada, Todos Dormindo À Vontade. 2- E O Brilho À Fraternidade, Ao Compasso De Espera, Anunciando A Nova Era, Bálsamo Pra Insanidade, 3- Só Uma Questão De Tempo, E Teria Fim A Guerra, Campos Mares Rios E Cerras, Pra Voar Solto Qual Vento. 4- A Liberdade A Chegar, A Despontar Encilhada, Só Montar E Cavalgar, E Escolher Rumos E Estradas. 5- Dar Asas Ao Pensamento, O Sonho De Um Bem Querer, Rancho E Terra Pra Viver, E A Criação A Contento. 6- Mulher E Filhos Por Perto, Amigos Livres Também, Caminhos Pra Ir Além, Os Campos E Céus Abertos. 07- A Merecida Recompensa, Por Anos De Empenho E Luta, Que Venha Qualquer Labuta, Na Livre Escolha Pra Senda.
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08- Campos Lavouras Charqueadas, Qualquer Trabalho Braçal, O Esforço Não Fará Mal, Pra Sonhos De Asas Alçadas*. *Tupinamba Nascimento nos diz em seu Livro – O Negro E A Revolução
Farroupilha - que, o que aconteceu foi o seguinte: Os lanceiros e os Infantes
acreditaram nas negociações de paz e na trégua: a retirada das munições ( as
armas desmuniciadas), era o sinal: o fim da guerra, e passaram a sonhar com a
liberdade prometida em recompensa há anos de lutas empregados no fronte.
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Poema III 01- Sonhos Que A Noite Leva, Angustias Que A Vida Trás, Uma Esperança De Paz, Pruma Emboscada De Guerra. 02- As Certezas Destroçadas, A Traição Da Insanidade, Repentina Tempestade Assolando A Madrugada. 03- Se Acordar De Um Sonho Lindo, E Cair Num Pesadelo, Lanças, Espadas,
Flagelos: Portas Do Inferno Se Abrindo. 04- E Sobre Tudo O Castigo De Se Ver Numa Emboscada, Sem Ter Valência De Nada, Em Meio A Mil Inimigos. 05- “Se Correr O Bicho Pega, Se Ficar O Bicho Come”. Quem Tem, A Honra Dos Homens,. Em Pé Se Sustenta Às Cegas. 06- A Própria Morte Em Cruzeiro, Em Visita Repentina, Feito Sombras Assassinas, Pra Despertar Os Guerreiros. 07- Negros Em Pontas De Choupas, Sem Trincheiras, Acampados, Sinistros
Clarins Rasgados, Atirando À Queima-Roupa.
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08- Não Há Tempo Pra Pensar. Quem É Talhado Pra Guerra, Num Salto Tem -se A Pelear, Vê O Terror Que Ali Se Encerra. 09- Correm Em Socorro Aos
Infantes, Os Lanceiros Pelo Atalho, Mas O Ataque É Qual Um Raio, Em Violência Fulminante. 10- Os Confrontos
Esperados, Olho A Olho, Braço A Braço, Na Empunhadura Do Aço, São Pros Guerreiros Honrados. 11- Mas Assim: Infame Ardil, Fruto De Um Covarde Engenho: Pela Paz Fingir Empenho, Armando Emboscada Vil: 12- Um Cenário Pra Ilusão, Relaxamento Insolente, Facilitando O Incidente: Forte Cheiro De Traição. 13- Entre O Vendaval Presente, Muitos Não Intendem Nada, Mas Se Alertam Os Mais Cientes: Sentem A Carta Marcada: 14- Nas Contas De Um Calendário, Conluio Medido À Régua, Acenando Com A Trégua, Quais Ribaltas Pro Cenário 15- De Um Satânico
Rosário Num Lirismo Comovente Pausas, Falas Convincentes Pra Um Teatro Sanguinário!
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16- Costuras De Espiões, Uma Falsa Boa Nova, Pra Nos Preparar A Cova, E Extinguir Nossas Razões. 17- Promessas, Negociações: Não Haveria Combates: Pra Então Nos Cevar Pro Abate, E Nos Cortar Os Tendões! 18- Os Imperiais Em Estrondos, Um Corte Rachando O Sono, O Bichará* Revoando, O Encontro Com O Abandono! 19- A Busca Do Próprio Corpo, Em Socorro De Si Mesmo / E A Busca De Si Mesmo, Em Socorro Ao Próprio Corpo* 20- Na Peleia Quase Às Cegas Quais Náufragos Sem Porto; Ver Que O Tratado Está Morto Na Violência Da Refrega, 21- E Se Ergueram Os Lanceiros, Que Preparados Pra A Paz, Saltaram Em Tempo Primaz, Em Socorro Aos Companheiros: 22- As Espingardas Sem Cargas, Apenas Lanças, Facões, E O Luxo De Alguma Adaga, Pra Buscar As Soluções. 23- Que Os Infantes Vão No Braço, Sem Cartuchos É O Remédio, Contra O Sanguinário Assédio, Desferido A Fogo E Aço.
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24- Homens Da Linha De Frente, Primeiros Atocaiados. Todos Foram Massacrados, Muitos Ainda Dormentes. 25- Retaguarda Farroupilha: Todos Sumiram No Ataque Os Lanceiros Sentem O Baque Em Socorro A Infantaria. 27- Um A Um Tombando Ao Chão Em Resistência Sem Igual Contra O Império Do
Mal: Da Tortura E A
Escravidão. 28- Batalha Em Desigualdade, Covardes, Na Madrugada, Assassinos De Emboscada, Vão Semeando Atrocidades. 29- Crueldades Aos Requintes Centenas Surgem Atacando Os Que Foram
Se Acordando: Era Um Pra Cada Vinte 30- Imperiais Surgem De Enxame Na Emboscada Maleva, Quais Mortos Vivos Das Trevas, Sobre Lanceiros E Infantes. 31- |
Poema IV 01 - O Coronel Gavião,* Irmão De Igual Para Igual, Consciente Em Sua Razão, Desde Os Campos Do Seival. * Comandante Dos Lanceiros,
O Coronel Teixeira Nunes, Carinhosamente Chamado De Gavião. Comia, Bebia,
Mateava, E Acampava Junto Aos
Negros , Foi Fiel, Amado E Respeitado Pelos Lanceiros. 02- Abolicionista Ferrenho,* Guerrilheiro Americano, Quis Unir Todas As Raças, Num Sonho Republicano, * Fazia Parte da ala abolicionistas
que, desejava e lutava por uma República com todos livres. 03- Por Ser Leal A Os Lanceiros, Desde O Começo Ao Fim, Foi Alvejado Primeiro, Mas Se Boleou Pro Capim. 04- Rolou Pra Trás Dum Cupim. Com A Lança Firme No Tombo; Rasgando, Lombos, Mondongos, Buchadas, Goelas, Fucins”.* * Afro: Todos O Sistema Digestório Do
Baixo Ventre. *Fucins; Licença Poética de Fucinhos 05- E Grita: Avancem Lanceiros, Que O Contratempo É
Gigante, Peleando Pelos
Infantes, Peleamos Por
Companheiros!!! |
06- Gavião: É A Própria Lança, O Bichará No Contra Braço,* Aparando Pontas De Aço, Tem Pena De Quem Alcança. . *Braço oposto ao que maneja a lança. 07- Quando Alça A Lança No Espaço, Em Um Alvo Em Claro
Ataque, Ao Ver O Tremor Do
Baque, Julgando O Estrago
Do Aço: 08- Deseja Abandonar Tudo: Em Sentimentos
Profundos Quer Ir Embora Do
Mundo, Mas Pensa Peleando
Mudo: 09- “Não Há Outra Solução, É O Corpo A Corpo Mortal, Contra O Abuso Imperial: Torturas E Escravidão...”. 10- Se Dar Conta Do Engodo E Da Longa Trama Armada: O Uso Da Paz Sonhada, Pra Então Revelar O Lodo, 11- Depois De Um Jardim Eterno, De, Em Luzis Vestir Um Véu: É Como Sonhar Com O Céu, E Se Acordar No Inferno. 12- E Então Se Encontrar Nas Trevas, A Tropeçar Pro Abismo, Qual Uma Peça Do Cinismo, Ver-se Pro Abate Na Ceva: 13- A Canalhice Em Juízo Faz Gana Que Vem E Explode: E A Lança Rasga O Que Pode E Mata Porque É Preciso. |
14- O Coração Se
Assusta, Acusa E Condena O
Feito, Mas A Razão A
Despeito, Berra Que A
Violência É Justa. 15- Fecham-se
Olhos, Ouvidos, Na Tentativa
Extremada, De Não Querer
Sentir Nada, Mas Nunca Dormem Os
Sentidos. 16- E Mesmo Em
Sonhos Atentos, Nos Cobram Os
Nossos Feitos: Quem Tem Alma E
Sentimentos, Apertos Arrocham O
Peito. 17- É O Julgamento
Da Mente: Quando Se Mata Em
Batalhas, Mesmo Sabendo
Canalhas, A Consciência Cobra
E Sente.
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Poema V 01- É Feio Matar Pessoas, Mas É Matar, Ou Morrer, Do mpério Muitos Tombaram, E Disseram Ninguém Perder, 02- Contam Só Os Mortos Negros, Em Seus Lúgubres Exames, Não Dizem Quem São Os Brancos, Que Cheiravam A Sebo E Sangue, 03- Não São Laivos Só Farrapos, É Sangue E Sebo Imperial, Catinga De Carniceiros, Cheira A Urubu E Chacal. 04- Se Ergue O Negro Bomani, Um Corisco No Trabalho, Deixou Um Ataque Passar, Numa Manobra De Atalho. 05- Gavião Viu De Soslaio, Vindo Alguém Por Trás Qual Bruxo, Numa Relampejar De Lança, De Pronto Varou-lhe O Buxo.* * Afro: Estômago 06- Vem Outro Porco Em Repentes, Querendo Versos E Estrofes, Atacou, Passou Ao Lado Gavião Rasgou lhes Os Bofes.* * Do Espanhol: Os
Pulmões: De Bufar .
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07- Cerne De Lei,
Braça E Meia, No Extremo Ponta De
Aço, O Corpo Fora
Alça A Lança, Que Tranca Num
Espinhaço, 08- Numa Refrega
Apreçada, À Luz Da Boieira
Tardia, De Uma Lança
Arremessada, Vê Os Cornos* Que
Ela Atingia. . 09- Kabinda,
Salvou-lhe A Vida, E Emparelhou-se Ao
Costado, De Sobra Lanceou Um
Outro, Varando De Lada a
Lado. 10- Pra Muitos
Ainda Deu Tempo, De Enrolar O Poncho
Ao Braço, Bichará De Lã
Batida, Que Apara Corte E
Pontaço. 11- Mas Pra Quem
Perdeu O Compasso, Sem Trincheiras Na
Emboscada, Pelearam Com As
Mãos, Mais Nada, Contra Lanças E
Balaços: 12- Sombras
Horríveis Na Noite, Espadas Rasgando Em
Cortes, Balas Chovendo Em
Açoites . São Mensageiras Da
Morte, 13- Avança O
Negro Kabinda, De Um Varou As
Costelas,* D’outros, Cruzadas
De Adaga, Cortam Orelhas, Beiços,
Goelas. 14- Os Imperiais Vem
De Enxame, Fuzil E Espada À
Vontade, Em Nome De Um Mundo
Infame, Dizimando A Liberdade. |
Poema VI 01- São Quais Hienas Covardes, Não Haveria Acordos, Atiram Em Dominados: Já Rengos, Manetas, Tortos, 02- Vão Nos Moendo Aos Poucos, Qual Trigo Em Pedra De Mó, A Razão Não É A Vitória, É O Extermínio Sem Dó. 03- A Escuridão Perde Alçada, Pra Proteger Seus Ardis, O Fogo Faz Lusco Fusco, Mostra O Alvo Dos Fuzis. 04- Então Bomani E Gavião, Atraídos Pro Nascente, Pruma Corja De Imperiais, Lhes Atacar Do Poente. 05- Pombo Grita, Eles Se Viram, A Boieira Faz Favores, A Tempo Deles Notarem, Outros “Atocaiadores.” 06- Gavião Guarda O Nascente, Kabinda Junto A Bomani, Percebem A Cilada A Tempo, Braços E Lanças
Se Expandem: 07- Rumor De Novilhos Xucros, Fazendo Escarcéu No Brete, É Lança Que Puxa E Mete, Zunindo Contra O Empuxo.
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08- Urros, Bufos E Gemidos, Entre Os Berros Desusados, Quais Porcos E Bois Sangrados, Morrem Guinchando E Mugindo. 09- Relampejares De Adagas, Lanças Em Cortes Cruzados, Não Dão Sequer Pra Partida, São Seis Corpos Empilhados. 10- Ombro A Ombro Braço A Braço, Lutam Um Guardando Outro, O Dorso Guardando O Dorso, O Bichará Barrando O Aço. 11- Os Assassinos Atacam, Quais Mortos Vivos Penados, Fazem Alvo Pelas Costas, Matam Vencidos, Dobrados. 12- Um Grupo Atacam Furtivo, Mas Erram E Fogem A Os Tombos, Deu Pena: Deixam Escapar, Com Alvo De Todo Lombo. 13- Pombo E Milonga Se Riem, Mas Não Dá Tempo Pra Nada, Gavião Chama Em Tenência, Chegam Quais Vacas Alçadas. 14- O Ataque Qual Ventania, Na Vil E Macabra Dança, Valentões: Golpeia Em Cima, Kabinda Lhes Abre As Panças. 15- Quase Não Deu Pra Olhar, Mas De Um Eu Lembro A Visão: Um Relâmpago De Adaga, E O Tripório* Todo Ao Chão. * Conjunto De Todos
Os Intestinos.
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Poema VII 01- Resistir Daria Em Nada Vinham A Torto E A Direito, Armados Até Os Dentes, Matando De Qualquer Jeito. 02- Farrapos Brancos Sumiram, Ao Terror Da Força Bruta, Contra Um Dilúvio De Vis: Sobram Negros Pra Labuta, 03- Muitos Infantes Sem Armas, À Morte Gritaram, Não! E Destroçaram Imperiais, Tomando As Armas De Suas Mãos. 04- Em Uma Derradeira Lei, De Um Justo Golpe Fatal, Tomavam Armas No Braço, Num Corpo A Corpo Mortal. 05-Tomavam Espadas E Lanças, No Vespeiro De Imperiais, E Resistiam Com Tais Armas, Das Mãos Dos Próprios Chacais. 06- Mas O Fuzil Do Inimigo Tem A Bala No Atirador* Depois De Gastar A Bala, Não Há Bala Para Repor. 07- O Cartuchame Rival, Está Em Sua Cintura, Mas Curvar-se Pra Pega-lo, É Cavar A Sepultura.
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08- Atacam Quais Gafanhotos, Em Nuvem De Aluvião, Só Ha Tempo Pra Lutar, Não Há Consulta A Razão. 09- Ceifam Vidas As Dezenas, As Matam Sem Compaixão, Visam Mais Do Que A Vitória, É Morte, Ou Escravidão. 10- Entre A Covarde Refrega, Foi Vital Se Por A Salvo: As Costas São Sempre Alvos, Pra Assassinos Chumbregas . 11- Um De Costas Pro Outro, Num Lampejo De Consciência, Foi Assim A Resistência, Mas Fomos Tombando Aos Poucos, 12- Pois Era Uma Insana Luta, A Desigual Das Desiguais, Contra Covardes, Hediondos, Vis A Não Poder Mais. 13- Cada Lanceiro Peleando, Com Dez Imperiais Sem Dó, Ver Companheiros Caindo, Qual Pedras De Um Dominó: 14- Aquilo Foi Dor, Paixão...! Num Lampejo De Experiência, Gavião* Chama Em Consciência, Os Lanceiros À Razão, 15- Mas Se Emperram
Mais E Mais, Lanceiros À Duras Penas Contra Enxames De Yenas Brandindo Golpes Mortais |
16- Com O Bom Senso Aos Dominios: Gavião Compreende A Razão: O Projeto... É O Extermínio, E As Sobras Pra Escravidão. 17- Reconhecendo A Derrota, Conscientes Da Situação, Palavras Voam Das Bocas, Se Agacham Bem Rente Ao Chão 18- Gritam, Chamam Pelos Nomes, Pra Abandonarem A Luta, É A Mais Desigual E Bruta, São Carniceiros Com Fome. 19- Mas Morrer É Bom Conselho, E Muitos Preferem A Morte, Que Escapar Daquela Sorte, Sem Poder Se Olhar No Espelho. 20- Outros Usando A Razão: Não Tem Porque Resistir, Percebem Que O Não Fugir, É A Completa Extinção: 21- Da Vida E Da Liberdade, Dos Anseios, Todo Os Sonhos: Trocar Mundo Sem Tamanho, Pela Morte E A Iniquidade. 22- Rastejam, Fogem Do Inferno, Dezenas De
Companheiros, Vão A Pé,
Ou A Cavalos, Se Embrenhando No Pampeiro. 23- No Lusco
Fusco Da Aurora, Se Perdem Na Imensidão, Em Pensamento Irmanados, Lanceiros E Gavião.
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24- Negros Corações Latentes, Rumor Do Império Atacando Galopam Com Os Resistentes Em Suas Mentes Lutando: 25- Que Se Fincaram Lá Atrás, Numa Luta Sem Igual: Grandiosidade Moral, De Quem Livre Morre Em Paz! 26- Valentes Obstinados, Nos Dão Proteção E Aporte, Lançando Luz E Legados, Calçam O Pé Até A Morte.
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Poema VIII 01- Impávido O Cerro Tomba, Porongos Em Silêncio Berra, Atocaiado Na Sombra, E Destroçado Por Terra. 02- Entre A Turva Madrugada, Pra Quem Viu Toda A Chacina, Foi Mesmo Que Ver Fantasmas, Feito Sombras Assassinas. 03- Ao Longe Se Ouve Os Disparos, Em Silêncios E Refrães, Nos Causando Desamparos, Ao Lembrar Execuções. 04- Sem Clemência E Sem Razão, Morte A Os Que Se Aniquilavam , Porque Já Não Se Prestavam, Ao Retorno À Escravidão. 05- À
Liberdade, À Paixão, Morte Linda, Em Pé Peleando Morrem Sequer Sussurrando: Em Honra À Livre Razão. 06- Entre Os Vis Imperialistas: Há Muitas Yenas Mortas, Mas Os Escritos Imperiais Pros Seus Mortos Dão As Costas. 07- Nossas Lanças Levam Laivos: A Realeza Fedentina, Quem Não Fede A Sebo Ranço, Fede A Boca De Latrina.
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08- Tripas, Bofes E Mondongos, Lombos, Panças, Goelas, Caras, Imperialistas Talhados, Qual Manta De Charque Em Vara. 09- Dificil O Golpe Certeiro, Parecia Um Terremoto Em Nuvens De Gafanhoto Não Davam Tempo Aos Lanceiros 10- Mas Se Feridos Mortais Era Até Um Desaforo Morriam Aos Guinchos Quais Porcos Na Tábua Do Abatedouro 11- Mataram Muitos Lanceiros, Mas Tramando Seus Embustes: Negam Que Tiveram Mortos, Mas Mentiram Os Abutres. Tiveram Mortos Que Eu Vi, E Os Vivos Com A Marca Imunda, Talhos E Retalhos Nas Fuças..., E Rasgos De Lanças Nas Bundas. 12- Covarde É Assim Mesmo, Precisa Viver Marcado, Pras Vezes Que Ir No Espelho, Lembrar Que É Um Cú Cagado. 13- Lanceiros Também Tem Marcas No Rosto, No Peito, No Braço, Herdada De Igual Para Igual, Na Empunhadura Do Aço. 14- Muitos Guerreiro Ficaram, Pelearam Até Desarmados, Coragem: Morrer Peleando, Medo: Viver Desonrado. |
15- Foi Assim Com Muitos Negros, Lutaram Apenas Com As Mãos, Contra Lanças E Espadas, E Balas De Mosquetão. 16- E Não Fugiram Da Raia, E Não Pediram Guarida, Calçaram O Pé Na Batalha, Honrando Com A Morte A Vida.* 17- Teria Sido Prudente, Se Ouvissem A Gavião, Mas Querer Morrer Peleando, É Pros Grandes Tal Questão. 18- Corram Enquanto Há Tempo! Não Quiseram Ouvir Nada, Mostrando-Nos Clara Intento: Proteção A Retirada. 19- Ouviam, Não Respondiam. Lutavam De Alma Muda, Na Comovente Intenção, De Nos Dar Vasão Pra Fuga. 20- E Mesmo Com O Alto Risco, De Caírem Na Prisão, Pruma Eterna Escravidão, Ou Nunca Mais Serem Vistos. 21-
Mas Houve Um Grito Afinal: Salvem-se Enquanto
É Tempo, Que A Guerra É Um
Vendaval, A Qual Não Perdoa Os Lentos. 22- Se A Árvore For Derrubada. Então Recolham As Sementes, E Plantem Numa Vertente, Que Dê Frondosas Ramadas...
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23- E Muitos Que Ali Peleavam: Partiram Pras Pradarias. Fogo Estanho E Ferrarias, Contra Os Negros Que Ficaram. 24- Em Honra Se Empenhando, Em Salva Guarda A Razão: Escolher Morrer Peleando, Pra Dar Retiro Á Irmãos. 25- É A Liberdade
Mantida No Moral Lanceiro Negro Que Não Se Prende Em Apegos Mesmo Sendo A Própria Vida! 26- Tempestade Em Sentimentos; Na Consciência Da História O Revés Da Luta Inglória Centrando Aquele Momento: 27- Não Tinha Como Ir Buscá-los: Seria Pro Império O Guizo : A República Em Juízo, De Bandeja Presenteá-los. 28- Nossa
Alma Geme E Voa, Dor Infinda Nos Revolve, E Se A Razão Nos
Absolve, O Coração Não Nos Perdoa. 29- Nos Voltamos Em Martírios! Gavião Fez Nos Conter: -É Como Se Oferecer Em Sacrifício Pro Império!!! 30- Regressando
Pra Morrer, Seria (A Decepção). Sim... Pra Todo Aquele Irmão, Que Ficou A Nos Valer....!!! |
31- Proteção
Pra Desertar: Condição Pra
Sanidade: Cabedal Pra
Liberdade, Pela Qual Viemos Lutar 32- O Que Importa É Que Lutamos: O Juízo Que Nos Norteia, Cada Senzala
Incendeia, Ao Saber Que
Continuamos. 33- Saber Que Os
Lanceiros Vivem Faz Ribombar
Corações, Desenrolando As
Razões, Pra Quem Pulsa E
Quer Ser Livre 34- Por Mais Que Clame A Emoção, Não Deem Vazão Aos Sentidos: Gemeis, Chorais Comovidos, Mas Ouçam A Voz Da Razão: 35- É A Lei De Toda Nação: Quando O Inimigo É Mortal: Ou A Razão Vence
O Mal, Ou É Total
A Extinção. 36- Mas Remorsos N’Alma Ardem: Por Mais Razões Que Vestimos, Ainda A Consciência Ouvimos, Nos Apontando Covardes. 37- A Altivez Se Desmedra: Todos Tristes Cabisbaixos, Qual Trigal Que Quebra O Cacho Na Tempestade De Pedra. 38- Quais Estátuas Nos
Plantamos, Refletindo A Amplidão, Choramos Na Imensidão, Como Nunca Então Choramos. |
Os Resistentes “O Rescaldo” Capitulo XVI Poema I
E Veste-se Com Cuidados, Não Há Nada O Que Fazer, Sua Missão Vem No Rescaldo. 02- E Se Da Conta Da Ironia: A Guerra É Violência Ao Ermo, Uma Fábrica De Enfermos, De Mortes E De Agonias...
Tinir De Adagas E Lanças, Tiros, Berros, Desesperos, E O Predador Não Se Cansa... ... ... 04- Ficaram Negros Peleando, Qual Náufragos Entre As Ondas Coragem, Questão De Honra, Morrer Sem Fugir À Luta.
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05- De Sobre Salto Peleando, Quais Animais Atacados, Por Tubarões Esfomeados, Que Atacam Já Devorando. 06- Calada Perversidade: As Respirações Ouvindo: Mataram Gente Dormindo, Sonhando Com A Liberdade 07- São Carniceiros Indômitos, Não Há Quem Ataca Igual, Com O Requinte De Tal Mal, O Diabo Teria Vômitos. 08- Uns Acordaram Morrendo, Outros Morreram Dormindo, Armados Que Levantaram, A Desarmados Se Unindo. 09- Lanceiros Contra Imperiais, Vão Lhes Rasgando Matambres, Mas Eles Vem Quais Enxames, Cai Um, Vem Dez Vezes Mais. 10- Não Há Consulta A Razão, Sequer Há Tempo Pra Sustos, Relâmpagos, Lusco-Fusco, É Clarões Na Escuridão. 11- Guerreiro Vale Guerreiro, Os Olhos Buscando Espaço, Pra Golpear No Contra Aço, Parceiro Guarda Parceiro. 12- Pra Morrerem Lindamente, Em Um Combate Mortal, Em Resistência Contra O Mal, Que É A Morte Dos Valentes. |
13- E O Mal Se Conhece O Rastro, De Onde Vem Seus Emissários, Que Oprimem, Torturam, Matam: Com Mãos De Ferro Do Império. 14- “Qual O Rumo, Qual A Sorte? Quem Nos Fez Alvo Marcado? Pra Encontrarem Nosso Norte, E Nos Abater Qual O Gado?”: 18- Se Pergunta Então Cambami*. E Dassor * Grita Em Combate: - “Nos Marcaram E Apartaram Qual Uma Tropa Pro Abate???” 19- “Não Se Contentam Em
Matar Qual Orda A Mando Real: Sangram, Coreiam, Retalham Qual Charque Em Manta Pro Sal!”
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Poema II 01- As Surpresas São Da Guerra, A Emboscada Também, A Intriga A Espionagem, Traição Comprada A Vintém. 02- Porém Servir-se Por Anos, De Uma Tropa Inigualável, E Entregá-la Desarmada, Pro Abate, É Inominável. 03- Não Existe Provas Feitas; Indagam Sobre Espiões, Chefes De Altos Escalões, Mas Um Desponta Às Suspeitas. 04- Nas Tendas De Assistência, Há Tensa Preocupação, Nos Corações, Nas Consciências; Com Angustiante Apreensão. 05- Então Sessa A Escaramuça, Gemidos, Urros De Dores, Ranger De Dentes, Tremores, Francisca Parte À Labuta...! 06- Os Lanceiros Continentes: Cercados E Aprisionados, Guerreiros Morrem Calados, Refletindo O Sol Nascente. 07- Francisca
Vê Piões Cruéis, Sobre Tombados,
Feridos. Perversos
Quais Cascavéis Executando
Vencidos.
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08- No Campo Um Lençol De Mortos, Centenas De Aprisionados, Que Irão Regressar Pro Tronco, Em Grilhões Acorrentados. 09- Então Avança Pra Lá, Mas, De
Abutres Surgem Garras, Que Lhe
Põe No Peito Espadas: Pra Que
Francisca Não Vá: 10- Em Socorro Aos Desvalidos, Que Tombaram
Emboscados, E Mesmo Assim São Sangrados, Sendo Mortos Sem Sentidos. 11- São Abutres Carniceiros, Que Estão Cercando Porongos, Enquanto Matam Herdeiros: Do Sul Ao Norte Do Congo.* *Embora Em Número Menor,
Havia Escravos descendentes do Congo, e principalmente de regiões ao norte e ao
sul. 12- Mas Se Cansam Da Matança: Feridos Resistem Em Vida , E As Mulheres Comovidas, Põe O Juízo Na Balança. 13- Então Renascem Palavras, De Antigas Nações Tribais, Num Mundo Humano Em Escombros, Dor Em Línguas Ancestrais: . 14- EKoka, Gege, Kicongo, Yombe, Yaka, Yauma, Umbundo, Matamba, Chócue Ovambo, Ndombe, Nyemba, Kimbundo.
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15- Deuses Foram Alvorados, Chamados Da Natureza, Do Reino De Aiê A Orum, Em Orixás E Riquezas. 16- Obá! – Edé! – Oduduá! Aganju! – Exu! – Oxum! Oxanguiã! - Orunmilá! Oraniã! – Otim! – Ogum 17- Os Mortos Do Mundo Aiê, Todos Guerreiros De Ogum, Foram Com Olurumarê, Livres Pros Campos De Orum.* 19- Os Lanceiros E Gavião*, Sobrevivos Da Emboscada, Seguiram Em Campanha Armada, Defendendo O Velho Chão...!!! *Campos Para Onde Vão Os Guerreiros Mortos Em Luta merecedores de
glória..
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Poema III 01- Francisca Se Angustia, Sapiência Para Aliviar Dores, Mãos Talhadas Pra Curar, Sem Poder Prestar Favores... ... ... 02- Depois Então, Liberada, Para Os Brancos Socorrer, Índios, Mulatos, E Negros... Nesta Ordem Pra Atender... ... ... 03- Seguida De Ajudantes. Muitas Choram Com Emoção. Mulheres Prestando Ajuda. De Prontas E Aflitas Mãos... ... ...
Qual Nuvem De Gafanhotos, Que Pousam Em Plantações, As Deixando Só Nos Tocos... 05- E Vão Escolhendo Gente E Os Fazendo Prisioneiros Irão Pro Rio De Janeiro A Ferros: Grilhões, Correntes. |
Poema IV 01- Surge De Regresso O Médico, Contornando O Pé Do Morro, É O Esposo De Francisca Trazendo O Pronto Socorro... ... ... 02- Matéria Base, Elementos: Princípios Primos Em Vítros, Petrechos, Medicamentos, ,Por Ele E Ela Prescritos. 03- Partira E Deixara Há Dias, O Exército Ordenado, Chega E O Que Vê À Frente, É Qual Rastro De Um Tornado. 04- Dias Longos, Intensivos, Trabalhos, Noites Em Claros, Correrias E Martírios, E Perdas De Amigos Caros... !!! 05- Longe De Tudo E De Todos Nenhum Recurso Por Perto A Pampa Livre É Um Deserto É O Médico Ao Velho Modo 06- A Enfermaria Ao Ar Livre, Céu Aberto De Novembro, Gente Estendida Ao Sol, Dentes Cerrados Gemendo. 07- E O Socorro Dedicado, Longas Horas Na Senda, As Sombras Improvisadas, Galhos, Ramos, Mantas, Tendas.
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08- Sofrimentos, Mortes Lentas, Procedimento, Improvisos.. ... ... Nada Disso Era Preciso: Houve Sinais, Recomendas...!!! 09- Que O Chefe Não Quis Ouvir, Todos Eram Seus Amigos, Pra Entregar-se Ao Engodo, Armado Pelo Inimigo...!!! 10- Ou Então Fingir O Credo, Num Distorcido Tratado, Pra Encobrir Uma Traição, E Acertos Com O Outro Lado. 11- Suspeitas Nasce Em Porongos Perguntas Já Na Alvorada: -Guerreiro Que Se Diz Bravo, E, Que Some Da Luta Alçada...??? 12- Francisca Reflete O Golpe, Que Em Uma Atração Caíra: Ficou Só Na Madrugada, Enquanto O Garanhão Partira. 13- O Ataque, A Chuva De Balas, O Estrondo Meio Ao Escuro, Todos Gritando Em Apuros, Sem Ninguém Para Ampará-la 14- Na Hora Mais Precisada, Quem A Surpreende Então...! O Homem Mais Preparado, Pronto Com Suas Hábeis Mãos...! 15- Duarte Ergue Os Feridos..., Vai Suturando Os Cortados...;< Entalando Ossos Quebrados..., Reconfortando Os Vencidos...,
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16- Tal Qual Como Sempre Fez, Com Francisca Sempre Ao Lado, Durante Anos A Fio, Em Seus Socorros Prestados...!!! 17- Todos Ali Desabados, Guerreiros Por Si Validos, Sob Os Pés Dos Inimigos, Examinados, Cuidados...!!! 18- Sob As Ordens Do Império: Seus Princípios Excludentes: Duarte Dribla Os Critérios, Pra Chegar A Os Mais Urgentes. 19- Ordena Seus Comandados: Façam Tempo De Excelência: Brancos, Índios, Depois Negros: -“Mas, Segundo As Emergências”: 20- Primeiro Os Mutilados, São As Ordens De Sua Voz: -“ Cortes Profundos Após Por Último Os Escoriados”. 21- Acudindo Ambos Os Lados, Não Vê Vau Pra Outra Mão: Mesmo Com Bases Na Ação, São Enfermos Segregados. 22- E Outros Feridos Em Ais Levados Para Uma Estância, Dado As Suas “Importâncias”: Por Serem Pragas Imperiais. 23- Aos Quais, Duarte Em Guarida, Todo Dia Os Visitava, E Sua Arte Emprestava, Pra Devolver-lhes À Vida.
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Confissões 01- Na Porta
De Sua Tenda, O Papagaio
De Tão Só, Em
Tristeza De Dar Dó, Murmura
Em Sua Vivenda. 02- Então
Recebe O Carinho, E Atenção
De Seus Donos: Remédio
Pro Abandono, Pra Quem
Se Perdeu Do Ninho. 03- Aflição Nos Olhos Seus: Cabisbaixo,
Deprimente, Parece
Que Está Consciente, De Tudo Que
Aconteceu. 04- Murmurando
Bem Baixinho, De Cortar
O Coração, Provocando
Compaixão, Está
Triste O Animalzinho. 05- Afagam O
Pobrezinho, Depois
Cansados Da Senda, O Recolhem
Para A Tenda, E O Abrigam
Em Seu
Cantinho.
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06- Adentram-se
E Num Lampejo, Francisca
Lembra O Intento: De Contar
O Advento: Efeitos
De Seus Desejos. 07- E Se Prepara Previdente, Pergunta-se: Se É A Hora? Então Decide: É Agora, Porque O Conforto É Urgente! 08- E A Duarte Confidente, A Sua Frente Se Prostrou. Leve E
Franca O Preparou, Pra Contar
O Incidente. 09- Relata O Que Se Passou, Entre Ela E O Comandante... ... ... Sonhos Densos, Revoantes, Que Em Sua Ausência
Sonhou...!!! 10-Fantasias
E Lirismos, Que Viveu
E Que Voou, “Que Em
Pesadelo Pousou”. Ao
Despertar Pra Um Abismo...!!! 11- Então O Médico A Encarou..., Bem Fundo No Sentimento..., Percorreu Por Todo Um Tempo..., Reviveu..., Rememorou...., 12- Naquela Intensa Emoção, Entre Grandes Sofrimentos, Aquietou-se..., Então Lembrou...,, De Todos Os Bons Momentos... ... ... 13- Que Com Francisca Viveu...` O Dia Que A Conheceu, Os Seus Primeiros Passeios, As Alegrias, Os Anseios...
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14- Aquele Primeiro Olhar, Refletindo A Paixão, Quando Deram-se Às Mãos, E Puseram-se A Passear... 15- Então Com Calma Contou Que Quando Andou Na Cidade, Se Encontrou Com Um Velho Amor, E Que Então Matara A Saudade...!!!* 16- Francisca Que, Apreensiva, O Aguardava Em Ação, Qual Juiz Em Condenação: Torna-se Também Juíza. 17- Por Um Bom Tempo Se Olharam , Calados, Compenetrados..., E Seguiram Se Olhando, Olhos Nos Olhos Cravados. 18- Pareciam Implicáveis. Aqueles Olhos Se Olhando, Mil Lembranças Se Passando. Frente A Frente, Inarredáveis: 19- Os Dois Agora Lembrando, Bons Momentos Que Viveram, O Dia Em Que Se Conheceram, As Lembranças Vão Rodando. 20- Há Valores Na Balança, Pesando Em Ambos Os Lados, Os Corações Disparados, Os Sonhos, As Esperanças. 22- Cada Um Com Seu Legado Entrelaçando Suas Almas, A Razão Buscando A Calma, Os Sentimentos Cuidados.
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23- E O Tempo Em Voltas Passando, Em Movimentos A Rodar, Voltando Ao Mesmo Lugar, E Aqueles Olhos Se Olhando. 24- As Cartas Todas À Mesa, Naipes De Ambos Os Lados, Pondo Em Risco Seus Legados, Pra Salvá-lo Com Nobreza. 25- Um Risco Que
Toda Mulher, Jamais Deverá Correr, Pois Se O Machista
Souber, Ela Poderá Morrer. 26-.E A Vida É Particular, Pra Se Revelar Segredos, Limitados Por
Degredos, De Abusões A “Nos” Regrar. 27- Com Francisca E Com Duarte, Foi Bastante Diferente, Eram Livres,
Resistentes, E Fortes De Parte À
Parte. 28- Já Não Mais São Fiéis
Puros, Mas Honestos Frente À Frente, Grandiosos Diante Ao Incidente Se Reerguem Mais Seguros. 29- E Num Elã Se Enxergaram, Riram-se Sem Se Conter E Cumplices Se Encontraram: Perdoaram-se A Compreender: 30- Os Incidentes, As Penas: A Vida, Suas Armadilhas, Que A Emoção Faz Dilemas, E O Entendimento Concilia. |
31- Os Dois
Dentro De Um Abraço, Em
Respeito A Própria História, Ventura,
Paixão E Glória, E O
Moral Forte Qual O Aço. 32- Na Noite Em Conversação, Adormeceram Pesados, Vinham De Um Dia Penado,: Irmãos Morreram Em Suas Mãos: 33- Delirando Esperanças, Quais Fossem Dormir Cansados, Pra Se Acordar Preparados, E Prosseguir Nas Andanças. 34- Amanhece E Os Resistentes, Mesmo Com Cortes Profundos, Foram Acordando Pro Mundo, Se Lembrando Que Eram Gente. 35- E Aqueles Que,
Prisioneiros, Da Luta Saíram Ilesos Nos Ombros Lhes Jogam O Peso De Se Tornarem Coveiros 36- Com As Pás Que Tinham À Mãos, As Covas Improvisadas, Uma A Uma Eram Cavadas, Irmãos Enterrando Irmãos. 37- A Vida Que A Guerra Ceifa: Chusma De Cruzes No Campo, Quem Se Acorda Seca O Pranto, Com A Liberdade Desfeita. 38- E Os Urubus No Cangote, Anunciando Àquela Gente, Um Futuro Pertinente De Grilhões, Tronco E Chicote.
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A Lança Extensão Das Mãos, Em Busca Da Redenção, E No Final, Traição Tirana. 40- Sol Levante A Uma Braça, Francisca E Então Duarte, Já Estavam Fazendo Parte, Qual Boa Nova Em Graças. 41- Acompanhando De Perto, Sempre Esperados, Queridos: Reconfortando Os Feridos, Esperançando Os Despertos: 42- Com A Cura Encaminhada; Furos De Balas Fechando, Os Cortes Cicatrizando, Quebraduras Entaladas. 43- O Moral Quando
Alquebrado, Não Casa Com Ferimentos, O Paciente Em Desalentos, Recupera Demorado. 44- Foi Assim Com Todo Aquele, Que Saiu Pra Socorrer, Por Sua Própria Conta E Risco, E Aos Infantes Quis Valer. 45- Se Ao Caso É Um Vitorioso, Nem No Leito Quer Ficar, Em Busca Da Montaria, Já Quer Partir Pra Lutar. 46- O Pior Dos Ferimentos, Pra Todos Aqueles Guapos, Foi Moral: Um Sentimento, Que Os Deixou Quais Fossem Trapos.
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47- Desconfiados De
Traição A Certeza, O Chão Seguro Virou Abismo, Apuros: Sem Rumos Na Vastidão 48- Depois De Um Certo Conforto, E Suas Perdas Superando, Ainda Chorando Os Mortos, Muitos Foram Levantando. 49- Segue O Médico Duarte, Os Resgatando Do Tombo, Com Os Negros O Moral, Os Corações Em Ribombos: 50- Prisioneiros Já Marcados, Para Um Destino Distante, Trabalhar Para Importantes, Como Escravos Condenados: 51- Falando Ao Pé Do Ouvido Enquanto Em Procedimentos Vai Ouvindo Pensamentos, Em Conselhos Comovidos: 52- “Primeira Oportunidade: Abram Rasgos, Cortem
Rombos, Nas Matas Ergam Quilombos, E Construam A Liberdade.” 53- Aos Índios Fala Dos Campos: Vidas
Livres, Novos Dias, Contra
Limites De Estâncias, Marcadas
Em Sesmarias: 54- Soltem-se
Nas Pradarias, Nos
Campos Desmensurados, Antes
Que Os Recortem Em Fatias, Com
Limites De Alambrados. |
55- Aos
Tropeiros, Domadores, Lembra
A Vida Itinerante, Estancias,
Tropas E Domas, Povoados,
Festas Dançantes. 56- A
Os Pardos E Aos Teatinos: Nem
Cidadãos Nem Selvagens: Sigam
Abrindo Passagens, No
Mundo “Continentino.” 57- Enquanto As Mãos De Francisca, Vão Refazendo Ataduras, Vão Trocando Curativos, Lhes Dispensando Ternuras. 58- Percorre
Em Recomendas, Leitos E Tendas No Pasto, Velhos Amigos Enfermos, Feridas De Estanho E Aço. 59- Esmeros, Sábios Cuidados, Os Tranquiliza E Acalma, Suas Palavras E Suas Mãos, São Puros Afagos N'Alma... 60- E As Dosagens De Remédios, Dadas Com A Colher Na Boca, Pra Curar Todo Guerreiro, E Lhe Atiçar Quimeras Loucas: 61- Sonhos E Ânsias De Curas, Devaneios E Romances Com
Alguém “Fora De Alcance” Que
Lhes Toca Com Ternura. 62- Delírios
Em Deserção: Felicidades
Sem Fim, Num
Rancho Lá Nos Confins, Viver
Eterna Paixão.
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63-...E
O Lanceiro Indiferente, Às Belezas
Da Enfermeira: Sonha Com Sua Linda Negra, Num Outro
Mundo Premente: 64- Num
Quilombo Bem Distante, No Meio
Das Matarias, No Alto
Das Serranias, Com
Vista A Todo Horizonte. 65-
Águas Doces Cristalinas, E
Cachoeiras Para O Banho, Sonho
Possível Em Tamanho, Com A
Amada Linda E Felina. 66- Francisca
Não Vê Desdém, Nem O
Distingue Dos Outros: Olhos
Ternos, Meigo Rosto, Trata
Lhe Querendo Bem. 67- Os
Imperiais Em Ação Se
Aprontam Pra Debandar Deixam
Feridos Pra Trás: Não
Servem Pra Escravidão...!!! |
Desterro Capítulo XVIII 01- Os Dias Em Desencantos, Lentos, Tristes E Pesados, Com O Lúgubre Legado: Enterros, Cruzes No Campo. 02- Corpos Feridos, Marcados, As Histórias Nas Lembranças, Lágrimas Que Rolam Mansas, E Deixam Os Rostos Lavados. 03- Um Sol Que Rumando A Pino, Vai Trazendo O Meio
O Dia. Aplacando As Agonias, Reconfortando Os Destinos: 04- Feridos Que
Então Fugiram Dos Matos Estão Voltando Os Socorros Procurando Depois Que Os Imperiais Partiram 05- Mulheres : Todas As Cores, Sem Mostrar Dificuldades, Sempre De Boa Vontade, Socorrendo Em Penhores.
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06- O Sol Declina Pra Tarde, Sem Pena Daquela Gente, Padecendo Ao Sol Fervente Que Aquece, Queima E Arde. 07- Nas Noites O Clima Ameno, ´São Alívios Refrescantes, Mas A Febre Alucinante, Faz Delírios Nos Enfermos: 08- Quanto Mais A Noite Desce Mais A Febre Queima E Sobe Mais As Dores Aparecem As Confissões Se Descobrem: 09- Um Contando Histórias Lindas, Que A Guerra Não Foi Em Vão, Que A Paz É Bela E Bem Vinda, A Liberdade, O Seu Chão: 10- Que Lavrou E Que Plantou, Que Colheu E Que Moeu, Fez Farinha E Amassou, E Do Seu Próprio Pão Comeu. 11- Outro Fala Da República Da Escravidão Abolida Da Liberdade Pra Vida Em Todo O Sul Da América 12- E Citam José Mariante, O Coronel Gavião, Zé Amaral Ferrador: Patronos Da Abolição 13- Passam Noites Em Delírios, Falam Em Plantas E Cercados..., O Rancho Todo Arrumado, Criação, Mulher E Filhos.
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14- Aos Poucos Vão Se Acordando, Da Ponta De Um Novelo, Caindo Num Pesadelo, E Das Contas Vão Se Dando. 15- São Guerreiros Que Pelearam Lanceiros Negros Tombados Por Estarem Mutilados Pra Escravidão Não Levaram 16- Uns Ainda Entrevados, Outros Já Se Levantando, Trôpegos Ajudando, A Levantar Os Tombados. 17- Aliviados Pela Hora: Imperiais Fazem Escombros, Tiram As Garras De Porongos, Montam E Partem Embora. 18- Levando Tudo Consigo, Cavalhadas, Armamentos, Viveres E Documentos, Irmão E Velhos Amigos. 19- Centenas De Prisioneiros, Acolherados* Mão À Mão, Fileiras Pra Escravidão Marchando No Chão Pampeiro. 20- Na Multidão Ao Reponte, Vão Qual O Gado: Tropeados, Pra Serem Escravizados, Muito Além Do Horizonte. 21- Deixam Feridos Pra
Trás, Pois Já Não Prestam Pra nada, Mão De Obra Escravizada, Tem Que Ter Força Tenaz.
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22- Entre Aqueles Que Fugiram, Da Ameaça Se Esconderam, Negras Reapareceram, Logo Após Que Eles Partiram. 23- Entre Elas, As Amantes, Mães, Irmãs, Primas, Amigas, Colos Que Davam Guaridas, Quando Cansados E Arfantes. 24- Em Agonia Com A Sina, São Pombas De Asas Quebradas, Já Não Podem Fazer Nada, Contra As Feras Assassinas. 25- Então Todas Sobem O Cerro, E Choram Ao Vê-los Partindo, E Os Sentem Ao Longe Sumindo, Na Agonia Do Desterro. 26- A Procissão Serpenteando, Campos, Bosques A Cruzar, Some Aqui E Surge Lá, Na Distancia Se Apagando. 27- Partem Pra Jamais Voltar, Nas Lonjuras Os Espera: Os Grilhões De Uma Quimera; Prontos Pra Os Devorar 28- Em Suas Mães, A Dor Contida, Não Tem Direito A Valer: Na Essência Do Próprio Ser, Banzas Morrem Em Plena Vida. 29- Pois Nunca Mais Serão Vistos, Salvo A Sorte Pra Um Fujão, Que Foge Ao Primeiro Vão, Mais Rápido Que Um Corisco.
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30- Ao Rumo D’Águas Do Mar, Na Trilha O Leste Buscando, A Multidão Vai Andando, Sem Direito A Descansar. 31- Paradas Pra Pernoitar E Muito Antes Da Aurora Levantam Pra ir Embora Quem Para, Apanha Pra Andar. 32- Todos Rogam Por Fugir: Na Noite São Pardos Os Gatos: Ganharão Brejos E Matos, Há Mocambos Pra Onde Ir.
33- Fora Disso Não Há Nada, Nem Vontade, Nem Razão, Nem Escolha, Ou Solução, Pra Esperança Devassada. 34- Pois No Porto Está Esperando, Um Veleiro Pra Zarpar, Rumo Ao Norte Navegar, Pra Escravidão Os Levando. 35- Lindos Sonhos, Longos Anos, Pelo Qual Livres Pelearam, Acreditaram E Viveram: E O Prêmio: Destino Insano 36- Nos Ombros Pesa O Destino, Calcando A Alma Penada, Mas Há Esperança Alçada, Nos Seus Olhos De Meninos. 37- Então Todos Vão Sonhando, Na Espreita De Frestas, Rombos: Uma Fuga Pra Um Quilombo, Onde Haja Irmãos Aguardando. |
38- Na Alma O Desengano; Por Léguas Acorrentados, Ao Reponte Aprisionados: Mão Cruéis, Olhos Tiranos. 39- É A “Feitoria Do Mundo” : Tortura À Dignidade, Morte À Honra, À
Liberdade; Em Cativeiros Imundos: 40- É A Anulação Do
Ser, Da Individualidade, Da Coletiva Vontade, E Da Alegria De Viver. 41- Muitos
Olhando Pra Trás Veem Porongos
No Horizonte: Amigas,
Irmãs, Amantes... A Dor
Aperta Tenaz 42- Em Ondas De Interações O Cerro Está Lhes Olhando, Porongos Ficou Penando: Presente Nos Corações. 43- Entre Os Dois Lados Do Mundo. Vai Se Criando Um Abismo, Que Os Sentidos Perdem O Juízo, Em Sofrimento Sem Fundo. 44- Por mais Que
Sejamos Fortes, Amargor Sem Despedidas, E Este Abismo Entre
As Vidas, Não Há Peito Que
Suporte. 45- Miragens Na Imensidão, Os Olhos Já Não Alcançam , Mas Os Corações Não Cansam, De Vê-los Na Vastidão: |
46- Banidos Ao Desalento. Da Pampa Ao Alto Do Cerro, De Extremo A Extremo O Desterro, Degreda As Almas Por Dentro...!!! 47- Abismo De Ânsias Perdidas, Que Desde O Fundo Do Chão, Rasga Um Infinito Vão Entre Irmãos De Sangue E
Vida...!!! |
Dandara E Mãe Andira Capítulo XIX
01- Há Tarde Mãe Preta Andira, Notou Dandara Sem Jeito, Com A Mãozinha No Peito, Triste, De Asinhas Caídas. 02- Triste..., Todos Estavam, Mas Mãe Andira Conhecia, A Tristeza Em Cada Guia, Que Nos Olhares Brilhavam. 03- E Perguntou Pra Menina: O Que Foi Que
Aconteceu? Num Suspiro Ela Gemeu, E Contou Toda Sentida. 04-
Que... De “Negrinha” A Chamaram: Com
Escárnios Depressivos E Os Feitores Do Mau Juízo: Imperiais Que Ali Passaram: 05-Depois Do Final Da Luta E Gente Ganhando O Mato: Revistas Por Todo O Lado, E As Prisões À Força Bruta. |
06- No Fundo De Uma Carreta, Então Dandara Esconderam, Mas Logo Apareceram, Dois Batedores Lambetas 07- Em Revista A Encontraram, E Vieram Lhe Inquirir, Assim Que A Viram Sorrir, Os Fuinhas Se Encantaram. 08- E
Dandara
Em Seus Segredos Mesmo Na Guerra Em Criança, Foi Só Sonhos E Esperanças..., Pouco Sabia Do Medo. 09- Cercaram-lhe A Perguntar: - Porque Estava Escondida? Disse-lhes Alguém Mais Vivida: -“Fez Para Não Trabalhar”! 10- Vivandeiras A Falar, De Pressa Se Reuniram, Com Esperteza Agiram, Sem Dar-lhes Tempo A Pensar: 11- Estávamos A Procurar Esta Pretinha Danada, Que Nunca Quer Fazer Nada, Passa A Vida A Se Entocar. 12- Os Fiscais Pensam
Em Maldades. Mas A Vivandeira, Airê, Num Blefe Deu Pra Eles Ler, Um Auto De Propriedade. 13- Os Sabendo
Analfabetos, Expondo Seus Brios Às Veras: Espertalhona Que Era, Com Belas Jovens Por Perto: |
14- Cercaram-nos De
Elogios: Ratos Carentes No Fronte: Se Imaginaram Gigantes Em Conquista E Desafios. 15- Airê A Carta
Entregara: Olharam-na, Se Demoraram... Fingiram Que A Interpretaram. E Devolveram Dandara. 16- O Registro Fora Achado: Rezava Sobre Um “Trambique”: Mulas Por Um Alambique, E Os Bobos Puseram Credo. 17- Vivandeiras Em Penhores, Sabem Tudo Do Viver. E Todas Souberam Ler, Aqueles Olhos Predadores: 18- Dandara Entre Dois
Corcundas: Com Semblantes De Urubus, Sonhando Seu Corpo Nu, Em Fantasias Imundas. 19- Andava Livre No Pasto: Esbelta E Linda Gazela, Com Fortes E Ternos Laços, Brilhava Qual Uma Estrela: 20-
Nasceu Com Sorte Na Vida, Com Olhos
Por Todo Lado, Pra Lhe
Manter Aos Cuidados, Dar-Lhe
Conforto E Guarida. 21- Então Perdem A Prendinha. Pra Roda De Vivandeiras, Que “Juram-lhes Trabalheiras” Em “Castigo” À Mascotinha.
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22- Os Ratos Partem Da Ceara, Mas Fazem Lamas Na Chuva: E Quais “A Raposa Às Uvas”,* Então Desprezam Dandara: *Não Me Refiro Ao Título Da Fábula,
mas a atitude da raposa em relação às uvas. 23- Magoados Expressam Nojo: - “Não
Passa De Uma Diabinha, Que Além De Negra É Um Entojo, Fiquem Com Esta Negrinha”! 24- Enfim Se Esgueiram Embora: Urubus Desenxabidos, Rabos Quebrados, Caídos Se Arrastando Campo A fora. 25- Logo Após Terem Partido, Embora O Alegre Tumulto, Dandara Indaga O Insulto, Com O Amor Próprio Ferido: 26- Nunca Ouvira Em Sua Vida, Tal Ódio De Voz Humana Com Expressão Tão Tirana, Qual Fosse Suja E Bandida. 27-
Linda Princesinha Órfã: De Sua Mãe Foi Separada, Quando Comercializada, Em Uma Feira Em Olinda* 28- Mãe Andira, Sua Presilha: Liberta De Uma Fazenda, Talhada Pra Toda A Senda, Tem Dandara Qual Sua Filha. 29- Conhecera Onde Viveu: Como Escrava Trabalhando, Quando Um Dia A Viu Chegando, Criança, E Se Enterneceu. |
30- Mãe Rainha Do
Terreiro, Negros: Redondel Formado, Som De Tambores Marcados Cantos: “Pontos Batuqueiros”:”: 31- Mesmo Odila Mãe De
Umbanda, Que É Bamba Em Brancas Rendas Se Entende Pras Oferendas Com A Mãe Velha De Aruanda:. 32- Severa, Mas Com Doçura Aplica
Aulas Sobre A Vida Em Belas
Lições Contidas De Alertas
Contra Amarguras 33- Socorre Lhe De Chegada, Diz: -Estes São Os Racistas: O Pior
Escravagista, Cheiram A Carne
Estragada! 34- Não Há Incenso Das Índias, Nem Perfume De Paris, Pra Tal Morrinha Infeliz, Desta Pandilha Vadia. 35- Chega A Ser De
Arrepiar A Fedentina Desta Gente: Corpos E Almas Doentes De Dar Pena Só De Olhar. 36- Eles Se Acham
Superiores, Vivem Pra Nos Por Coleiras, Pra Trabalhar Em Suas Eiras, E Promovê-los A Senhores. 37- Vou Te Contar Um Segredo, Guardes Junto Ao Coração, Ele Te Dará Razão Pra Que Tu Vivas Sem Medo.
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38- Há Um Refugio Contido No Fundo De Nossa Alma, Que Nos Protege E Trás Calma Contra Espíritos Malditos. 39- É Um Lugar Reservado: E O Silencio É O Seu Signo, Que Enleia Anjos Malignos, Senhores E Paus Mandados. 40- É Preciso Reforçá-lo, Guardá-lo Com Muito Zelo, Saber Tê-lo E Contê-lo, E Jamais Vir A Negá-lo: 41- Aquilo Que Te Faz Mal, Só Contes Aos Teus Iguais. Daqueles Que Vem A Mais, Segredes Até O Final. 42- Se Acaso For Orixá, Não Precisará Dizer: Já Sabe, E Vai Te Valer, Assim Que Tu Precisar. 43- Se For O Teu Protetor, Não Precisarás Contar: Ele Virá Te Ajudar, Seja Quando E Onde For 44- Mas Se Alguém
Vier Indagar, Querendo Os Teus Segredos, Jamais Caias Neste Enredo, Ele Vem Pra Dominar. 45- Mesmo O Escravo Preso Ao
Dono Tem A Alma Sempre Sua: Jamais A Exponha Nua, Nunca Deixe-a Ao Abandono.
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46- Não Consinta Ao
Inimigo Vir Saber O Que Mais Temes: Mantenhas Te Sempre Ao Leme E Viverás Bem Contigo. 47- Nem Saber Do Que
Mais Amas: Dizes Sol, Te Põe Na Chuva. Quer Quindins, Te Servem Grama Tens Um Bem, Te Fazem Viúva*. *Quando Tinha Uma Escrava
Bonita Que O Senhor Gostava, Se Descobrisse que ela gostava de algum escravo,
o Senhor o Vendia Para Bem distante. 48- Por Isso Se
Revelares Provarás Desilusão: Servirás Com As Próprias Mãos As Armas Pra Te Atacarem. 49- Assim Sendo, O
Nome, Ou Cor, Que Nos Dá O Escravagista, Não Fará Parte Da Lista, Do Que Nos Faz Sentir Dor: 50- A Dor É O Direito Manco, Que Nos Põe Acorrentados, Sob O Trabalho Penado, Pro Ócio Do Povo Branco. 51- O Nome Da Cor
Falada, E Mesmo Quando Escrita, Não Diz Se É Tudo, Ou Se É Nada, Nem Se É Santa Ou Se É Proscrita. 52- Os Brancos Quando
Discretos, Pensando Dosar Venenos: Nos Chamam Até De Morenos, E Outras Vezes De Pretos:
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53- Isto Nos Soa
Fingido, Revela E Nos Deixa Claro, Que Longe Em Outros Amparos, Nos Chamam: Negros Bandidos 54- O Arco Iris De Dia É Lindo Como Ninguém, Mas Se O Imaginas À Noite, Verás Magias Do Além. 55- Nos Olhos Negros Do
Amante, Enxergamos Fantasias, Sonhos E Maravilhas, E Deleites Estonteantes. 56- A Cor Negra
Decantada, É Um Raro E Negro Diamante, Pérola Negra Brilhante, Qual Noite Aberta Estrelada. 57- Nos Encontros
Nababescos, O Preconceituoso Branco, Com Joias Em Arabescos Trajam Negros Por Encantos. 58- Não É Da Cor Que
Não Gostam: Não Gostam Dos Donos Dela! São Cientes Que A Cor É Bela Na Pele Dos Que Se Importam! 59- Quando A Cor É Difamada, É Um Mal Com Um Certo Fim: Tirar Proveitos, Mais Nada Colhem O Bom, Devolvem O
Ruim: 60-
Ruim, É A Justiça Em Branco: Ter Em Branco Os Sentimentos: Ver O Mal Com Olhos Brancos: Em Brancos Consentimentos! |
61-
De Memória
Prodigiosa, A Mestra À Maneira
Antiga, Entre Prosas E
Cantigas, Conta Lembranças
Preciosas: 62-
Um Dia Um Velho Senhor Dedicou-se A Me \Contar, Que Negro Diz Do Lugar, E Jamais Raça, Ou Cor: 93-
“-A Vero, A Palavra (Negro), Vem De Rica Região: Com Gente Pra
Escravidão Onde Milhões Foram
Pegos: 64- Mantidos A Ferro E Cravos Por Brancos E Sombrios Sócios,* Prisioneiros Pra Negócios, Pro Duro Trabalho Escravo. 65- Isto Vem A Tempos Longos, Na Nigéria E Região: Benin, Malai, E Gabão Do Rio Niger, E Além Congo. 66- O Nome Vem D’Agua Grande, E De Um Povo Prodigioso, Do Niger: Rio Majestoso, O Qual Vastidões Abrange: 67- E Que A História Em “Alegos”! Diz:- “É Do Latim Que Vem"!* É Que Pro Branco Faz Bem: Dizer Seu: Tesouros Negros * Colonos europeus começaram a enviar navios ao longo da costa ocidental
da África nos séculos XVI e XVII, Dai
Dizem que, Niger vem do latin (Negro).
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68- Gher N Gherem: Rio Dos
Rios: N Gherem: De, O Nigeriano Pros Lusos Tornou-se (O Negro) (Lo Negro), Para Os Hispanos * O nome pode vir da frase
berbere ger-n-ger que significa " rio dos rios ". Ou de Gher N
Gherem: Rio dos rios, dos Tuaregs. Diz-Se: Nêguer! 69- E Outras Versões Ganhando: Le Noir Para Os Franceses, The Nigger Para Os Ingleses, Il Nero Pros Italianos. 70- Ferir-se Com O Nome “Negro”, É Dar Mão A Palmatória, Pro Injusto Contar Vitórias, Preconceituoso E Alegro. 71- Chamar De Negro, Ou Branco, Mulato, Preto, Ou Moreno; Não Fará Ninguém Pequeno Nem Rei Com Coroa E Manto 72- A Marca Que Está Atrelada, É Que Faz A Dor Profunda: É A Escravidão Imunda Que A Ela Vem Associada. 73- O Branco Em Perverso Apego, De Escravizar O Irmão, Tem Nojo Da Própria Ação, Mas O Transfere Pro Negro. 74- E Em Vez De Coragem Humana, E Vontade Pro Trabalho, Bom Vivam Pelos
Atalhos, Nos Fundem Em Riqueza Insana:
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75- O Que Então Nos Dão Em Trocas? Uma Dura E Breve Vida, Triste Morte Sem Guarida, Nas Senzalas Quais Em Tocas. 76- Nos Renegando A Esmos, Nos Deitando
Preconceitos: Fogem Em Dever E
Direito De Julgar A Eles
Mesmos: 77- E O
Mal Que Tem Em Suas Almas, Transferem Pras Nossas Peles, E Em Contradições Nos Repelem, Fugindo Do Próprio Trauma. 78- Mãe Andira Se Declara Nas Coisas Do Coração: Pensamentos..., Emoção, Sua Paixão Por Dandara: 79- Criança Tu És Um Amor: Quando Chegaste Do Norte, Rezei E Te Pedi Sorte, E Clemencia Ao Senhor! 80- Guarde As Lições, E Ciente, As Faças Tua Cidadela, Pois Se Sabedora Delas, Ajudarás Muita gente. 81- És Bela Como Ninguém, Como Sofro Em Ti Ver Triste! O Teu Riso Não Existe, Teu Andar É Do Além! 82- Vamos, Rias Meu Benzinho! Tens Luz E Sinceridade, Altivez E Liberdade, Em Teus Olhos Meu Anjinho!
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83- Nasceste Pra Ser Feliz, Eu Sonhei Com Teu Destino, Conhecerás Um Menino, Não Sabes, Mas Sempre O Quis! 84- A Saga Se Cumprirá, Em Andanças Pelas Matas, Em Campos, Rios E Cascatas..,. E Chegando, Então Virá: 85- Um
Tempo Lindo E Bondoso: Do Que Precisas Pra Viver, Cada Coisa Hás De Ter, Oxalá Será Piedoso: 86- Amigos Na Redondeza, Para O Que Der E Vier, Mãe Velha Pra Socorrer, Com Benzas E Outras Prestezas! 87- Um Rancho Em Tamanho Certo, Lavoura Pra Plantação, Um Jardim, A Criação, Teu Amor Sempre Por Perto! 88 - Lindos Filhos De Teu Ventre, Longe Do Branco E Da Guerra, Em Um Quilombo Na Serra, Serão Felizes Pra Sempre! 89- Dandara Qual De Um Encanto, Ressurge Bela E Brilhante, Adolescente Estonteante, Em Aura De Luz Qual Manto. |
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O Regresso Capítulo XX 01- Contar Causos É Uma Glória, São Muitos Os Contadores: Leais, Ou Fantasiadores, Nos Vão Contando A História: 02- Senta Um
Índio Destemido: Cruza A Perna O Teatino, Cipriano, O Sem Destino Vai Nos Contar O Ocorrido, 03-
Preparado Qual Vigário Pra Pealar Desavisados: Conta
Causos, Debochado, Provocando O Imaginário. 04- Um Fumo
Em Corda Picando, Depois
Sovando À Mão Cheia, Puxa A
Palha Da Orelha, Em
Seguida Vai Enrolando. 05- Do Bocó,
Puxa O Isqueiro: Uma Pederneira De Isca, Faz
Chama Com Uma Faísca, E Logo
Acende O Palheiro.
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06- Com A
Unha Do Polegar, Da Mão
Direita, Pressura,. Com A
Mão Esquerda, Segura. E Ajusta
A Braza A Queimar. 07- Traga
Com Calma O Pichuá, E Soltando
Fumaça Grande, O
Brilho Dos Olhos Brande: Expande
Alegria No Ar. 08- Desde Onde A Memória Alcança, Do Que
Viu, Ouviu, Sentiu... Em Um
Auto Desafio, Se Põe A Contar Lembranças: 09 – Depois
Daquela Emboscada, Só
Sobrou Um Pandemônio, Entre
Espíritos Errôneos, Perdidos
Na Derrocada. 10- ...Um
Acampamento Triste: Improvisada
Enfermaria, A
Falta Do Comandante, Até
Então Ninguém Sentia, 11- Num Repente Alguém Indaga: -O Que Foi Que Aconteceu? Já Faz Um
Dia O Sumiço, Será Que Vive, Ou Morreu...??? 12- Outro
Comenta Os Boatos: Pois
Fugiu Pra Pampa Larga, Pala Em
Tira, Lombo Em Pelos, Em Um
Burrico De Carga! 13- Com A Bainha Sem A
Espada, Dando Palmadas Na Perna... Atropelando Barracas... Qual Quem Já Não Se Governa...!!!
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14- Mas Logo Socorre Alguém Contando
Com Emoção: - Foi Visto Ferido Em
Luta Montado Em Seu Alazão...!!! 15- O Sangue Em Vermelhidão, Manchando A Farda Guerreira, A Espada Na Mão Certeira, Contra A Tropa Do Barão...!!! 16- Um Retruca: E Que Guerreiro...!!! Correu Pra Tropa Mais Perto, Foi Proibir Por Decreto, Que Socorresse Os Lanceiros!!! 17- “Enquanto Sua Tropa Branca, Separada E Protegida, Dormia Bela Da Vida, Guardada Em Uma Retranca!!!” *-Há Relatos Dizendo que, o
comandante José Martim proibiu o General Da Silveira,de Socorrer os
Lanceiros. 18-
Outro
Responde De Inhapa: -Era Derrota A Olhos Claros, Para Quê Deixar Mais Caro, Uma Derrota Farrapa...!!! 19- Há Que Outro Retruca A Guia: -Sem Demonstrar Nenhum Penhor Deixar Parceiros De Valor, Sem Socorro, É Covardia...!!! 20- Surge
Outro Defensor: -Seu Destino É Um Mistério: Contam Que Em Luta Foi Preso, E Levado Pelo Império!!! 21- Que O Levaram Pro Norte Para Um Flagelo Imperial: Lombo Lanhado Com Sal, Mil Chicotadas À Morte...!!!
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22- Mas, Um Outro
Contrariando: Que Nada... Com Da
Silveira, Seguindo A Trilha Costeira, Furtivos Se Acantonando... 23- Surge Um Que Jura Ser Vero: Rachou O Brejo No Meio, Abaixo De Tiroteio, Tapado De Quero-Quero...!!! 24- E Um Tal Que Se Diz Certeiro: Foi Visto Todo Lanhado, De Botas, Porém Pelado , Correndo Rumo Ao Pampeiro. 25- E Enriquecem Os Relatos: Fugiu Com Brancas, Charruas, Negras E Mulatas Nuas, E Se Embrenharam No Mato. 26- E Por Lá Se
Engalfinharam, Pouco Ligando A Emboscada, Numa Festança Danada, Só Sei Que Por Lá Ficaram. 27- Enquanto Todos
Peleavam, Na Emboscada Sanguinária, Os Desgraçados Fornicavam, Numa Orgia Perdulária...!!! 28- E Seguem-se As
Opinões, Desde Às Mais Inusitadas, Às Mais Sérias E Honradas, Entre Questões E Versões.... 29-E
Os Índios...? Um
Perguntando: -De Amores Com As Companheiras, -É O Que
Fazem A Noite Inteira...!!! Completa
Um Outro Atalhando. |
30- Mas Compra A Briga
Um Terceiro: - Usam Hábeis Mãos Lanceiras, São Mestres Nas Boleadeiras, Domadores, Cavaleiros...!!! 31- Estavam
Índios Presentes, Em Socorro Lado A Lado, Guerreiros Voluntariados, Juntaram-se Aos Lanceiros. 32- E Perguntam: E
Os Teatinos? Então
Respondem: - Mateando...!!! Em Seus Causos, Gargalhando, Divertidos, Sem Destinos...! 33- Outro Afirma
Ironizando: - Há Muito Deixaram A Luta! Tocam E Cantam Debochando, Mais Jamais Sob Batutas...!!! 34- Fazem
Guerra Por Dinheiro, Todos Pardos Descendentes, Mataram Sua Própria Gente, Nos Combates Missioneiros...!!! 35-Então Num
Repente Avistam, Um
Vulto Ao Longe Apontando, Aos
Poucos Se Aproximando, Uns
Indagam, Outros Palpitam: 36- Uma Pobre Alma
Teatina Que
Fugiu Da Emboscada. E
Se Perfila Na Visada Quanto
Mais Se Aproxima. 37- Num Alazão
Doradilho, Embora
Altivo Marchando, Adelgaçado
Brandeando, Com
Um Vulto No Lumbilho...!!! |
38- E Vai Chegando
O Andejante, Que Salvou-se Da
Peleia? O Vulto, Chega E Apeia, Pois Não É Que É O Comandante...!!! 39- De Caronas Na Garupa: Uma Índia E Uma
Mulata... E Ele Então Falou:-
Coitadas, Achei Perdidas Na
Mata...!!! 40- Com Ares De
Alquebrado, Desmontando
Diz Sem Graça, Que Se Perdeu Na
Fumaça, Foi Cercado E
Tiroteado. 41- De Um Tiro,
Passa A Contar: Que Lhe Raspou O
Ouvido, Que
Então Perdeu Os Sentidos, Pelos
Campos A Vagar. 42- Tão Desnorteado
Ele Estava, Que Perdeu Noção Do
Morro, Que Não Gritou Por
Socorro, O Inimigo O Espreitava. 43- Que Entrou Com
Cavalo E Tudo No Meio De Um
Tremedal Gravatás,
Japecangal... E Por Lá Se Entocou
Mudo... 44- Que O Império Lhe Cercava: Gente Por Todos Os Lados, Não Se Viram Encorajados, De Chegar Onde Ele Estava... 45-Que Comeu
Frutos Silvestres Que Bebeu Águas Nas Fontes Que Dormiu No Chão Do Fronte Sob O Cobertor Celeste...!!! |
46- Que As Meninas O Socorreram Que Socorreu As Meninas... Quem Conhece Sua Cina... Entre As Linhas Já
Entenderam....!!! 47- Os
Educados Lhe Ouvindo, Os Adulões
Lhe Elogiando, E Conta Mais Uma
Vez, E Outra Vez Vai
Contando. 48- Para
Alguns É Um Janota, Que Quer Se
Justificar. Em Socorros A
Prestar, Francisca
Sequer O Nota. 49- Pra Muitos, É Qual O Herói: Que Renasceu
Da Tragédia, E Voltou Em Seu
Alazão, Com O Mundo Em Suas
Rédeas. 50- Pra
Outros Perdeu Tais Rédeas”, Faz
Dramalhões, Se Constrói Mas Ao Contar Se Destrói, Se Desandando Em Comédias . 51- E Aqueles Que O
Observam, Com Olhar Acusador, E Nele Ouvem E
Enxergam, A Expressão De Um
Traidor. 52- E
Os Amigos Previdentes, Que O Defendem A
Todo Instante, Que Pros Quais É Um
Gigante, Caluniado E
Inocente. 53- E Faz Teatros Pra Falar, Qual Um Drama Recitando, Fala Olhando Pra Francisca, Que Está Perto Medicando. |
54- Mas Logo Avista Duarte, “Manqueia” Em Seu
Coração, Com A Volta Do Puro Sangue, Então Se Sente Um Rufião*. 55- E Segue Contando Os Fatos: O Balaço No Ouvido: Triste Perda Dos
Sentidos; Pinta E Repinta O
Retrato. 56- De Tanto Ter
Repetido, Percebe Um
Sábio Olhar, Entre Francisca E
Seu Par, Qual Um Deboche
Contido...!
47- 57-Então Vira Toro
Brabo, E Se Intromete
Mandando, No Que Bem Está
Funcionando, Sem Noção Faz Os
Ditados. 58- Reclassifica
Os Feridos, Mostra Pra Quem
Está Olhando, Sem Porque E Sem
Sentido, Quem É Que Ali Está
Mandando. 59- O General Da Silveira: Diz: Aqui Está Controlado, Todo O
Resto Destroçado, Precisa Um Geral Comando! 60- O
Comandante Calado: Encontrou-se / Não É Burro, De Olhos Franzidos
Turros, Entende Logo O
Recado. 61- Não
Se Perde, Nem Se Queixa, Ordena: “Então
Continuem!!! Trabalhem E Não
Recuem”!!! E Sai Qual Mestre
Na Deixa |
62- Então
Parte O Comandante, Pra Rever Seus
Comandados, É Só Desordem No
Prado, Destroços Dos
Contingentes. 63- Muitos Correm
Pra Cercá-lo, E O Enxergam Qual Modelo, Se Derretem Só De
Vê-lo, E O Acodem Pra
Abraçá-lo. 64- Afeiçoados Se
Chegando, Aliados, Companheiros, Disputam Quem É O Primeiro, Em Sua Volta Gravitando. 65- E Outros Que O
Recebem Bem.: Educados De Raízes, Nem Tristes E Nem
Felizes, Com Seu Regresso Do
Além 66- E
Aqueles Que Vão E Vem: Com Raiva E
Mal Disfarçados, Que De Longe
Dão-lhe O Lado. E Mal
Escondem O Desdém. 67- E Espiões Aduladores, Os Que Mais Herdam Confiança, Entre As Discórdias De Atores Fomentando Desconfianças. 68- E Então As Damas De Ensejos, Vivandeiras, Meretrizes, Com Mãos E Dedos Felizes, Nos Seus Bolsos Em Arpejos...!!! 69-E Se Ergueu O Comandante Não Levou Nem Mais Que Um Mês Lá Estava Ele Outra Vêz Com Mais De Mil Homens Por
Diante. |
70- Com Coragem Se Levanta, Contra Doze Mil Soldados, Pelo Barão Comandados, E Abri Guerrilhas Na Pampa. 71- Sabe Não Ter Outro Vão: Resta Exibir Resistência, Gana Pra Toda Existência, Nos Limites Da Razão... 72- Do Contrario: O Sentimento De Derrota Consentida: Torturas, Perdas De Vidas: Forcas E Esquartejamentos. 73- É Vital Causar Temor: Convencimento Ruim: Que A Guerra Será Sem Fim: Pra Sempre Se Preciso For. |
O Banho
Capítulo XXI 01- Os Dias Ficam Mais Leves, Aquela Gente Se Erguendo, Os Sonhos Se Refazendo, Qualquer Esperança Serve, Matizes Num Céu Sereno, Um Sol Dourado Descendo, Em Cores Acetinadas. 03- Qual Em Passos De Uma Dança, Entre Tristes E Felizes, Sobre Relvas E Raízes, Um Casal Passeando Avança. 04- A Natureza Em Relevos, Vagas Em Sombras E Luzis, Sob Os Matizes Das Nuvens, Vão Os Dois Cheios De Enlevos 05- Entram Abrindo
Folhagens Pela Mata Rumo As Fontes, Projetando Horizontes, Comentando A Paisagem.
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06- Os Joões-De-Barro
Redobram , Coleiro Do Brejo Canta, Canário Da Terra Encanta, Curiangos Voam E Pousam. 07- E Entre As Chuvas De Sois, Que Sarapintam A Penumbra, As Borboletas Azuis: Grandes, Lindas, Voam,Alumbram.
Em Tal Imperioso Amor,. Em Que Um Adora O Outro, Qual O Beija Flor E A Flor...!!! 09- E Buscam As Águas Do Arroio, Vão Tomar Um Banho A Dois. O Casal Firma-se Amigos, O Que Será, Virá Depois. 10- E Francisca É Só Amores, Com O Regresso De Duarte, Em Ciclo A Fêmea Em Alvores, Sentindo Que Lhe Faz Parte. 11- Duarte Entende E Se Aquieta, Murmuram As Águas Correntes. Francisca Linda E Discreta, Um Universo Presente. 12- Seu Perfume Excitante, Lhe Faz Transparecer Nua, E Duarte Neste Instante, Percebe-se Parte Sua. 13- O Banho É Festa Pra Alma, Inda Mais Nos Dias Quentes, Com Águas Límpidas, Correntes, Balançando A Vez Que Falta: |
14- Lembram Noites Sufocantes, Longos Dias Escaldantes, Sem Água Até Pra Beber..., E Agora Um “Rio” Vem lhes Valer. 15- Despem-se Junto Á Barranca, As Roupas Na Estreita Areia, As Nativas Flores Brancas E Um Homem E Uma Sereia. 16- Pisam As Águas De Mãos Dadas, Em Devaneios De Prazer, Lembranças Iluminadas, Futuro Pra Acontecer. 17- Rumo À Nascente Do Arroio, Águas Puras Cristalinas, Travessura Adolescente: Um Menino E Uma Menina. 18- Duarte Molha Francisca, Francisca Molha Duarte, Com Suas Peles Mouriscas, Num Quadro De Pura Arte. 19- Duarte Em Conchas Com As Mãos, Desse Água Em Seus Cabelos, Que Escorrem Pelos Seus Ombros, Por Seus Seios Em Apelos. 20- Em Seu Corpo Nu Sem Pejos, Faz Murmúrios De Cascatas, Pele De Seda Em Gotejos , Quais Sonhos De Serenatas. 21- Misturando-se Ao Frescor, E O Doce Cheiro Das Matas , Olhos Belos, Sem Temor, Riso Franco Que Arrebata.
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22- O Arroio Raso E Maneiro, Num Remanso Rolador, Francisca Qual Uma Flor, E Duarte Qual Jardineiro. 23- Em Marejos Derramados, Brincadeiras Com Seu Corpo, Duarte Sonha Absorto, Retorna O Apaixonado. 24- Faz Muitas Vezes Em Zelos, Cascata Em Pele Morena, Escorrem As Águas Serenas, Desde Os Fios De Seus Cabelos. 25- Óhhh...!! Vertentes Cristalinas, Das Nascentes De Porongos, Que As Águas Correm Em Seu Corpo Desde Os Cabelos E Os Ombros...!!! 26- É Qual Um Véu Transparente, Mostra Em Seu Rosto Sucego, Com Brilhantes Olhos Negros, E Vivos Lábios Ardentes... 27- Nela, Tudo São Encantos, Veste Uma Aura Dourada: Que Excede O Corpo Qual Manto De Luzis Nas Alvoradas. 28- E Faz Tal Qual Como Sempre, Seus Banhos Na Natureza: Vestida De Águas Correntes, Transparecendo Em Belezas. 29- Não Se Mede Em Tamanhos, Nem Com Versos É Descrito: Há Desejos De Infinitos, Naquele Ritual De Banho.
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30- Quais Sonhos De Um Esteta, Pintando Senas Profusas, Só Comparável A Um Poeta... A Banhar-se Com Sua Musa. 31- O Desejo Resistente, Com Toda A Força Contido, Até Romper Os Sentidos, E Explodir Num Repente: 32- Então Acontece O Beijo, O Languido Come Boca: Um Degustando O Outro: Em Desejos, Ânsias Loucas, 33- Os Dois Rolam Nas Areias, Nas Águas Claras Correntes, Os Corpos Querem Fundir-se, Quais Elos De Uma Corrente.* *- Rimas com palavras polissêmicas, isto é, são escritas exatamente
iguais, mas com significados diferentes. 34- Foi Feito Amor Ali Mesmo, Numa Explosão De Momento, Subiram Ao Firmamento, E Desabaram No Abismo. 35- Olhos Nos Olhos Pasmados, Revelam-se Em Prazeres, Felicidades De Amores, Profundos Ensimesmados:
Banho Em Águas Reservadas, Pra Beber E Cozinhar, Não Pra Deleites Com A Amada. 37- Deitados N'Água Corrente Deram-se Conta De Si, Francisca Qual Inocente, Encantadora Sorri.
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Com Sede, Alguém Em Sua Sina Debruça-se A Beber, Das Mesmas Águas Cristalinas. 39- Um
Penitente Em Sua Guia, As
Catas De Sua Flor, Pressentiu
Que A Perderia, Quando
Regressou O Doutor* 40-
Mata A Sede: O Cheiro, A Guisa: Um Mau Aviso Lhe Veio. Sente O Gosto De Francisca, Mas Com Um Tempero No Meio. 41- Saca A Espada Em Desafio, Com Olhos De Cão Raivoso, Polegar Testando O Fio, Sobe O Arroio Qual Tinhoso. 42- Buscando Sua Contraparte , Nos Ramos Desfere Talhos, Num Triz Francisca E Duarte, Partiram Pelo Atalho: 43- Ouvem Ruídos Dissidentes, Nus E Com As Vestes Às Mãos, Saem E Correm Previdentes, Em Contrária Direção: 44- Deixam Rastros Na Areia, Mas Na Contra Mão E Astutos, Os Dois Saem Pelas Pedras, Encobertos Entre Arbustos. 45- E Ainda Ouvem Os Bufos, Praguejos E Xingamentos, Alguém Se Debate Em Urros, Na Jaula De Seu Tormento. |
46- Caminhando De Mãos Dadas,. Avistam Sem Qualquer Erro, O Acampamento Na Alçada, Ao Fundo No Pé Do Cerro. 47- Não Há Pressa De Chegar Há Conforto, Sentimentos E Seus Cabelos Ao Vento Ganhando Tempo A Secar 48- Vestem-se Os Dois A Seguir, Mesmo Estando A Vontade. Se Integram Sem Diferir, Com Tal Naturalidade, 49- Que Nada É Percebido, A Não Ser Alguém Espiando, Que Esteve Se Deleitando, Entre As Moitas Escondido. 50- O Mesmo Que Fora Pego, Em Êxtase A Espionar, Francisca Em Um Banho
Alegro, Em Uma Tarde A Se Banhar: 51- Desta Vez Tudo Ajudou, E Nada Foi Percebido. O Comandante O Pegou, Mas Negou O Que Foi Visto. 52- Revelou Que Eram Outros, Que Por Ali Tinham Passado, E O Contra Rastro Apontou Pro Amante Desatinado: 53- Condenado À Aflição Dos Amores Passageiros, Em Busca De Paradeiro, Em Um Meigo Coração. |
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Dandara E Gabão “O Encontro” 01- Confessa-se Em Triste Hora, Pra Mãe Andira, Gabão, Abre Então Seu Coração, Sem Medo Da Confessora: 02- Eu Sonho Com Um Amor, Eu A Conheci No Norte, Mas Um Leilão Do Senhôr, Desgraçou A Nossa Sorte. 03- Cabinda De Olhos Brilhantes, Pele Negra Reluzente, Contrastando Riso E Dentes, No Mundo Não Vi Mais Linda.* *Rimas de extremos. 04- Meu Coração É Uma Salga, Lembro A Menina Em Sua Dor: Os Olhos Do Comprador, Querendo lhe Em Corpo E Alma. 05- Eu... Menino Acorrentado, A Seu Lado Em Exposição, Fui Comprado No Leilão, E Vim Parar Por Estes Lados.
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06- Nunca Mais Eu Pude Vê-la, Nem Sei Por Onde Ela Anda, As Vezes Em Minha Banza, Eu Choro A Dor De Perdê-la. 07- Isto Não Faz Muito Tempo. Dandara Me Lembra Ela, Tulipa Negra Tão Bela, Perfumando Brisa E Ventos...!!! 08- Noite Com Chuvas De Estrelas, Olhos Negros Refletindo, A Primavera Se Abrindo, Nos Sonhos Que Posso Vê-la. 09- Mãe Andira Então Lhe Fala: Dandara Não Te Notou, Mas É Ela O Teu Amor, Está Escrito Nas Estrelas. 10- O Dia Em Que Ela Parar, Por Um Instante Pra Te Ver, Serás Tu O Bem Querer, Com Que Ela Vai Sonhar. 11- Não Force O Acontecimento, A Natureza Fará, Um Encontro Se Dará, Está Chegando O Momento. 12- Dandara Já Te Curou; Tu Já És Inteiro Dela, E Viverás Só Pra Ela, É Ela O Teu Grande Amor. 13- Não Sofras Pela Cabinda, Que Iluminada Ela É, Sofrerá Pouco, Ou Nada: Tem Seu Dono A Seus Pés!
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14- E Uma Mensagem Do Céu, Me Revelou Com Certeza: Arco E Flecha Em Sua Beleza, E Escudos De Luz Qual Véu...!!! 15- Saberá Se Defender, Comprará Sua Liberdade, Terá Mansão Na Cidade, Com Irmãos Pra Lhe Valer. 16- São Os Apartes Que Existem, Que É Para Sempre Neste Mundo, Qual Um Abismo Profundo, Que Nos Separa E Faz Tristes: 17- Das Lembranças, Vem A Dor, De Estar Um De Cada Lado, Se Olhando Apaixonados, Sem Jamais Poder Transpor. 18- A Cabinda É Resolvida, E Mandará Em Seu Mundo, Mesmo No Limite Imundo, Da Escravidão E Da Lida. 19- Dandara E Tu, São Anginhos, Com Lindas Asas Pra Voar, Quais Águias Pra Procurar, Propício Local Pro Ninho!!! 20- Assim Que Se Entenderem, Quando Ela Te Descobrir, Dandara Vai Te Sorrir, Em Seguida Te Escolher. 21- Não Esperem Pelo Fronte: Nos Abandonou À Sorte, Neste Mundo Ronda A Morte, Vão Buscar Outro Horizonte!!!
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22- A Oeste Existem Perigos, E Ao Sul, Ainda Maiores, A Leste Sinais De Horrores, Ao Norte Haverá Amigos. 23- Eis Que Chega Dandara: Escultura Soberana, Menina Beleza Em Prana, Germe De Amor Em Cearas: 24- E Se Encontram Cara A Cara, Ela Olhando: Vê Gabão, Suspira Em Seu Coração, Como Nunca Experimentara. 25- E Gabão Cai Em Torpor, Qual Passarinho Encantado, Numa Serpente Enrolado, Inoculado De Amor. 26- Em Vez De Medo, Coragem: Trocada Em Ternuras Mútuas, Que Encanta A Primeira Vista, Pra Uma Eterna E Feliz Viagem. 27- Não Há Forças Pra Impedir, Aquelas Bocas Confessarem-se, Aqueles Olhos A Olharem-se, E Inspirarem-se A Sorrir. 28- Nada Proíbe No Entorno, Que Suas Mãos, Venham Tocar-se, Seus Braços Venham Abraçar-se, E Sentirem-se Um Pro Outro. 29- Cumpriu-se A Profecia, Qual Mãe Andira Sonhou: É O Amor, Que Atrai O Amor, E Alegria; A Alegria:
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30- Mãe Andira Para E Pensa, O Tempo Voa Qual O Vento, Organiza Em Pensamentos, A Hora Mágica E Densa. 31- Tem Que Salvar O Casal, É Imperioso Que Assim Seja, É O Futuro Que Se Enseja, Divino Sangue Ancestral. 32- Então Com Bomani Fala, E Os Amigos Ao Redor,. Pra Uma Viagem Maior, Para Um Começo Do Nada. 33- O Bichará Pras
Pousadas, Broacas Com Suprimentos, Uma Boa Mula Pro Guento: Das Veredas Escarpadas. 34- Bomani, Um
Estrategista, Lecionado Dos Embates, Prevenido Qual Mascate: No Baú Guarda Ametistas: 35- Tenho Atado Em Uma Vertente, Um Moro Que É Um Pensamento, Leve E Veloz Qual O Vento: É Deles! É O Meu Presente! 36- Com As Broacas No Lombo, Levem A Mula Ao Cabresto, No Pé Da Serra Há O Aresto: Junto A Um Arroio, É O Mocambo. 37- E Os Três Escalam
Porongos: Bomani Mostra Horizontes, As Nuvens Brancas Distantes, A Luz Do Sol Em Descambo.
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38- No Cume Os Três
Ombro A Ombro, Bomani Aponta Pro Norte: Estão Vendo Aquele Monte, É Lá Que Fica O Quilombo: 39- É Uma Redoma Antiga Sombreada Por Densa Mata Mas Vê-se A Lua De Prata E Se Ouve Velhas Cantigas 40- Cansados Da Escrava Lida, Estenderam Suas Teias, La Fundaram Qual Aldeia, Esconderijos Pra Vida: 41- Morrendo De Insanidade, Querendo Viver De Novo, Ergueram Um Pequeno Povo, Refúgio Pra Liberdade. 42- E A Liberdade É A Razão: Um Dia A Impala Morre, Mas Todos Os Dias Corre , Das Garras De Um Leão: 43- E Corre
Soberba E Livre, Com O Mundo Inteiro A Dispor: E Enquanto Inda Veloz For, Dia Após Dia Ela Vive. 44- Então Com A Vida Escondida, Liberdade Refugiada; Pode-se Escolher Estradas, Ter As Mãos Pra Própria Lida: 45- Leis De Obedecer Escalas: Os Limites São Quais Lanças , Onde O Olho Branco Alcança Pra Nos Caçar Pras Senzalas.
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46- Repouso Nos Paradeiros: Longe Da Escrava Labuta, Onde O Ouvido Branco Escuta, O Silêncio É Conselheiro. 47- Mantenham-se Sempre Esquivos Que A Intuição Branca É O Mal E
A Segurança É Crucial Todo
Juízo É Preciso 48-Vão Pelas Costas De Matos, Longe Das Trilhas Marcadas, Sem Fogueiras Nas Paradas, Nas Aguadas, Nos Repastos. 49- Pros Longos Trechos De Campo, Esperem Em Mata Fechada, E A Noite Façam Cruzadas, Que Chegarão Como Encanto. 51- Demarquem O Sol Poente, E Voltem-se Para O Norte, Escolham Estrelas Pra Aporte: Na Noite Será Prudente. 51- Na Ilharga O Sol Nascente, Deixem Sempre Pra Direita, Ao Se Acercarem Da Feita, Irão Ver Na Serra O Monte. 52-Nossa Gente Os Esperando, Muitos Saíram Daqui, Vão Festejar A Sorrir, Ao Verem Vocês Chegando. 53- Todo Cuidado É Pouco Pisem Macios Na Relva Andem Quais Sombras Na Selva Ouçam Murmúrios Remotos
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54- Se Sentirem-se Caçados Não Se Transformem Em Caça E Qual O Jaguar Na Negaça Portem-se Do Outro Lado: 55- Imóveis Entre As Folhagens Olhos Fixos, E Mudos Que Levem Cavalo E Tudo A Liberdade É O Que Vale. 56- Apaguem Rastros Na Areia Pegadas Pelo Caminho Onde O Cansaço Os Baleiam Desmanchem Marcas De Ninhos 57- Se Ouvirem Os Cães Latirem, Deixem Animais E Bagagens, Disfarçados Nas Ramagens, Traçam Voltas Onde Irem.. 58- Entulhem A
Rota Que Conta O Local Dos Animais. Demarquem Sinais Cruciais, Que Pra Todo Rumo Aponta . 59- O Mais Depressa Que Puder, A Um Círculo Alargado, Emendem Aos Rastros Deixados, Conforme O Tempo Requer. 60- Com A Lança Em Um Salto, Pulem Fora Do Caminho, E Largarão Os Focinhos, Pro Recomeço Do Assalto. 61- Ela Tem Haste Suficiente: Braça E Meia De Extensão, Qual Vara Pra Impulsão: Voem Fora Previdentes. |
62- Pulem Um De Cada
Vez, Revezem A Lança No Salto, E Tão Distante Quanto Alto, Fujam Com Astúcia E Levez. 63-Sejam Canhadas,
Coxilhas, Várzeas, Matos, Ou Pastos, Largue-os No Contra Rastro, E Deixem De Lado A Trilha: 64- Se Houver Sanga A Fluir. Andem Na Água Corrente, Pra Trás Deixem A Nascente: Rumo A Barra Devem Ir. 65- Que A Água Rola Na Areia Levando Cheiros À Frente, Quem Segue Atrás Nada Sente, Se Perde E Logo Vagueia. 66- Ouvindo Os Cães Extraviados, Latir Cada Vez Mais Longe, É O Sinal Que Lhes Responde, Pro Rumo Ser
Retomado. 67- Não Esqueçam De Marcar, O Local
Dos Animais, Um Sinal Devem Achar: Pedras, Campos, Arborais. 68- E O Regresso Oculto E Brando..., Pra Resgatá-los Com As Bagagens, Que Pode Estar Entre As Folhagens, O Inimigo Os Esperando. 69- Estreitando-se
Em Rodeios, Volta Por Volta Aproximem, Tronco Por Tronco Examinem, Não Vendo Jagunço Ao Meio: |
70- São De
Vossa Propriedade. Mas Se Virem Caçadores, Esqueçam Vossos Penhores, Que O Que Vale É A Liberdade... 71- Vou Postar Suprimentos, Pra
Travessia Inteira, Dará Pra Aguentar O Tempo. Jamais Acendam Fogueira. 72- Se Perderem As Bagagens Farão Coletas Ao Léu Da Abelha Colham O Mel Do Inhame Comam Raizes 73- Ponha Dandara À Garupa, Cavalgue Junto As Revessas: E Só Desçam, Nas Aguadas, Vá Cuidar Desta “Muleka”!!! 74- Que Entre Leões E A Senzalas, Se Escolhe Sempre Os Leões: Pra Estes, Sobram Razões, Daquelas, Não Sobram Nada. 75- O Sol Vem Nos Revelar Com Luzis Em Formosuras..., Mas A Noite Feia, Escura... Tem A Sombra A Nos Guardar...!!! 76- Este Mundo É Tirano, Negro Aqui Nunca Foi Gente, Há Preconceitos Doentes: Não Nos Veem Como Humanos. 77- Somente Os Bichos Marcados,
No Abatedouro Das Charqueadas, Tem Sorte Mais Desgraçada, Do Que Um Negro Escravizado...!!! |
78- Não Demorem-se À Partir, A Madrugada Vos Espera, O Cheiro Da Primavera, Há De Chamá-los Pra Ir.... 79-O Local Estão Olhando..., É Aquele No Horizonte, Ao Chegarem Ao Pé Do Monte, Terão Irmãos Os Esperando. 80- Descansem Em Seus Alentos, Que Preparo Cavalo E Mula, Lança Pra Empunhadura, Bruacas Com Mantimentos... |
A Noite Das Lobas "Capítulo em homenagens a os índios Guaranis, e aos descentes de
Charruas, Haraxanes, Tápes e Minuanos que lutaram na guerra". Capítulo XXII 01- Um Novo Dia Em Porongos, Todos Cansados Da Lida, O Sol A Pino Pra Vida, E O Equilíbrio Nos Ombros. 02- E Desce Uma Tarde Quente, Em Um Dia Enfumaçado, Ar Sufocante E Parado, Os Destinos Divergentes: 03- Brancos Guardam-se Em Comboios, Mantam A Sede Em Moringas, Negros, Índios Nas Cacimbas, Sombras E Banhos No Arroio. 04- Águas Mansas Roladeiras, O Médico E A Enfermeira, Misturam-se Com Os Nativos, Para Um Banho Alegre E Vivo. 05- Rachando A Tarde Ao Meio, Se Refrescam Do Mormaço, Se Divertem Em Asseios, Brincando Ao Mesmo Compasso. |
06- Caudaloso E Estreito Arroio, Entre Inhames E Arvoredos, As Flores E Seus Segredos, E As Cigarras Em Aboios . 07- Todos Nus Na Natureza, Do Jeito Que Vieram Ao Mundo, Em Reflexos E Grandezas, Águas Rasas, Céu Profundo. 08- A Tarde Cai Lentamente, Um Sol Em Brasa, Poente, Preguiçoso No Horizonte, Quer Dormir Atrás Dos Montes. 09-Depois Do Banho Em Alentos, Os Pensares Conferindo, Vão Conversando, Sentindo, Recolhem-se Ao Acampamento. 10- Então Francisca E Duarte, Em Correlações: Exímios: Mudam-se Ao Fim Da Tarde, E Vão Acampar Com Os Índios. A Noite Calma Chegando: Ajudantes No Comando, Dando Conta Do Recado. 12- Uma Visita Aos Feridos, Os Falares Comedidos, Procederes, Conferências: Segredos De Experiências. 13- Depois Da Roda De Mate, Com Seus Amigos Dolentes, Um Jantar Leve E Prudente, E O Futuro Em Debate:
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14- Deitaram E Conversaram: As Contemporizações, Um Repasse No Presente, O Destino, As Conclusões:
Entre Confissões E Amores: Lembraram-se De Antemão Que Estavam Sempre Em Penhores. 16- Por Mais Que Sejam
Maduros, Os Casais Em Seus
Tratados, Quando Há Sombras No
Passado, Surgem Fantasmas No
Escuro, 17- Longa Pausa, Silenciam, Pairam No
Ar Erros Recentes. Pesando O Clima Presente Em Quietudes Se Associam: 18- Depois De Um Longo Silêncio: Compassos Nos Corações: Sussurram, Respirações E Se Apaga O Mau Prenúncio. 19- Então Recita Duarte: Se Quiseres Ser Feliz.... Diz Francisca: Sei O Adágio: Não Toques Na Cicatriz...! 20- Então Emenda Duarte: Se Tocar, Saibas Fazer... Francisca Logo Completa: Não Sabendo..., Irás Sofrer! 21- Então Francisca Prossegue: Calces As Minhas Sandálias... Segue Duarte E Diz: Andes Com Elas,
Meu Bem...
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22- Então Provoca Francisca: E Verás Que Onde Eu Errei... ... ... Responde Duarte Rindo: Tu Errarias Também...! 23- O Médico Conhece Manhas, Sabe O Jeito De Fazer, Vai Manter Seu Bem
Querer, Longe Do Chefe E Suas
Sanhas. 24- E Francisca Por Sua Vez; Seu Grande Amor É
Duarte, Se Amam De Parte A
Parte, A Vida Lhes É Um Prazer.
As Lindas Recordações: Primaveras E Verões; Floresce Os Bons Sentimentos.
E As Vozes Perdem Volume, Baixam Ao Brilho Do Lume: Murmúrios E Juramentos. 27- É Inegável O Amor Entre O Médico E A Enfermeira, Se Encontram Em Brincadeiras, O Elo É Puro Candor. 28- Duarte Aprendeu Com A Vida: Há Um Chamado Pra Atender; Francisca Estava A Sofrer E Não Sendo Socorrida. 29- Os Sussurros, As Ternuras, As Confissões Relembradas, Já Não Pensam Em Mais Nada: Nem Juízos, Nem Mensuras: |
E O Inesperado Começa, A Noite Vai Ser De Festa, Daquelas Que Nada Iguala. 31- Amor Quando Arde Em Chamas, A Noite Incendeia Loca. E Por Mais Que Seja Longa Toda Noite Sempre É Pouca.
Em Cores Quentes, Brilhantes, Vai Encrustando Os Casais, Feito O Ouro Com O Diamante. 33- E Começa Ardendo Aos Poucos, Devagar Vai Se Alastrando, Crescendo Em Desejos Loucos, Clamor De Luzis Ecoando. 34- Libido Se Faz Presente, Tope De Fita Em Amores, Os Corações Em Tambores, Acasalamento De Gente. 35- Mais Um Beijo, Muitos Beijos, Abraços, Mundo Rodando, Sussurros Ternos, Ensejos, Carinhos, Corpos Planando... 36- É Com A Doçura Da Uva, Que Se Apronta O Bom Vinho, É Com Sussurros, Ternuras, Que Se Recebe Carinho, 37- Então A Bela Francisca, Por Fazer Amor Calada, Naquelas Noites Passadas: Já Não Se Contém À Risca. |
38- Costumavam Levitar, Em Longos Voos De Amores: Desejando Só Se Amarem, Dividindo-se Em Favores. 39- Então Entregam-se Inconscientes, Pro Grande Acontecimento, E Voam Os Sentimentos, Se Livrando Das Correntes. 40- O Ambiente É Loucura, E Francisca Apaixonada, Alça Voo Arrebatada, Em Demências E Doçuras. 41- Toda Envolvida No Clima: Quer Morrer De Desejar, Desliza As Ondas Por Cima: Qual Uma Sereia No Mar, 42- Por Mais Que Fosse Contida, Foi Crescendo Os Gemidinhos, De Vez Em Quando Gritinhos, E A Frase: -"Amor Da Minha Vida"! 43- Foi Repetida Em Repentes, Silenciava Por Momentos, Ressurgia Num Crescente, Qual Loba Uivando Ao Vento.
Aquela Doce Agonia, E Outra Vez Silenciava, E Mais Uma Vez Ressurgia. 45- Não Afoitos, Mas Sedentos, Se Contendo No Prazer, Pra Quem É Exímio Em Fazer, Se Torna Eterno O Momento.
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46- Quem Sabe Amor Encantar, Se Entrega Em Pura Paixão, Não Cansa E Volta A Buscar, Em Eterna Sedução. 47- Ternura: A Arte De Amar , Quando Em Acasalamentos, Faz Um Céu Dos Sentimentos, E A Perdição Em Loucuras.* *Rimas de extremos. 48- Nas Tendas Outros Casais, Cercavam O Lindo Casal, E A Seresta Em Cabedais Foi Se Alastrando Em Coral. 49- De Barraca Em Barraca, Contaminando Os Sentidos, Semeando Anseios, Libidos, Tomando A Noite Em Cascata. 50- As Índias Quebram Barreiras Da Campanha Puritana, As Guaranis Araganas Em Sonata A Noite Inteira. 51- Umas: Gemidos Frenados,, A Não Poder Se Conter, E Então Soltar O Prazer, Sem Temer Qualquer Pecado. 52- Outras: Em Uivos Largados, Assanhando Quem Ouvia, No Jogo Da Fantasia, Soltavam-se A Todo Grado. 53- Dúzias De Lobas Uivando, Cantam, Solfejam Em Couro, Soluços, Gemidos, Choros, E O Prazer Foi Se Alastrando. |
54- As Juras De Mútuo Aceites, Sublimação Ao Momento: Confinando O Sofrimento, Por Libertar O Deleite. 55- Casais Negros E Mestiços, Entraram Em Cenas No Show, E O Volume Num Feitiço, Foi Ecoando E Aumentou. 56- E Mesmo Com Casais Brancos, Que Avizinhavam A Festa, Sussurros E Uivos Francos, Em Contra Canto À Seresta. 57- E Nos Recantos Reclusos: Entre Homens, Ou Mulheres, Houve Suspiros Confusos, Cochichos De Bem Me
Queres. 58- Adentrou A Madrugada, Aquele Ritual Infindável, Qual Fogueira Inapagável, Cada Vez Mais Incendiada. 59- E Então Maestro Duarte: Conduz De Batuta Em
Riste, Rege A Cantata E Insiste, No Puro Domínio Da Arte. 60- E Regendo A Grande Orquestra, Vai Avançando Nas Horas, Ecoando Noite Afora, A Afrodisíaca Festa. 61- Prazeres Deleites Pairavam, Céu Estrelado A Brilhar, Paravam, Recomeçavam, Qual Sinfonia Ao Luar. |
62- Mesmo Os Enfermos Sofrendo, Já Nem Queriam Dormir, Se Deleitavam Ouvindo, Uns Quietos, Outros A Rir. 63- Uns Querendo Levantar, Participar Do Momento, E Outros Os Seguravam, E Os Mantinham A Sustento. 64- Eram Risos De Alegria, Diziam Comemorando, - Louvado Seja Meu Deus, Que Se Eternizem Se Amando. 65- As Matronas Comentavam: -Música Para Os Ouvidos! É Lindo Quando Se Ouve, O Amor Sendo Atendido..!!! 66- E O Amor É Um Doce Açoite, Demência Encantada E Bela, Quem Faz Vê Chuvas De Estrelas, E Arco-Irirs Na Noite. 67- Francisca Se Entrega Em
Deixas, A Ver Astros E Eventos, Colorindo O Firmamento, Em Suspiros, Choros, Queixas... 68- Voando Numa Experiência, Que Faz Do Amar Uma Síntese, Numa Entrega De Consciência, Perde Os Sentidos Num Êxtase . 69- No Coral Da Grande Orquestra, A Prima Voz Desmaiou, Voou Em Sonhos Na Festa, Só Bem Mais Tarde Acordou.
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70- Oficiais Naquele Instante, Rugiam Frases Enfadonha: - Isso É Uma Pouca Vergonha Não Pode Seguir Adiante!!! 71- Que Façam Quietos No Escuro, Dentro Do Maior Respeito! Mas Se Amarem Deste Jeito...!!! Que Escarcéu, Que Desconjuro!!! 72- ...E Os Gemidos Ecoando: Que Os Arrancaram Do Sono Perdem Elegâncias,
Entonos Vociferam
Protestando:
O Que
Sobra É Protestar, Com
Tanta Fêmeas A Uivar Quais Labas Pro Firmamento. 74- ... E A Cantata Foi Sonando: Prazer
Em Exibição Pisando
No Coração, De Quem
Não Tá Participando 75- E
Gritam Os Alarmados: Isso Não Passa Em Branco!!! Contidos
Por Moderados, Que Os
Aquietaram Num Canto. 76- ...E A
Sonata Entoando: Loucura Que
Extasia Machucando A
Fantasia “De Um Desdenhado
Escutando”. 77- Que Reclama Em
Agonia: Ah, Dona, Cadê Minha Dona! Não Digam Que Ela Se Soma Em Meio A Toda Esta Orgia! |
78- ...E A Sinfonia Ressoando: Em Seus Ouvidos Ribomba, Qual Uma Tortura Longa, Ao Cismar Sua Dona Amando!!! 79- Então Se Abrindo A Aurora, O Silêncio Foi Chegando, Os Murmúrios Se Apagando, Dormiram Até Altas Horas. 80- Depois Foram Se
Acordando, Olhares, Cumplicidades. Fraternos, Rindo, Se Amando, Casais Em Felicidades. 81- Há Anos Que Não Sentiam, Tão Especial Emoção, Balanços Pro Coração: Lembraram Que Existiam. 82- E Os Oficiais Carrancudos, Em Discurso Educador: Foi Afronta, Absurdo, Devasso, Constrangedor : 83- “A Tropa Republicana, É Um Lugar De Respeito. Despudor Não É Direito: Que Coisa Suja E Mundana!!!” 84- “Aqui É O Mundo Da
Guerra, E Não Um Festim De Amor, Só Podiam Ser Selvagens, Coisa Bárbara, Que Horror...!!!” 85- E A
Cafetina Ambiciosa: São Pagãos Em Bacanais: Sem Cobrar Nenhum Vintém, Se Amaram Quais Animais!
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86- “Ò Quanta
Perda De Lucros, Quantos Negócios De Amores, Se Perderam Nesta Noite, Sem Consciência Dos Valores!! ” 87- E O Alegre Oficial: “...E Eu Não Fui Convidado...! Imagina! Estar No Meio, Cooperando Com Os Dois Lados!” 88- A China Pra Ingênua Filha: Que Era Um Sonho Coletivo De Gente No Paraiso Que Um Dia Ela Intenderia! 89- Mas A Menina Quer Saber: -Mãe Responda Por Favor, No Paraiso Tem Dor, Foi Tanta Gente A Gemer? 90- E A Mãe Com Calma Lhe Diz: Quando
É Feito Com Amor, O
Prazer Parece Dor, Agente
Geme Sem Querer. 91- Mas
A Mãe Não Convenceu: E A
Curumim Conversando Com As
Amigas Se Inteirando Foi
Sabendo O Que Se Deu: 92- E O Missionário Em
Reclames: Em Vez De Paz E Oração, Aos Mortos Nossos Irmãos, Fazem Orgias De Enxame! 93- Amor, Ó Mundano Amor Que Tanta Gente Profanas: Do Lume À Sandice Insana Confunde O Prazer Com A Dor...! |
94- E O Poeta Versejando: Nem Os Vivos, Nem Os Mortos Negam Em Almas E Corpos Amor Que Vivo Cantando! 95-Amor Ó Sublime Amor: Encantada Serenata Que Tanta Gente Arrebatas Qual A Flor Ao Beija Flor!!! 96- És Loucura Amparada, Que Liberto, Em Teus Preceitos, Vence Todo O Preconceito E Incendeia As Madrugadas 97- E Que Em
Teu Seio Fecundo Germinam As Esperanças, Em Teus Olhos De Criança Brilham As Luzis Do Mundo 98- “Depois De Tudo Acalmado” “Foi Lá Pelo Meio Dia” Descansados Da Orgia Francisca E Seu Par Ao Lado 99- Vão Para O Estreito Arroio Pro Frescor De Um Largo Banho Em Alegria Sem Tamanho Com Os Pássaros Em Aboios 100- O Casal Acompanhado Vão Se Rindo Entre Acatos Negros, Índios E Mulatos Cercando-os Por Todos Lados.
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A Ordem
01- Duarte Já
No Local Quando
Havia Retornado Logo Fora
Aprisionado Pelo
Comando Imperial 02- E Então
Foi Surpreendido Com As
Arcas Documentais Que
Alegou Ser Materiais Para
Atender Os Feridos 03- As Quais As Mantém Consigo Pra
Devolver Ao Comando: Registros
Republicanos, Toda
Sorte De Ocorrido 04- Os
Imperiais Na Abordagem, Ao Saberem
Que É O Médico. Acreditam
Ser Verídico, E Liberam
Sua Passagem. 05- Então
Parte As Levando, Qual
Socorro À Mão-De-Ferro, A
Guerreiros Junto Ao Cerro, Que
Sofriam Agonizando. 06- E As Arcas
De Seus Pertences Já
Estavam Prontas À Risca Esperando Ele E Francisca Para Os
Métodos Que Exercem |
07- Um Dia Após A
Seresta, O Comando Reunido, Decide Tomar Partido, E Por Um Final Na Festa. 08- O Comandante Em Relato, Pra Desafogar Sua Sanha, Lhe Diz Que Os Doces Regaços, Devem Deixar A Campanha: 09- Que Tudo Mudou Agora, Índias, Negras e Mulatas, Morenas Mouras Do Prata, Todas Devem Ir Embora. As Que Chegaram Do Norte, E As Nativas Das Campinas, Todas Ao Sabor Da Sorte.
Lhe Entregou Os Documentos, Projetos E Pensamentos, Que A República Lavrou. 12- O Comandante O Chamou, Junto Ao Oficialato, O Qual
Num Breve Relato, Então As Ordens Ditou:
Veio-lhe Um Engasgo A Tona, Recitando Comovido, Um: - "De
Lembranças À Dona"!!! 14- Duarte Contem Um Riso: Sábio, Tranquilo E
Brilhante, Darei...! Responde
Conciso: ...e Bastante..., Comandante...!!!
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15- Monta Seu Cavalo Baio; Bom De Boca, Meia Volta, Cavalgando De Soslaio, Com Seu Destino Na Escolta: 16- E Enquanto Toma Distância, Ao Despacito À Frente, Deixa Um Pouco Descontente Atrás De Si O Comandante 17- Que Da Espada À
Empunhadura, A Mão Segura Sedenta, Se Contém E Se Sustenta, E Engole Aquela Amargura.
De Duarte Fazendo
Lei: Dizendo-lhe Então:
- Darei,
E Bastante, Comandante...!!! 19- E Indaga Tal Alusão : - Dará Quando? Como? Onde...? Rosto Inclinado Pro Chão, Olhos Erguidos Pra Longe....
Não Deixa Rolar No Rosto, Dá-se Por Se Resfriar, Pra Não Revelar Desgosto. 21- O Comandante Era O Tal: Garanhão, Sábio Da Vida, Mas Se Sente Desigual, Sofrendo Dor Invertida. 22- E Ao Ver Duarte
Distante: Liberto Qual Quem Provoca, Então Resmunga Entre Os Dentes: - Inda Mato Este Carioca* ...!!!
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* Segundo a
historiadora Helma San’tana, A
qual diz ter em suas mãos a Certidão de óbito tanto de Francisca,
quanto de Duarte – Duarte Veio do Rio
De Janeiro, e era carioca! * Quando a capital federal se tornou
independente do Estado Do Rio, a Corte decidiu pelo termo Fluminense, para distinguir-se de Carioca. * Carioca - na época da
revolução Farroupilha, já era termo usado a mais de um século para quem era nascido no Rio De Janeiro. Depois, com a
independência, os habitantes da capital federal do Estado do Rio de Janeiro
passaram a chamar-se Fluminense, do Latin - flumem: rio:
Habitante do rio. O mesmo que Carioca
em Tupi-Guarani. |
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Dispersão Capítulo XXIV 01- Duarte Chega E Desmonta, Mulheres A Lhe Cercar, Todas Querem Lhe Falar, Mas É Ele Quem Dá As Contas: 02- As Ordens Do Comandante, Diz: Todas Devem Partir, E A Tropa Segue Adiante, Sem Mulheres A Seguir. 03- Com Duarte E Com Francisca, Vão Trocando Confidências, Todas Tem Uma Experiência, E Vão Aplicar À Risca. 04- São Mulheres Confiantes, Batalhas Pra Refletir, Cada Uma Delas Sabe, De Um Destino Pra Seguir. 05- Cada Uma Delas Tem, Sua Particularidade, Artes E Habilidades, Pra Nova Vida Que Vem: 06- Conhecem Flores, Pendões, Ervas, Raízes Pro Chá, Sabem Partejar, Benzer, Negociar, Vender, Comprar...!!!
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07- Lavam, Costuram, Cozinham, Trançam Cipós E Taquaras, Peneiras, Balaios, Sextos... Não Tem Quem Bate E Não Quara.* *- Aquele que faz as coisas pela
metade. 08- Se Preciso Encilham, Montam, Cabelos Soltos Voando. Tecem Lãs, Bordam Tecidos, Bicharás Pro Minuano, 09- A Guerra Não Foi Em Vão, Ninguém A Seguiu Às Vesgas, Todas Guardam Uma Lição, Cada Qual, Com Sigo Mesma. 10- Daquelas Mais Bem Tratadas,. Muitas Irão Pras Cidades, Terão Por Serem Beldades, As Vidas Facilitadas. 11- Muitas Fugiram Na Noite, Índias, Negras E Mulatas, Quando Os Imperiais Partiram, Foram Voltando Das Matas. 12- Entre Todas Eis
Aquelas, Com O Risco Das Senzalas,* Pensam Em Serras E Selvas, Com Seus Sonhos Quilombolas. *- Os Farrapos
libertavam escravos e escravas das fazendas de senhores imperialistas, para
seguir a tropa. Não se sabe – por
falta de dados - o que aconteceu com as “ Esvravas Libertas”, depois da
batalha de Porongos. . 13- A Missão Será
Cumprida, Sonho De Todas Mulheres: Rancho, Roça, Bichos, Filhos, E Uma Túlia Com Viveres.
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14- Ou Em Casas De Comércios, Estalagens Pras Tropeadas, Nas Carpas Em Canchas Retas, Bolichos: Beiras De
Estradas. 15- Terras Pra Arar E Plantar, A Estação Para Colher, Uma Eira Pra Solar, E Um Pilão Para Moer. 16- Qualquer Coisa Vale A Pena, Pra Quem Tem O Que Fazer, Uma Morada Pequena, E A Paisagem Pra Viver. 17- Corações Estão Pulsantes, É O Romper Com A Velha Vida, Se Apartar De Amigas, Lidas, Daquele Mundo Andejante. 18- Assim, Sem Avisos Prévios, Pra Que Saibam O Que Fazer, Somado Ao Golpe Do Império, É De Sentir E Doer. 19- Umas Ganharão A Estrada, Já Com Negócios Formados, Carretas Com Bois Cangados, Com Muambas Pra Vender. 20- Mas Muitas Tem Só As Mãos, E Confiança Na Sapiência, De Uma Popular Ciências, Ou Uma Humilde Profissão. 21- E As Chamadas Mães De Todos: Curandeiras, Benzedeiras, Conselheiras E Parteiras, Que Se Acertam Em Qualquer Povo.
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22- E Aquelas Já Com Parceiros, Com Crianças, Ou Com Os Pais Com As Mães E Outros Casais No Novo Vau, Companheiros 23- E A Aplicada Enfermeira, Que Busca Piratini, E Segue Triste A Sentir, Por Deixar Duarte À Eira: 24- Pois Sempre Haverá Perigos, Sempre Haverá Enfermos, Guerreiros Estão No Ermo, Na Imensidão Esquecidos: 25- Antes Lembrados Por Todos, Então Só O Império Os Lembra, O Pampa Virou Uma Renda, O Invadiram Em Arroubos. 26- Embora Sejam Aos Milhares, São Covardes Nas Refregas, Por Guardarem Tanta Esfrega, Em Seus Perversos Lembrares. 27- E Mesmo Multiplicados, Fogem Do Franco Confronto, Lambem Feridas Dos Tombos, Que Os Tem Decor E Salteado. 28- Então Fingiram Uma Trégua: Propostas, Negociações, Partidas, Resoluções, Ganhando Tempos E Léguas: 29- Por Isso A Cena Ensaiada, O Longo Teatro Armado, Em Nome Da Paz Lavrado: Em Distração Pra Emboscada.
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30- A Carruagem À Frente, Seguindo Com Aqueles Seres, Uma Multidão De Mulheres, Carretas Rodam Rangentes. 31- E A Pé Em Fila Na Pampa, Buscando A Vila Mais Perto, Oasis Que A Vida Encampa, Léguas No Verde Deserto. 32- Depois De Dias Andando Aos Poucos Caindo Em Si Muitas Se Pegam A Sorrir: Um Outro Mundo Clareando 33- Linha Do Horizonte
À Frente O Céu Encosta Em Relevos Todo Olhar Pra Lá A
Vê-los Querem Chegar Em
Torrentes: 34- Elo Com O Mundo
Proscrito. Que Apoiado No
Horizonte Desde Do Chão Faz
Uma Ponte Qual Passagem Pro
Infinito 35-E Chegam A
Piratini: É A Antiga Capital Algumas Ficam
Afinal Mas Muitas Irão
Partir 36- E Francisca Que
Ao Fim De Tudo, Duarte Virá Pra Buscá-la. Longo Abraço A Apertá-la, E Então Se Despedem Mudos. 37- E A Deixa Olhando A
Partida, Vai Ao Longe Se Afastando, Rumo A Guerra Cavalgando: Sem Dramas Porque É A Vida. |
38- Na Cidade Onde Ela
Fica, Todos Querem Se Acercar, Se Aproximar, Conversar, Dar Audiência As Suas Ditas 39- E Surgem Os
Pretendentes Sempre Os Teve Ao Redor Dos Problemas É O Menor Sabe Lidar Com Esta Gente 40- Não É De Assento
Esquentar , E Nem De Dormir À Sombra, Mas Água Fresca Ela Toma, Que É Pra Ao Ritmo Aguentar. 41- Nem Bem Se Tornou
Uma Hospede, Entre Gente Nobre E Rude, Faz Inspeção De Saúde, Lhes Devolvendo Miríades. 42- Visita A
Aristocracia E Ranchos Nos Corredores Pra Ela Não São Favores: É Seu Destino, Sua Guia. 42- Enquanto Isso
Duarte; Se Encontra Com Gaviaõ, E Ouve A Sua Razão, Detalhada Parte A Parte: 43- Porongos Não É O Final, É A Luz De Uma
Consciência: Ou Se Impõe A
Resistência, Ou É A Pena Capital. 44- Foi Assim Com A Sabinada, Com A Revolta Dos
Malês, Cabanagem,
Balaiada: É Resistir, Ou
Morrer |
45- Se Nos Damos Derrotados, Somos Massacrados
Vivos, Esquartejados,
Salgados, Dar-lhes Trabalho É
Preciso. 46- Para Evitar Este Mal*, E Enfrentar Suas
Matilhas, Precisa Manhas,
Guerrilhas, E Prolongar O Final *Revoltas do período regencial em que
além de serem derrotadas, foram massacradas, como o caso da cabanagem onde
morreram dezenas de milhares de pessoas e duas tribos foram extintas pelo
Império. Estas revoltas tiveram todos os seus lideres presos, enforcados, ou
fuzilados. A revolta dos malês, onde os negros foram massacrados para exemplo e o líder
condenado à morte por 1200 chicotadas.
Os farroupilha - mesmo com a forte suspeita de traição – depois de
Porongos - “certamente” compreenderam que, para o Império predador,
não podiam levantar a bandeira branca,
a não ser negociando de igual para igual. 47- Usar O Conhecimento; Lhes Gerar Desesperanças: Que Um Farrapo Não
Se Cansa, E Nem Tem Temor Do
Tempo. 48- Até O Cansaço
Total, Em Que O Teatro
Desgraçado, Vire Um Fato
Consumado: Tratado De Igual
Pra Igual: 49- Buscar O Digno
Final: Derrota Ninguém
Assina. A Resistência É O
Sinal: Dar Ao Império Dura
Sina! 50- Assustar Com A
Eternidade, Qual Guerra Em
Tempo Sem Fim, Dobra-los Até O
Capim, Em Suas Imperiais
Vaidades. |
51- Se Não Há Chance À
Vitória; Conhecemos A
Querência Sobra Vãos Pra
Resistência Pra Manter Honra Na
História 52- Gavião Tem Uma Missão, Com Lanceiros Já Montados, E O Médico Preparado, Sempre Está Em Prontidão. 53- Em Sua Francisca
Pensando, Vê O Horizonte Pampeiro, Vê Gaviaõ E Os Lanceiros Pensa Na Guerra: Até Quando...!!! 54- E Vai Até O Comando, Se Apresenta Em Empenho, Todos Sabem Seus Engenhos De Perito Atento E Brando. 55- Mas Duarte É Dispensado, E Então Volta Pra Buscá-la; Porque Irá Acompanhá-la, Em Retorno Ao Velho Pago. |
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Bomani Gabão E Dandara Capítulo XX... 01- O
Moro Está Preparado, E Gabão
Monta Num Upa, A Mula De
Carga Ao Lado, E Dandara
Na Garupa. 02-
Madrugada, Quando Partem, Rumo
Marcado, Seguro, Pois Não
Deve Haver Apuros, Bomani Os Seguem Com Arte, 03- Sem
Nenhum Dos Dois Saber: De Perto
Ronda Os Seus Rastros, Às Vezes
Param Em Repastos, Sombras,
Águas De Beber . 04-
Bomani Os Mantém A Vista, É O Orixá
Protetor, Sabe O
Humano Valor, Daquela
União Prevista. 05- Da
Liberdade Em Conquista, Pelo
Casal, Prometido: É O
Seguro Garantido: Passa A
Trilha Em Revistas. |
06- Às
Vezes Se Adiantando, Seguindo
Pelos Atalhos, Pros
Possíveis Atrapalhos, Virem Se
Identificando. 07- A
Manhã Ensolarada. Passa Manso O Meio Dia. Sol A
Pino Cai Na Guia, Vem A
Tarde Acalorada. 08-
Deixaram Pra Trás Porongos, Só Campos
E Matarias, Ainda
Longe Do Quilombo: Duas
Noites E Dois Dias. 09- O Sol
Descamba A Oeste, Vermelho
Como Um Pedido, De Quem
Vive Comovido, Com As
Cores Que O Mundo Veste. 10- Falta
Um Tempo Pra Chegada, Sombras No Mato Descendo , A Noite
Vem Se Estendendo, Longa E
Dura Caminhada. 11- Então
Escolhem Parar: Pasto
Verde, Água Corrente, Pra
Cavalo, Mula, E Gente, Poder
Beber, Descansar . 12- Desmontam
Cargas, Arreios. Fazem
Cama Improvisada, Cobertor:
Noite Estrelada, Sussurros
E O Sono Veio. 13- São
Zelados A Distancia, Bomani
Varre Arredores, Examina
Os Por Menores, Suspeitas
De Toda Instância. |
14- Vai Noutra Fonte
A Seguir: Dá Pro Alazão
Água E Pasto, Mas Deixa O
Tordilho Aos Bastos, Porque É Melhor
Prevenir. 15- Uma
Relva É Uma Cama, O Bichará
É Travesseiro, Tudo Tem
Que Estar Ordeiro, Quando O
Contra Tempo Chama, 16- Mas Já Farejou Um
Perigo, E O Tordilho
Escarceia, Retesa E Troca As
Orelhas, E Se Sente Ao
Desabrigo. 17- Há Uma Fera Se
Acercando,
Bomani Sentiu Seu
Cheiro, Viu Seus Olhos
Qual Luzeiros, Entre As Sombras
Espreitando. 18- Trás Pra Perto O
Alazão, E O Acalma Lhe
Abrigando, O Leva Junto
Cabresteando, Enquanto Fecha A
Escuridão. 19- E Se Aproxima Do
Casal, Que Foi Dormir No
Abandono, Lhes Cuida Com
Zelo, O Sono: Pra Que Não Lhes
Corra Mal. 20- Senta-se
A Beira De Um Tronco, Onde Apoia Suas
Costas, O Casal Respira
Às Soltas; Cansados Num
Leito Bronco. 21- Mas Nem Sonhando
Suspeitam, A Presença Do
Amigo, Lhes Guardando Dos
Perigos, Em Frente De Onde
Se Deitam. |
22- Mais
Leve Que Um Cão De Guarda, Os
Ouvidos Preparados, Olhos
Guerreiros Treinados, A
Madrugada Não Tarda. 23- Sem O
Casal Perceber, Bomani
Prossegue Atento, Nunca Se
Deixa Vencer, Sempre
Pronto A Contratempos. 24- E
Gabão Encilha O Moro, Com A Mula Na Ilharga, Remonta E
Refaz A Carga, Com Laço
Trançado Em Couro. 25- E
Dandara Nas Correias , Mantendo
Os Bichos Parados, Mula Mansa Cabresteia: Seguem O
Destino Montados. 26- Retomam
A Caminhada, Pensando
Que Vão Sozinhos, Buscam
Sombras No Caminho: Sol Na
Pampa Iluminada. 27- E A
Fera Ronda Por Perto, Às Vezes
Se Aquieta Imóvel, Mas O
Bicho É Esperto, Descobre
O Risco Que Corre. 28- Já Se
Encarou Com Bomani; Sentiu
Perigo Mortal: Virar
Pasto De Urubu, Se Atacar
O Casal. 29- Então
Dá Passos Pra Trás, E Se
Afasta Se Ladeando, Finge
Fugir Galopando: Deixando
O Casal Em Paz.
|
30- Mas É
Uma Pintada Matreira, Faz
Voltas, Se Reaproxima, Das
Rochas Olha De Cima: Na Crista
De Uma Pedreira.
31- Mais
Um Trecho Rumo Aos Morros, Macegal
Pela Cintura, Folgando
A Cavalgadura, Gabão
Apeia Do Moro. 32- Pra
Se Manterem Atentos, Fica
Dandara Montada, Com Sua
Visão Espraiada, Pra
Avisar Qualquer Evento. 33- Bomani;
Olhos Treinados, Examinando
O Penedo , Descobre
Entre O Rochedo, O Animal
Mimetizado. 34- Que
Se Prepara Do Alto, Só Tem
Olhas Pra Dandara, A Onça Se
Alça Num Salto, O Cavalo
Bufa E Para. 35- E A Besta Vem Pelo Ar, Com Suas Garras
Espalmadas; Pontudas
E Afiadas, Dentes
Prontos Pra Matar. 36- Invisível
Bem Ao Lado, Bomani
Sabe Ante Ver, Qual Um
Arco Retesado, Que
Solta-se A Se Romper: 37- A
Lança Com Precisão, Num
Arremesso A Todo Braço, Fere O
Bicho Em Pleno Espaço, E O
Predador Troa Ao Chão.
|
38- O
Moro Se Empina E Pula, Relincha,
Mas Não Dispara, Gruda-se
Ao Lombo, Dandara, E Gabão
Domina A Mula... 39- Um
Susto: E O Silêncio Assenta: Tudo
Parado Ao Redor: Nada:
Ninguém Se Apresenta: Qual Um
Mistério Maior: 40- Qual Obra De Um Ser Divino, Enviado
Por Olurum, Ou Quem
Sabe Por Ogum, Pra Lhes
Guardar O Destino. 41- Respiram,
Seguem Em Frente, Põem Fera
E Lança Pra Tráz, Sem Ver Quem Os Guarda Em Paz, Os
Conduzindo À Sua Gente. 42- Outra
Tarde Se Avizinha, Outro Por
Do Sol Bonito, Desenhos,
Nuvens Rabiscos, Revoos De
Andorinhas. 43- Outra
Noite Pra Descanso, Estrelada,
Morna E Quieta.; Num
Repente Uma Seresta, De Uma Suindara
Cantando. 44- A
Barra Do Dia Aponta, É O Sol
Mandando Avisos; Vai
Brilhar No Paraiso, O Casal
Logo Faz Monta. 45- Os Nambús, As Araquãs, Saracuras,
Jacutingas, Nas
Nascentes, Nas Cacimbas Em Serestas
Com As Rãs |
46- Antes
Do Sol Da Manhã, Segue
Dandara E Gabão: Atravessam O Chapadão, Costeando
O Rio Camaquã. 47- Fiel Seguem O Traçado, Divisam A Trilha Correta, Vão Pro
Passo Das Carretas, Cruzam O
Rio Pro Outro Lado. 48- Sentem A Presença Do Ente , E Vão
Seguros Marchando, É O
Lanceiro Os Cercando, Cônscio,
Justo E Prudente. 49-
Experimentado,
Coerente, Examina A
Retaguarda, Faz
Campanha À Vanguarda, Nos Dois
Lados, Toda A Frente. 50-
Bate
Guizo A Cascavel, Ressonando
Na Pastagem, Longe Do
Casal Em Viagem, Que Segue
Rumo Ao Dossel. 51- Mas O Tordilho A Encontrando, A Reponta
A Manotaços , Cavalo
Bom Que É Um Aço; Sai
Garboso Se Empinando. 52-
Surge Uma
Caranguejeira, Bem No
Meio Do Caminho, Mas Se
Esconde Nuns Espinhos, A Aranha
Caçadora. 53-
Um Pardo
Pasta Na Lomba. Guará Faz
Cruzada Perto. Enquanto
O Graxaim Experto, Circula
Fazendo Rondas. |
54-
Sol
Nascente Vem Sereno, Vai
Certeira A Caminhada , Os
Relevos As Canhadas: Parar
Agora É Veneno . 55-
Paisagens
De Aluvião, Cavalo Em
Marcha Marcada, Encurta
As Léguas Penadas, Leva
Dandara E Gabão. 56-
Marcando Sinais, Indícios, Que
Bomani Já Apagou:, Nem Um
Vestígio Deixou, Faz Parte
Do Seu Ofício. 57-
Os Seguiu
E Os Guardou, E Os
Cerca Rumo A Chegada, Na Serra
Das Encantadas, Onde O
Destino Os Chamou
. 58-
A Noticia
De Porongos, Se
Espalhou Nas Invernadas, Fazendeiros
Em Caçadas: Gente Em
Fuga Pros Quilombos. 59-
Negros
Pras Matas Fugiram, Das Mãos
Que Semeiam Mortes. Foram
Buscar Outros Nortes, E Os Caçadores
Surgiram. 60- O Casal Ao Desabrigo: Lembra Bomani: Os Conselhos,, Orientam-se, O Fazem Espelho: Previnem-se Dos Perigos. 61- Um Céu Azul De Doer Com Um Sol Brilhante No Meio O Amor Qual Ouro Em Veios Suor No Rosto A Verter |
62-
E Uma Fonte Cristalina, Com Areias Reluzentes, Águas Doces Transparentes, Que A Provocar Se Destina. 63- Mas A Tentação É
Ávida, E Se Banham Em
Tal Fonte, Abraços Fazendo
Pontes, Crianças De Almas
Cálidas. 64- Seus Olhos São
Seus Espelhos, Se Refletindo Em
Encantos, Magias Os Cobrem
Em Mantos, Que Se Esquecem
Dos Conselhos. 65- Buscando Novo Horizonte, Bamani Prevê Respostas, Então Vira-lhes As Costas. E Em Guarda Revisa O Fronte: 66- Vasculha Os Arredores, Examina Os Pormenores, Se Previne Dos Apuros
, Visa Mantê-los Seguros. 67-
E Vai Dando Tempo Ao Tempo Com Tudo Sobre Controle. Qual Patriarca
Com A Prole: Administra Os
Eventos. 68- Sol Brilhante, Lindo Dia, Na Vereda
Se Depara, Entre
Ele, Gabão E Dandara, Com Uma
Visão De Agonia. 69-
Logo
Entende Que É Urgente: Cavaleiros
Em Caçadas, E O
Chefe Com Uma Espingarda, Laços,
Grilhões E Correntes...!!! . |
70- E Um Homem Negro De Apresto: Prisioneiro Em Gargalheira. Costeando Uma Ribanceira, Feito Um Gato No Cabresto. 71-
A Cena
Lhe Afronta A Alma, Porém Não
Perde A Postura, Respira
Fundo, Se Acalma, E Se
Apruma Com Candura. 72-
É Um
Capitão Do Mato, Mais Três
Pardos Ajudantes, Descobrem O Casal Infante, Vão
Caçá-los Pra Repastos. 73-
Mas
Bomani Em Sua Viagem, Não Tem
Carências De Nada: Tem
Sapiências Afiadas E
Experiências Na Bagagem. 74- Monta Um Bom Tordilho Negro, Tem Honra E Fibras De Aço, O Pulo
Pra Trás, Do Gato: Com
Manhas E Outros Segredos. 75-
Na Mão
Treinada Uma Lança. E Dez
Anos De Batalhas, E Uma
Adaga Qual Navalha, Quando Um
Inimigo Alcança. 76- As Boleadeiras Nos Tentos E Bom
Laço Pro Imprevisto Em Tudo
Ele Passa Visto: Não
Passariam Qual Vento. 77- Bichará De Braçadeira, Vincha
Vermelha Na Testa, Colete Em
Couro, Calças Retas, Nos Pés
Botas Garroneiras .
|
78-
Chiripá,
Faixa À Cintura, E Camisa
Em Mangas Largas, Folgando
O Braço Nas Cargas, Pra
Quando A Peleia É Dura. 79-
E O
Capitão Quebra O Tempo; Crianças:
Fragilidades: Afoito Em
Sua Maldade, Aproximou-se
Ao Relento, 80- Bomani Sabe, É Um Guerreiro: Que Pra
Abalar Num Combate, O
Comandante Do Ataque, Precisa
Tombar Primeiro. 81-
Olhos
Nus: Oitenta Passos, * Na
Espera: O Alvo Se Ajeita, Que Nem
De Longe Suspeita, A
Qualidade Do Braço. *Passo: 0,82 m. 82-
O
Casalzinho Inocente Em Uma
Fonte De Amores Mirados
Por Predadores Com
Facões, Grilhões, Correntes...!!! 83-
E A Tragédia Se Defronta, Não
Há Tempo Pra Errar: É
Acertar, Ou Acertar, Mas
Tem Lanceiro Na Monta: 84-
E Se
Empina O Alazão...
Na
Vertical Dos Sentidos Guerreiro
Em Pé Nos Estribos, Busca
O Alvo Na Amplidão. 85-
A Cabaça Do Tordilho Sob O
Peito De Bomani, Que Na
Envergadura Expande, Ao Alto
Um Arco Em Gatilho.
|
86- E
Antes De Bater Os Cascos, Do Braço A Toda Extensão: Num Tiro De Precisão , Um Dardo
Rasga O Espaço: 87-
Descreve
Uma Eternidade, Na Longa
Curva Do Tempo: Contra O
Tenso Sentimento, E A
Extrema Necessidade. 88-
É Uma
Lança Arremessada, Que Estoura
De Supetão, Nas
Costas Do Capitão, Que Tomba
Sem Ver Mais Nada 89-
Poderia
Ser No Peito Mas Seria
Romantismo: Jagunço
Do Escravagismo Não
Merece Este Direito: 90-
Desarmou
Logo O Mundéu, Que
Ameaçava O Destino, Da Menina
E Do Menino, Que Mãe
Andira Prometeu. 91-
Bomani Se
Compadece Dos Três
Pardos Ajudantes, Com
Facões Relampejantes, Os Três
Com Bobos Parecem. 92-
Mas O Quilombo Está Perto, E
São Homens Predadores, Jagunços
De Maus Senhores, É
Preciso Dar Conserto. 93-
Não Pode
Ficar Viventes: Tem Que
Manter O Segredo. E À
Matilha Do Degredo O Contra
Ataque É Urgente.
|
94-
O
Tordilho Negro Esbarra, E Bomani
Se Boleia, Os Facões
Logo Golpeiam, E O
“Ésse” D’Adaga Os Barra. 95-
Foi Três
Tinidos De Aço, Um Pra
Cada Mão Cruzada, E Três
Gargantas Cortadas, Pra Então
Descansar O Braço. 96- E Liberta O Prisioneiro, Reconhece Num Instante: De Porongos Um Infante, Um Jovem
Espingardeiro. 97- Que Então
Fala O Seu Destino: Tem Um Mocambo Nas Serras, Sua Gente Está Na Espera, Tem Rumo, Lugar E Tino. 98- Serve- se De Um Facão, Da Espingarda E De Um Cavalo. A Bomani A Gratidão, E Ganha O Mundo Num Estalo. 99-
Então Pra
Não Correr Riscos, E Ser
Visto Por Gabão, Que Caso
Ouça O Tufão: Venha
Acudir Qual Corisco. 100-
Bomani Ali Não
Se Pasma: Num Salto
Que Lembra Um Puma, Faz Monta
Qual Fosse Pluma, E Se Apaga
Qual Fantasma. 101-
Pois
Gabão É Corajoso, O
Esperavam Pra Lanceiro, Tinha
Sangue De Guerreiro, Muito
Embora Cuidadoso:
|
102-
O Menino
Em Alma E Brilho, Julgaria
Aqueles Berros Por
Pedido De Socorro, E Então
Viria Em Auxílio: 103-
Da
Fonte Numa Ravina, O
Casal Ouve O Entrevero: Um
Estouro E Um Berreiro... E Logo
Tudo Termina. 104-
Dandara
Se Põe Serena, Com
Apreensão E Cuidados! Mas Gabão Vai Preparado: Espreita,
Examina A Cena. 105-
Então Ao
Ver Quatro Corpos, Correntes,
Grilhões Na Ilharga: Os
Facões, Cordas Na Carga Compreende
Quem São Os Mortos. 106-
Logo
Entende A Seu Favor, Que Tudo
Correia Bem, Mas Com
As Forças Do Além, E Um
Guerreiro Protetor. 107-
Retomam
Logo O Caminho, Sabe Que Não Vão Sozinhos: E Se
Apressa Com Dandara, É O Amor
Que Cativara: 108- E
Que Era Cativo Também. Não Sabem
O Que Se Passou, Quem Foi
Que Os Derrubou, Talvez Guerreiros
Do Além. 109- Bomani
Sempre Encoberto: Sombra Em
Ângulos Móveis: Entre Arbustos
Favoráveis, Os
Protegendo De Perto. |
110- Assim
Mantendo Distância, Evitando
Interação, Guarda Com Mais Precisão, De Todos
Os Riscos E Instâncias. 111- Porque
O Casal É Sagrado, E O
Quilombo É A Razão, Faz Parte
Da Anunciação, E
Precisam Ser Guardados. 112-
Cruzam
Arroios E Sangas, Campinas
Matas Fechadas, Samambaias, Ory-Kangas , Relvas,
Sombras E Ramadas. 113- Nos
Campos Barbas De Bode, Santa
Fés, Capins- Forquilhas, Macegas,
Caraguatás, Chircas,
Carquejas, Flechilhas... 114- Corunilhas , Camboatás, Ervas De
Bugre, Cabreuvas, Tarumãs E
Cambarás, Cedros ,
Angicos E Tajuvas. 115- E As Rebentações Rasteiras: Alecrins,
Trevos, Orvalhas Ervas
Santas E Bromélias. E As Orquídeas
Nas Figueiras. 116-
Andança
Em Ultimo Estágio: Sentem
Cheiro De Humanos: De Irmãos
Os Esperando, Qual
Anunciou O Presságio. 117-
Cansaço, Sede É Depois: Um Lindo
Monte Em Visão, Está
Ao Alcance Das Mãos, Parece
Curvar-se Aos Dois. |
118-
Na
Planura Ao Pé Da Serra, Um Verde
Campo Se Estende, E O Casal
Logo Compreende: Um
Paraiso Ali Se Encerra. 119
- O
Quero-Quero Levanta, E Grita
Dando Sinais, Que Há
Gente E Animais, Vindo Das
Bandas Da Pampa. 123- A
Tarrã Voa Bem Alto, E
Canta Naquele Instante, Anunciando
Os Visitantes, Já Vistos
Por Guardas Cautos. 124-
Surgem O Povo
Do Refúgio, Logo Vem
Pra Recebê-los, E Rasgam
Risos Ao Vê-los: Lindos,
Dignos, Prodígios... 125-
Bomani
Espera Paciente, O
Desenrolar Da Cena, Que Mãe
Andira Em Seu Tema, Anunciou,
Foi Previdente. 126-
Contemplando Os Seus Amigos, Aquela
Linda Alegoria, Os
Acolhendo Com Alegria, E Os
Levando Consigo. 127-
É Gente Da Sua Gente, É Terra
Da Sua Terra, Mas
Lembra De Irmãos Em Guerra, E Outros
Perigos Urgentes. 128-
Vira Às
Rédeas, Meia Volta, Ninguém O
Viu No Dever, É Um
Lanceiro A Se Valer, Na Perícia
Das Escoltas. |
129-
Logo
Dandara E Gabão, São
Levados A João Congo, Velho
Chefe Do Quilombo, Que Os
Recebe Com Emoção. 130-
E Feliz
Com Atenção, Ouvindo Os
Adolescentes, Lhes Fala
De Sua Gente, E Lhes
Faz Indagação. 130-
Então
Ouve De Gabão, A Bela
História Da Viagem: Conta As
Trágicas Passagens, Aquele
Ente Sem Razão:
130-
Como Se Fosse Do Nada, Não Visto Em Lugar Algum, Um Guardião Vindo De Ogum, Nos Guardou Na Caminhada! 131-
Junto A
Velha Companheira, Mãe
Catita Da Terreira, João
Congo Cita Dois Nomes: Foi Cabinda, Ou , Foi Bomani!!! 132-
E Rindo
Indaga Com Calma: Quem Lhes Deu Então O Sinal? Quem Lhes Mostrou O Local?? Dandara
Atende Com A Alma: 133-
Mãe
Andira Nos Mandou, Pra Nos Afastar Do Mal, Bomani Apontou
O Local, Com O Moro, Nos Presenteou. 134-
João Congo Feliz A Rir, Diz:- Bomani Os Escoltou, Foi Ele Quem
Os Guardou, E Lhes Trouxe
Até Aqui. |
135-
É Talhado Pra Assim Ser: Sabe O Valor
Do Trabalho, Protege Pelos
Atalhos, Sem O Eleito
Saber! 136- É Um Velho Aprendizado, Da Mãe África
Antiga: Aquele Que
Guarda Vidas: É A Fantasma Do Guardado. 137-
São Espíritos Que Montam, Seguem,
Guardam, Cercam, Rondam, Sem Nunca
Deixar Se Ver, Quais Sombras
A Nos Valer. 138-
Mãe Andira O Mandou! Dos
Lanceiros Protegidos, Experimentado
E Contido: Dos
Melhores Que Encontrou. 139-
Então Dandara E Gabão, Choram
Copiosamente, Em
Soluços Estridentes, Aos
Rebentos De Emoção. 140-
E Lembram O Velho Amigo, Sua
Presença, Os Momentos, Conselhos,
Ensinamentos, As
Palavras Dando Abrigo...! 141- Despois Contam Ao Velho Chefe: A
Trama , A Tragédia, O Tombo: Farroupilhas
Em Porongos, Que
A Crença A Paz Pôs Em Xeque. 142-
A Tristeza Toma Conta, Longa
Pausa / Todos Mudos... Então
O Velho Lhes Conta* A
Dor Que Sentem Por Todos: *Rimas
Coma Palavras Homônimas. |
143- E Fala: Ó Mundo Atroz! Bomani Aqui
Não Chegou, Porque A Urgência
Lhe Chamou! Porque A
Guerra É Feroz!
144-
Homem
Nascido Em Quilombo, Cresceu Livre E Soberano, Com Saberes Africanos, De Ensino Profundo E Longo...!!! 145-
Não Precisava Da Guerra, Mas Querendo Um Mundo Novo; Luta Em Nome Desta Terra: Luta Em Nome De Seu Povo. 146- E Bomani
Por Seu Lado, Faz Regresso
Aos Companheiros, Com
Anseios É Aguardado , Entre Os
Maiores Lanceiros. 147- Experimentado
E Zeloso, Abre
Caminhos, Passagens, Misturando-se
Às Paisagens , Que
O Regresso É Imperioso. 148-
Tem Batalhas Pela Frente Contra
O Exército Do Mal Porongos Não É O Final E
Ogum Faz Chamado Urgente 149-
E Então Despontam Estrelas, Vão
Os Velhos Consternados: Dandara
E Gabão Ao Lado, Em
Passeios Nas Ruelas. 150- E João Congo E
Mãe Catita, Os
Levam De Choça Em Choça, Casas
De Taipas, Palhoças , Com
Gente Livre E Bonita. |
151- A Noite Cai
Com Sereno, Sopra
O Frescor De Uma Brisa, Cordialidade
Precisa, Daqueles
Corações Plenos. 152- No Chão Batido
Uma Esteira, Depois
Deitam E Se Abandonam, E
Dormem O Primeiro Sono,* Meia
Noite: Almas Inteiras. 153-
No Céu Clareia Uma Lua, É
Da Crescente Pra Cheia, Doces
Murmúrios Na Aldeia, Espíritos
Livres Na Rua. 154-
Entre Estrelas, Pirilampos, Batuque,
Balanço, Cantos, Lamentos
De Urutaus, Tambores
E Marimbaus: 155-
Só Praquele Mundo Ouvir: Compasso Baixo
Em Ribombos, E
Os Cânticos Por Porongos , Que
Muitos Choram A Sentir: 156-
Depois Então De Cultuar, O
Segundo Sono* Há De Vir, E
Muitos Sonham A Dormir, Até
O Dia Raiar. **As Civilisações antigas, anterior ao
industrialismo, ou longe dos grandes centros urbanos; dormiam o primeiro sono
com as galinhas, isto é; cedo. Logo depois do anoitecer. Acordavam pelas onze da noite, acendiam fogo,
preparavam alimentos, comiam, depois trabalhavam á luz de lampiões em tarefas
caseiras até cerca de 3 horas da
madrugada, depois dormiam até o dia amanhecer: o segundo sono.Segundo pesquisadores eeste costume existia na Africa também... |
157-
Um Menino Uma Menina, Ternuras
E Emoções, Pulsares
Nos Corações, Que
A Liberdade Destina, 158-
E As Lembranças
De Francisca, E Mãe
Andira Em Sua Mente , Dandara
Linda E Crescente, De
Saudade Sempre À Vista. 159- Que Acredita Que Um Dia, Poderão Se Encontrar, Se
Abraçar E Conversar, Em
Grande E Terna Alegria. 160-
Sua
Pureza Encantada, Trás
Todos Pro Seu Redor, E Do Mais
Velho Ao Menor, Querem
Falar Com Dandara. 161-
Com Irmãos Sempre Pertinho, Tecer,
Trançar E Viver , Sonhar,
Plantar, E Colher; Feliz
Preparo Do Ninho. 162-
Um Ranchinho, Um Jardim, Com
As Petúnias Nativas, Orquídeas
E Sempre Vivas Manjericão
E Alecrins... 163-
E O Barro Sovado À Mãos, Secado
À Sombra E Ao Vento, Ganha
Forma Em Fogo Lento, Desde
O Pote Ao Caldeirão. 164-
E Outras Confecções: Utensílios,
Ferramentas... E
As Colheitas Pras Despensas, Nas
Propícias Estações. |
165-
Os Tecidos Pra Agasalhos, Plantadores,
Construtores, Coletores,
Caçadores, Artesões;
Todo O Trabalho. 166-
São As Sendas Do Quilombo: Cada
Um Dá Seu Pedaço: O
Auxilio De Todo Braço, O
Amparo De Todo Ombro. 167-
O Feitio De Cada Mão, A
Experiência Anciã, O
Preparo Do Amanhã, E
O Amor Naquele Chão. 168-
Danças De Rodas, Cantigas Que
O Orixá Aconselha Que
Em Transi A Mãe Velha Espelha Sapiências
De Gente Antiga 169-
Os Dias Transcorrem Mansos, Tudo
Então Se Confirmou, Qual Mãe Andira Anunciou: A
Vida Ali É Um Remanso. 170-
E Todos Fazem Juízos, De
Tudo Que Ali Transcorre: Nem
Um Exagero Ocorre, E O Quilombo É
Um Paraíso. 171-
E Bomani... Então Voltou, Onde Se Deu A Peleia, Com Prudência Lá Chegou, Seguro De Si Apeia. 172- De Prevenção La Deixou, Os Três Cavalos Atados, Entre Arbustos Camuflados, Desatou E Os Cabresteou. |
173- Os Encostas Juntos Aos Corpos, Os Erguem Do Eterno Tombo, Encruzado-os Sobre Os Lombos, Para O Translado Dos Mortos, 174- Bomane Prossegue A Pé, Com Seu Cavalo E Três Mais, Cabresteando Os Animais, Vai Abrindo Santa Fé. 175- Percorre Um Caminho Longo, Os Quatro Corpos, Levando, Bem Pra Longe Os Afastando, Do Kilombo De João Kongo. 176- Deixa Bem Claro Os Rastros, Pra Que Sejam Encontrados, No Camaquã Do Outro Lado, Boleia Os Corpos Nos Pastos. 177- Encena Peleia Braba, Escaramuças De Cavalos, Marcas De Esbarros, Resvalos, Tal Qual Batalha Acirrada. 178- Depois Qual Um Estilingue, Esticando O Rastro Mestre, Vai Descendo Rumo Ao Leste, Busca Os Rastros De Muringue . 179- Leva Os Cavalos Consigo, Deixando Marcas Quais Rombos, Pega |O Rumo De Porongos. Segue A Trilha Do Inimigo. 180- Mistura As Suas Pegadas, Às, Da Tropa Imperialista, Qual Perseguisse Uma Pista, Feito Um Guará Em Caçada. |
181- Pra Se
Acaso Alguém Antento, Vier Em Justiça Aos Jagunços, Lembre O Campo Dos Pés-Juntos, E Então Desista
Do Intento. 182- Pois São Centenas Os Rastros, De Cavalos Encilhados, Com Cavaleiros Montados, Deixando Trilhas Nos Pastos. 183-E Mesmo Com
Rastro Novo, Qual Parte Da Grã-Pandilha, Perseguindo A Mesma Trilha: O Rastreador Teme
O Estorvo. 184- Tem Pressa; Vai Ao Chasqueiro, Numa Missão Por Sua Terra, Pra Buscar Fundos Pra Guerra, Com Gavião E Os Lanceiros. 185- Mas Sempre Guiado Em Juízos, Tem Um Cavalo Veloz, Na Escaramuça É Feroz, E Avança Porque É Preciso. Quando Em Cruzada De Olhar Ao Longe Vê Cavaleiros São Oito Os Companheiros E Não São De Se Confiar Mas Bomane Segue Em Frente E Não Sai Fora Do Trilho Confia No Seu Tordilho No Braço E Nas Ferramantas |
Zangas Capítulo XXV 01- Falam Abolicionistas,* Republicanos
Pensantes: Que Houve Com O Comandante? Somou-se Aos Imperialistas?
* 1- Entre Os farrapos Republicanos, haviam abolicionistas de fatos, entre
eles Amaral Ferrador, Mariano De Mattos e Teixeira Nunes (O Coronel Gavião). 2-
Farrapos Republicanos que ainda mantinham escravos em suas fazendas, entre eles Bento Gonçalves, Gomes Jardim, e
o Carismático General Sousa Neto. Que Nunca Se Soube ao certo quem realmente era em relação á escravidão, mas mantinha boa relação com o
povo negro. 3- E claro, havia Farrapos
Imperialistas escravocratas, que lutavam apenas por melhores impostos e maior
autonomia para a província. E, no final lutavam por indenizações junto ao
Império, e segundo historiadores, naquele momento, enxergavam os negros
como empecilhos para paz. Entre eles, o
escravocrata Canabarro e o racista confesso Vicente Da Fontoura. 02-
“Farrapos-Imperialistas” * E Escravocratas Se Irmanam: Contra Os
Abolicionistas E Democratas Que
Clamam: 03- Verdades Que Todos Sentem Que As Evidencias Apontam Uns Vão Pondo Panos
Quentes Outros Os Indícios Profanam:
|
* Muito se discutem se os
farrapos eram abolicionistas, ou escravagistas, como se o moovimento fosse um
bloco fechado. Apesar da falta de documentos claros sobre o assunto, e de
historiadores que se preocuparam mais com suas versões da história, do que
nos lançarem cópias destes documentos de arquivos históricos.
Com eles em mãos poderíamos
jogar com nossa própria subjetividade e construirmos nossa própria
interpretação dos fatos como leitores. Entende-se que, como em toda sociedade, através dos tempos - livres, ou subjugadas
- havia varias representações: entre
elas, a dos que desejavam que o movimento republicano se propagasse por todo
o país.
Havia aqueles com seu plano
secreto, ou articulado de, se tornar um caudilho da nova república, mesmo que
preciso recorrer à conspirações. Vicente Da Fontoura articulou isto por
muito tempo, mas quem melhor executou foi Canabarro.
Haviam os que queriam uma República-rio-grandense, porém escravocrata.
Outros queriam uma república abolicionista com liberdade para todos,
inclusive articulando uma resolução abolicionista para a constituição
farroupilha. Havia os que lutavam – como já dissemos - apenas por mais
autonomia da província e menores taxas nos impostos e, os de corações
Imperialistas que peleavam de olho em privilégios e recompensas. Com o
passar do tempo o poder farroupilha foi cedendo espaço através de
articulações internas e conspirações - principalmente às tramadas por Da Fontoura – para as mãos
dos republicanos escravagistas e daí para frente, cada vez mais para as mãos
dos imperialistas internos, que lutavam apenas por uma maior autonomia da
província junto ao Império, liberdade
para melhores negócios e impostos razoáveis. Tanto que, no final da guerra, a
república estava quase que inteiramente nas mãos dos imperialistas
escravocratas internos que, mantinham a república para forçar anistias,
indenizações e a manutenção, ou recompensas profissionais e, uma possível
estratégia de integridade às suas
próprias vidas. E, claro,
conseguiram.
|
04- O Que De Fato Aconteceu, Se Os Relatos Que Se Tem*, O Inimigo É Quem Nos Deu Qual Quem Quer Manchar Alguém...??? 05- Diziam
Que: “-É Opinião... Ressonâncias De Boatos, Do Pau Mandado* Ao Barão, E Suas Versões Dos Fatos”: 06- “Em
Cada Linha Anotada, Entre As Pelejas Finais, Só Quem Não Queira Entrever, O Escárnio Dos Dois Chacais*...!!!” * Os
Principais Relatos Deste Episódio São Feitos Pelos Imperialistas! E,
Descrevem Canabarro Cavalgando Semi Nu, Em Fuga Desesperada *O Barão E Seu Imediato. Muringue. *Muringue,
Comandante da divisão Imperial que atacou Porongos. Tudo Isso somados à uma
carta comprometedora. 07- Muitos Morrem Afirmando: Comandante Traidor! Negou-se A Ver O Valor De Quem O Valeu Peleando! 08- E Os Que Seguem Investigando Servindo-se De Todo
O Cunho, Documentos,
Testemunhos, Algo Que Venha
Assegurando: 09- “Nos Traiu O Comandante??? Vendeu-se Para O Império...??? Ou Garanhão Azarado, Preso Ao Conto Do Vigário...??? 10- Outros O Chamam Vendilhão: Ele Gostava De Dinheiro! Traiu Infantes, Lanceiros... Visando Compensação!
|
11- Há Quem Cite Os Anseios Teimosos Do
Comandante: - Sonhava Assinar O Pacto, Ter Os Feitos De Um Gigante! 12- Confirmar A Existência, Da República Pra A História, Arauto De Guerra E Paz, Coroa De Heróis E Glórias!” 13- Prato Cheio Pro Barão, Que No Fundo Em Seu
Desdém, Pouco Mais Era A
República, Que Uma Terra De
Ninguém! 14- Muitos Falam: O Império: Escravocrata Às Veras, Ceifaria A Primavera, De Negros Livres E Sérios! 15- Preferiram Um Cemitério, Do Que Dar Vasão Ao Sonho, De Tal Projeto Tamanho,* De Separar-se Do Império. 16- Mesmo Que Fosse Um
Tratado, Pra Unir-se Novamente, Mas Sublimar A Negra Gente, De Um Território Destroçado: 17- Seria Lançar Ao Futuro, Uma Nova Revolução, Ressurgiriam Em Razão, Bem Mais Fortes E Seguros! 18- Pendentes Naquela Hora, “Não Deixaram Pra Amanhã”, Pilharam Antes Da Aurora, Filhos De Ogum E Inhansã!
|
19- Foi Ilusão Pra
Tombar, Aquele Povo Libertado! Com Tudo Pra Atocaiar: Quebraram O Vil Tratado:
20- E Muitos Pensavam Assim, Comparando O Comandante: -Iludido E Vacilante, Ingênuo Qual Curumim! 21- Outros Tantos Em Defesa: Negavam Tal Covardia, Afirmavam Sua Coragem, Ressaltavam A Valentia. 22- Para O Barão Ambicioso, E Engenhoso Com Os Durões, Casava Com Suas Razões E Suas Argúcias De Tinhoso: 23- Servindo-se De Espiões Semeadores De Discórdias Vendendo Falsas Concórdias Teatro De Canastrões 24- Foi Fácil Em Sua Malícia, Naquele Mundo Em Pedaços, Lançar Ataque Cirúrgico, No Exército Farrapo! 25- E Foi Dando Tempo Ao Tempo, Na Negociação Mordaz, Fez Cravelha Dos Lanceiros, Qual Fosse Percalço À Paz. 26- E O Comandante No Meio, Entranhou-se Aquele Drama, Mancomunado, Ou Alheio, Se Tornou O Pivô Da Trama! |
27- Bento Sustentou Audaz A Liberdade Dos Lanceiros, Que Era O Impasse Primeiro, Nas Negociações De Paz. 28- Do Ponto De Vista Humano, Não Havia Mal Algum, Mas Pra Um Escravagista, O Insano É Lugar Comum: 29- Seria Este O Enredo: Atalho Para O Tratado: Exterminar Todos Os Negros Chegar Ao Alvo Sonhado??? 30- E O Alvo Era Os
Lanceiros, A Tropa Negra Inteira, Os Infantes: A Trincheira: Pois Os Mataram Primeiro 31- Mas Pararam Nos
Lanceiros Qual Barreira Intransponível: Resistiram Ao Impossível Pra Dar Tempo Aos Companheiros: 32- Em Debandada Geral, Em Meio A Noite Pampeana: Fugir Da Sorte Tirana, Das Mãos Sangrenta Imperial. 33- Sabedores Com Certeza, Que O Comando Lhes Tirou, Justo No Dia Anterior, Os Artifícios De Defesa. 34- Lhes Deu
A Ideia Que Gera, Angustia, Incerteza E Dor, E Que Aponta O Comandante Como O Grande Traidor.
|
35- Entre Oficiais
Divergentes, Com Este Estranho Desfecho, De Uns Caíram O Queixo, E Apontaram O Comandante. 36- Diz Bento Elucidando: - Porongos Em
Previlégios, Tinha Vistas Pro
Alentejo, Se Assim Quisesse O
Comando...!!! 37- Sousa Neto Frisa Além: -O Mensageiro, Os
Batedores: Relatórios Em
Penhores, Recebidos Com
Desdém. 38- Outros O Defendem À Risca: Buscando Um Culpado Solo: Atiram A Traição No Colo Da Bela Musa Francisca: 39- “-O Encantou Na Madrugada: Traidora E Mercenária, Adúltera E Ordinária, Facilitando A Emboscada!” 40- Perigosa Feiticeira, Implantada Pelo Império, Cativou Um Homem Sério, Devia Ir Pra Fogueira . 41- O Marido Um Charlatão, Um Espião Dissimulado , Pelo Barão Implantado, Ele É O Pivô Da Traição. 42- Outros Em Contra Partida, Os Defendem Ao Citá-los. Em Legados E Regalos, Que Os Descrevem Sem Guarida:
|
43- O
Barão Veio Pra Cá, Já Estavam Na
Guerra Há Tempos, Viveram Duros
Momentos, Socorrendo A Medicar...!!! 44- E Discordam Injuriados: -Quem Disse Que Isso É Blindagem Pra Discórdia E Espionagem De Quem Chega Antecipado : 45- Não Tinham Índoles Sínicas Tinham Livros Liberais Se... Odiavam, Os Imperiais, É Porque Amavam A República 46- Deixa
De Ser Inocente Os Livros São Aparatos Fazem Parte Do Teatro Convence Até Os Experientes 47- - Nunca Foram De Aparências Eram Livros Que Eram Lidos E O Conteúdo Discutido Em Toda A Sua Essência. 48- Te Enganas: Claros Anais Que Demonstra Em Verdade Aprofundada Qualidade De Espiões Profissionais: 49- -Não Houve Mulher De
Médico Nem Marido De Enfermeira O Comandante Foi Esteira Por Onde Pisaram, Sádicos 50- Descordo! E A Teu Respeito: Se Andas
Em Pé No Mundo, Os Dois
Com Esforços Profundos, Te
Levantaram Do Leito. |
51- E Agora Fortes Na Lida Lanças
Espírito Cético Contra A
Enfermeira E O Médico Que Te
Devolveram À Vida 52- Surge Outro
Acusador E Relembra O Comandante: As Evidências Flagrantes De Que Ele É O Traidor: 53- Indícios Mais Importantes Dos Que Os Já
Testemunhados Não Precisam Ser
Achados Pra Acusar O
Comandante: 54- O General Sousa Neto Testemunhou Em Penhores Mensageiros, Batedores Com Pareceres Concretos: 55- De Onde Estavam Os Imperiais: Direção, Itinerário Mas Foram Feitos Otários, Com Relatórios Banais 56- O
Comandante, Arrogante Com Desapreço Os Calou Deu As Costas E Os Deixou Quais Muleques Comediantes 57- “O General Da Silveira, Em Seu Esquadrão, Cioso, Viu Chegar Todo Garboso, O Comandante Em Sua Eira”: 58- No
Momento Da Emboscada Com Bala Pra Todo Lado Tinir De Aços Cruzados Feridos Mãos Desarmadas |
59- “O Homem Sério E Correto, Com Seus Soldados Armados, Quis Valer Os Emboscados, E Ouviu Um Não Por Decreto”!!! 60- Discussões Em Divergências Atravessaram
Os Tempos Aflorando
Sentimentos Com
Opiniões E Ciências 61- Que Em Torno Do Comandante Se
Originou Mil Tratados De Inocente
Devotado A Traidor
Degradante: 62-Um Mosaico Em Descrição: Do Dadivoso,
Ao Tirano Do Devasso
Ao Puritano Do
Honrado, Ao Vendilhão 63- Desde Prudente, A Sem Juízos De Vulgar, A Homem Nobre De Grandioso, A Alma Pobre De Traidor A Homem Sizo 64- De Covarde A
Corajoso, De
Perito, A Mangolão De Cavalheiro A Bufão De Cândido, A Maculoso* 65- Pintado Por Depoentes: Diante Quadros Tão Distintos, Que Formou-se Um Labirinto Pra Entender O Comandante. |
Rumo Ao
Chasqueiro: 66- Entre Todos Os Depoentes, Que Falavam Da Emboscada, Há Quem Fala E Não Diz Nada, Há Testemunhos Prudentes. 67- Há Quem Gosta De Enfeitar: E Os Puxadores De Brasas, Porque O Assado É Da Casa, E Tem Que Melhor Dourar. 68- O Tendencioso Atrevido, Dando Coices Que Nem Potro, Para Um Lado, Ou Para Outro, Pondo Na História O Partido: 69- Os Que Interpretam Os Fraseados, Que Leu, Ouviu E Imaginou, Segundo O Que Lhe Importou, Pro Gosto De Interessados. 70- Dizem: Não Há Documentos, Um Escrito
Literal, Lavrando Que Ordem Tal, Decretou Desarmamento...!!! 71- Os Que Se Afirmam
Conscientes, Dizem: Tinham Munição, Mas Ao Alcance Das Mãos, Não Para Uma Ação Urgente. 72- E Que
Os Infantes Contidos, E Pra Paz Já Preparados, Com Os Canos Descarregados Dormiam Desprevenidos. 73- Diante Uma Violência Loca, Que Não Deu Tempo Pra
Nada, Foi Fuzil Contra Espingardas, De
Carregar Pela Boca: |
74- Até Derramar A Pólvora, Socar Bucha Com A Vareta, Chumbo, Mais Bucha, Espoleta, Diante A Tais Feras Carnívoras, 75- Balas E Golpes De Espadas, E Toda A Lâmina De Aço, Se Valeram A Coronhaços, Pra Resistir A Emboscada 76- Outro Diz: “ Que Ordem Precisa”: Bastam Estar Descarregadas Pra Não Servirem Pra Nada, Aquelas
Armas Primitivas. 77- E Se..., Só Pra Carregar, Era Preciso Cinco Etapas, Foi Mesmo Que Desarmar, E Dar Um Golpe De Inhapa, 78 - E Mais O Convencimento, Que O Momento Era De Paz: Foi Entrega Contumaz, Quer Querendo, Ou Não Querendo. 79- Por Pensar Estar Em Tréguas, Todos De
Almas Estiradas, E O Algoz Encurtando Léguas, Pro Emboscar Na Madrugada. 80- O
Império Chega Arrasando: Muito Sangue Derramado , Se
Acordaram Emboscados, E
Muitos Foram Tombando. 81- Então Pra Fazer Costado, Em
Socorro Aos Companheiros, Num
Raio Surgem Os Lanceiros, Pra
Resistir Lado A Lado. |
82- Os Infantes E Os Lanceiros, Caindo
No Acampamento Espadas,
Fuzilamentos Rumo
A Um Cimo Derradeiro. 83- O Mais Estranho De Tudo: Nenhum Sinal Sentinela, Como Se As Duas Panelas Cozessem Um Só Conteúdo: 84- E
Quase Todos Estanques... Gato-Pingado À Batalha... Mais Ninguém Moveu Uma Palha Por Lanceiros E Infantes...! 85- Paralisados De Medo, Pela Repente Refrega....??? Ou Foi Um Teatro, A Trégua Pra Nos Levar Ao Degredo...??? 86- Foi Aí Que Gavião, Ordenou A Retirada, Resistir Daria Em Nada, Seria A Total Extinção: 87- Dar Vasão Ao Inimigo, Junto Ao Seu Plano Macabro: Levar A Matança A
cabo, Com As Sobras Pra
Escravidão... *Rimas De Extremos. 88- Sobrevivos Que
Fugiram: Vendo O Fim Na Emboscada Guardando-se Em Retirada: Em Estratégia Partiram. 89- Há Quem Fale Que“O Império, Em Porongos Quebra Os Dentes, Armou Extinção Total, E Deparou-se Com Valentes”!!! |
90- Emboscada
Em Pleno Sono: Levantam E Lutam Igual, Com Valentia Em Caudal, Sem Jamais Perder O Entono!!! 91- “As
Proporções Desmedidas, O Ataque Na Madrugada, Infantes Mãos Desarmadas, Resistem Com A Própria Vida”!!! 92- “Pelearam Com As Próprias Mãos, Tomaram Armas Alheias, O Mesmo Sangue Das Veias, Dos Imperiais Foi Ao Chão”!!!
93- E Os Lanceiros Despertados, Com O Horror Da Gritaria, Ribombar,
Fuzilaria: É O Aço Fazendo Estragos. 94- Em Socorro Aos Companheiros, Deixaram Um Aviso Claro: Mesmo No Sono Sai Caro, Atocaiar Os Lanceiros. 95- “Então
O Barão Matreiro, Pra Dar Conta Do Recado, Pegou O Seu Pau Mandado* E O Fortaleceu Primeiro” *Moringue. Sub Comandante Do Barão De Caxias. Ninguém acredita que foi apenas dele a ideia de
atacar Porongos em plena tratativas de paz: A ordem veio do Barão, ou conluio
com Zé Martin. 96- “Convocou
Os Seu Parceiros, Preparou Todas As Tropas, Deu Um Tempo Pra Galopa, Pra “Reavaliar” Os Lanceiros.”!!!
|
97- Sob A Maioria Dos Mortos, Feridos E Aprisionados, Foram Infantes Desarmados, Que Tombaram A Campo Aberto. 98- Restou Cerca De Duzentos, E Todos Lanceiros Negros, Ogum Lhes Desce Em Unguentos E Lhes Ilumina Em Carregos. 99- Lhes Devolve A Segurança Que Agora Sabem Da Trama, E O Deus Da Guerra Lhes Clama Vida Por Vida Em Vingança 100- Partilhando O Mesmo Prisma, Vão Se Acordando Em Entono, O Moral Volta A Ter Dono, A Tal Ponto Em Força E Cisma. 101- Que
O Povo Negro Levanta, E
Acendem Grandes Fogueiras, Batucam Canções Guerreiras, Tambores,
Cantigas, Danças: 192- Guerreiros
Renascem Em Transe: A Visão
Que Se Clareia, A
Justiça Que Os Norteia: Que
Jamais Cesse E Descanse. 103- Vão
Baixando Os Orixás, Numa
Orientação Final: Visam
Um Combate Mortal, Contra
O Mal Que Ainda Virá. 104- E O
Mundo Aiê* Vai Girando, A
Transcender Os Sentidos, E Em
Transe Cantam Imbuídos: Que O Mundo Orum* Está Esperando* |
* Mundo Físico *- Mundo espiritual.. * Os relatos da batalha do
Chasqueiro; o derredeiro confronto a campo aberto entre iimperais e (Lanceiros Negros), são feitos por
imperialistas. Muitos
lanceiros sobreviveram, mas não há relatos por historiadores, nem por jornalistas da época, sobre seus
depoimentos do combate. No caso de Caldeiras; os relatos são direcionados
para a descrição da elite: os
líderes da campanha. No
Próximo Livro – Chasqueiro - Gavião E Os lanceiros Negros – Vamos,
através de análises de relatos e dados deixados pelos vencedores, mostrar através da poesia; as contradições,
e que, a batalha não foi e, esteve bem distante da versão que, os Imperialistas “vencedores” nos contaram. |
O Resgate Capítulo XXVII 01- Duarte Logo Retorna Pra Buscar A Sua Amada, E Retomar A Jornada, Que Às Vezes A Sorte Entorna. 02- Então Seguem Pras Cacimbas: A Pousada Dos Tropeiros; Lugar Que Virou Povoeiro; Vilarejo, Casas Lindas. 03- Entre O Cerro Dos
Cachorros E A Cerra Das Asperezas; Relevos,
Campos, Belezas Lagoa Negra E Os Morros. 04- Sombras
De Belas Figueiras Pra Acampar E Descansar. O Gancho Armado, A Fogueira Pra Aquecer E Cozinhar. 05- Por Do
Sol, Anoitecer; É Quando Todos Acampam, Pra Não Se Perder Na Pampa, Em Busca Do Amanhecer. |
06- Então
Francisca E Duarte Com João Pontes; O Ferreiro, Zé Manoel; O Carpinteiro, Argumentam Entre Apartes: 07- Discussões
Republicanas: Sonhada Resolução, Que Faria A Abolição: Traída Por Gente Insana.. 08- Liberdade
A Céu Aberto: A Todo Aquele Escravizado: Lanceiros Multiplicados Em Lugar E Tempo Certo. 09- Solução
Com Os Critérios, Que Venceriam A Guerra, Libertando Povo E Terra, Das Mãos Tirana Do Império. 10- Imensurável
Tesouro, Defendendo A Liberdade: Vendido Em Legalidade, Por Poucas Moedas De Ouro: 11- Pra
Quem Não Tem Empatia, Em Seu Sentiments Bronco, Não Vê Flagelos No Tronco; Nem Na Senzala Agonias...!!!! 12- Só Enxergam
Diferenças Quando Lhe Mexem Nas Rendas: Baixando Estoque Em Dispensas: Custos Em Gados, Fazendas: 13- Todo O Resto Que Se
Dane, Seja Bicho, Ou
Seja Gente: À Miséria Indiferentes: Mesquinhos Se Achando Grandes...! |
14- Nada
Mais Tinha Importância: Já Estava Morta A República Os Ideais, As Metas Lúdicas Sobrou Só Uma Grande Estância 15- Aqueles
Homens Mais Sérios: Derrubados Um A Um, Por Uma “Ideia Comum,” Que Imitaria O Império. 16- E
Outros Tantos Reunidos, Cada Um Com Suas Memórias, E Contam Lindas, Histórias. Lhes Provocando Os Sentidos. 17- Longos
Causos Nas Paradas; Desde As Antigas Lendas, Campos, Vales, Cerros, Fendas, Luz Do Dia, Madrugadas: 18- Mãe Dou
Ouro - Boi Tatá, O Canto Do Urutau, Salamanca Do Jarau: A Princesa Tainaguá. 19- E O
Medo De Assombração: Taperas, Portões Rangendo, Miragens, Gente Gemendo, Brigas De Adaga E Facão. 20- E As
Histórias De Sepé, A Resisistência Missioneira, Emboscadas Das Bandeiras, A Lenda De
M’Bororé . 21- O
Cavalo Asselvajado, Que
Nunca Aceitou Arreios. Negrinho Do Pastoreio, Que Nele Passou Montado. |
22- Então
Descansam Pro Jogo, Até O Fim Da Madrugada, E Acordam Pra Nova Estrada, Atiçam De Novo O Fogo. 23- Água Pronta,
Amanhecer: Nas Mãos A Cuia Riuna, Amarga Erva Caúna* E A Cana Oca
A Sorver. *-Erva Muito amarga que nos tempos te escassez, é
usada pura, ou misturada a erva mate. 24- Levanta O
Acampamento, De Novo Seguem Viagem, Num Doce Mundo Selvagem, Liberdade E
Sentimentos. 25- Reboleiras
De Arvoredos, Nos Caminhos De Passagem, E Alguns Cavalos Selvagens, Fugidios Junto Aos Lajedos . 26- Coxilhas Que Aos
Olhos Cabem, As Pedras
Sara-Picadas, Relevos, Vales, Canhadas, E As Planuras Que Se Abrem. 27- Bela Vista Pros
Confins, Veredas Em Caminhadas, Sede Ao Frescor Das Aguadas: Grandes Várzeas Da
Mirim. 28- As Planuras Que Se
Estendem E O Dia Vai Se
Curvando O Sol No Arco
Quedando Nuvens Em Chamas O Prendem |
29-O Pampa De Ponta A Ponta Luz Que Se Estende Aos Pastos Mundo Grande, Trilho Vasto Pássaros, Bichos, E Plantas 30- Se Embrenham Nos Horizontes
Na Tarde Que A Noite Ronda À Frente O Brilho Das Ondas Atrás O Sol Cai Nos Montes 31- Mais Uma Noite Acampados Estrelas No Céu Em Chamas Que A Lua Cheia Se Inflama Num Horizonte Incendiado 32- Encantos Que
Céu Em Salvas Espelha Belas E Nuas A Oeste Brilhando A D’alva* E A Leste Surgindo A Lua *Entre Novembro e
dezembro a estrela D’Alva surgi no início da noite a oeste. 33- Revoam Nos Pensamentos As Lembranças De Porongos Bacuraus E Curiangos Cantam Na Noite Em Lamentos 34- E A Alma Que À Noite Voa Em Sonhos Nas Pradarias Coxilhas E Serranias Suspiros Que O Sono Entoa |
|
A Estrada Duarte E Francisca
Capítulo XXVII
Livres Das Obrigações, Nos Confins De Um
Mundo Errante , Sonham Com Outros Rincões. 02- Outro Ponto De Partida, Talvez O Velho Endereço Onde Se Encontra O Começo E Lá Retomar A Vida. 03- Lugar Que Seja Capaz, De Conforto E Segurança, E Possam Em Missão De Paz, Louvar Sonhos, Esperanças... 04- As Imagens Vão Revoltas, A Vida Dura Empregada, A Luta Que Deu Em Nada, Qual Folhas Aos Ventos, Soltas... 05- Ideias Esvoaçantes, Giram Em Redemoinhos, Juízos Julgam Caminhos, Os Pensamentos Distantes. |
06- Em Seus Corações Teatinos, Qual Quem Se Perdeu Do Lombo, E Se Levantou De Um Tombo, Buscando Um Novo Destino: 07- Aquele Casal Valente: Sonhadores, Visionários, Na Luta Contra O Império, Por Um Novo Continente: 08- Agora De Malas Prontas, Se Preparam Pra Partida, Por Mais Um Rumo Pra Vida, Que O Novo Cenário Aponta. 09- Depois Da Guerra, A Estrada, Volantes Seres Humanos, Naquele Mundo Pampiano, Que Os Olhos Perdem Visadas. 10- A Pampa A Perder De Vista, Se Une Ao Céu No Horizonte, O Verde Com Azul Faz Ponte, Pra Imensidão Infinita. 11- E Sarapintando Os Campos As Florescências Nativas Violetas E Sempre-Vivas, Kelissas Fazendo Manto. 12- Dão Partida À Caminhada, As Carretas Vão Rodando, O Sol Nascente Buscando, Muitos Na Mesma Estrada. 13- Vai À Frente A Carruagem, Com Cavalos Puro Sangue, Pisam Terras Do Rio Grande, Fazendo A Linda Passagem. |
14- Desviam-se Por Um Triz De Topar Com A Baronesa:* A Tropa Da Realeza, Dadas À Embocadas Vís* *Alusão A Moringue, Oficial Do Barão. 15- Buscam Mares De Águas Doces, Gargantas Que Unem Mundos, E Os Devaneios Fecundos, Fosse O Futuro Que Fosse. 16- Chegam Ao Norte Da Mirim Canoeiros A Esperá-los Correntes Do São Gonçalo A Aventura Busca Um Fim 17- Águas Que Cortam Caminhos, Canoas Deslizam Ondas, O Vento Que A Vela Ronda, E A Proa Que Aponta O Ninho. 18- E Uma Balsa Passageira Que Transpassa A Carruagem Depois Cavalos, Bagagens E Aquela Gente Guerreira 19- E As Carretas Mais
Pesadas Que Vão Transportando A Changa Com A Boiada Na Canga Buscando Vão De Cruzada 20- E O Pássaro Companheiro Que Segue Junto Na Andança Que Ao Andejar Da Mudança Vai No Ombro Tempo Inteiro 21- O Mascote Reata O Tonos Penas Das
Asas Cruzadas No Ponto
De Revoadas Embora Atenção
Dos Donos |
22- Mesmo Com
Rumo Certo Atenção
Por Todo Lado Foi Se
Parando De Lado Confiante
Sempre Liberto 23- Eis Que Um
Bando Em Revoada Pousa
Cantando Em Lirismo Mexendo
Com Atavismo Daquela Alma
Extraviada 24- Chama
A
“Ave Cantadeira” E
O Bando Ouvindo Pousado Lhe
Respondeu O Chamado Na
Copa De Uma Figueira 25- E
Voando Lá Pousou A
Tagarelar Com Parentes Contando
A Vida Dolente E
Com O Bando Se Ensaiou 26- Livre
Então Parte Voando Sumiram
No Horizonte Se
Foi Para Quem Sabe Onde Francisca
Aflita Olhando: 27- Se
Confundindo Em Sentidos: Tristeza
E Felicidade: Sorrindo
Com A Liberdade Chorando Ao Tê-lo Perdido 28- Melhor Não Olhar Pra Trás Segue Adiante A Caravana Terá Uma Vida Pampeana Liberto Voando Em Paz 30- Tem Um Veleiro No Porto, Pra Zarpar Na Hora Marcada, Com A Espera Embarcada, Os Corações Leves, Soltos. |
31- Junto Ao Cais No Ancorador Os Cavalos E A Carruagem São Vendidos De Passagem Para Um Feliz Comprador 32- E Embarcam Naquela Nau Junto A Muitos Companheiros Que Vão Buscar Paradeiros No Rumo Da Capital 33- Buscando Estrelas Ao Norte, Noite E Brisas Velejadas, Uma Lua Cheia Alçada, Fazendo Conforto E Aporte. 34- Delírios Que Sessam Fráguas Calmaria Faz Apoite Estrelas Brilham Na Noite E Se Refletem Nas Águas 35- Que Então Uma Brisa Suave Vem Rondar A Madrugada De Novo A Proa Apontada Despacha O Belo Enclave 36- Outra Manhã Se Alvora Sol Surgindo Soberano Vem Chegando Do Oceano Pela Linha D’Agua Fora 37- Miragens Se Tornam Fatos Ondas Bravas, Ondas Mansas Paisagens Que A Vista Alcança: Nas Águas Grandes Dos Patos: 38- Nosso Doce Mar Do Leste: Poetas Lavram : -“Lagoa...!” Afirmam, Doutos: - “Laguna!”. Coisas De Magos E Mestres...! |
39- A Costa Toda Dourada Estrela À Barra Do Véu Que Inda Não Fez Retirada: Contrasta Com O Azul Do Céu 40- Os Olhos Tateando Alçados Apalpando Os Horizontes Ao Longe Surgem Os Montes Que O Barco Busca Aproado 41- Vai O Sol Subindo A Pino E Um Leve Vento Nas Velas Visões Pra Pintura Em Telas Lembranças Pra Compor Hinos 42- Nas Doces Águas Arriba Orçando Deixam Aos Ventos: Lagoa Do Casamento, Vão Pra Boca Do Guaíba 43- A Bombordo Barba Negra, Itapuã Marca A Boreste, Brisa Fresca Do Sudeste, Aos Poucos O Barco Chega. 44- Vai A Oeste O Sol Poente, O Céu Com Nuvens Douradas, A Tarde Querendo Entrada, Em Multe Cores Brilhantes. 45- A
Barra Do Céu Em Xeque Cambiando Tons
Nas Alturas, Com Bordados
E Pinturas, E Raios De Luz
Em Leque. 46 - Na Colina Entre As Coxilhas, O Cipreste, A Casa Branca, De Onde Um Dia Se Levanta, A Intentona Farroupilha.
|
47- Ilhas E Angras Valentes, Cidades, Praias, Seus Mundos, Remansos, Canais Profundos, Doce E Belo Mar Corrente: 48 - É O Velho Guaíba Em Brios, Que Os Doutos Atestam: Lago, Que Os Poetas Cantam: Rio, Coisas De Mestres E Magos. 49- Chegam Então Na Capital, Para Um Transpasse Barqueiro, Dois Jovens Aventureiros, Prontos, Há Um Tempo Local: 50- Uma Pousada No Porto, O Barco Fica Ancorado, Amanhece, O Sol Alçado, Para Um Passeio Mais Solto. 51- É A Capital E Suas Portas, Ruas, Ruelas, Passagens, Carros De Bois, Carruagens, Cavaleiros, Gente Em Volta. 52- Não Há Magoas Com A
Cidade, Há Um
Bom Tempo Pra Ficar, Não Se Furtam De Chegar: Portam Maleabilidades. 53- Pisam À Pedra Do Porto, Sobem Às Escadarias, Casario, Calçadas, Vias Os Olhos Buscam Conforto. 54- Francisca Comenta Afagos: Pelos Jardins De Passagem, Elogia A Paisagem, E A Resume Em Seu Amago:
|
55- É A Velha Capital, Mui Leal E Valerosa, Rosa Imperial Atenciosa, Ao Mandamento Real. 56- Duarte Então
Passa A Limpo: Escravismo
Intransigente: Não
Seria Diferente, Com
Os Últimos Farrapos . 57- Golpearam A Abolição, Numa
Trama Obscura, Corromperam
As Escrituras, Feriram
A Constituição. 58- Este É O Ressentimento: Surge Francisca A Dizer: Muito
Há O Que Se Fazer, E
As Buscas Por Novos Tempos...!!! 59- Mansas Águas, Pedra E Cais, Depois Do Translado Às Tralhas, Visita A Rua Da Praia, E Suas Casas Comerciais. 60- Sobem A Rua Da Ladeira, Até O Alto Da Matriz, Agradecem A “Madroeira,” Pelo Dia Azul E Feliz. *Antiga Matriz, demolida para a
construção da atual. 61- Vão A Casa Do Ouvidor, Buscando Aconselhamento, Pra Anistia E Documentos, Com Registros De Valor. 62- Fazer As Compras Formais, Ligadas A Farmacêutica, Pras Incursões Terapêuticas: Prevenções Profissionais. |
63- E As Lembranças Da Cidade, Sua Marca Imperialista, A Resistência À Conquista, A Férrea Fidelidade. 64- Duarte Não Perde
A Deixa, E Lembra O Ruim
Passado, O Triste E Amargo
Legado, E Recita Suas
Queixas: 65- Se A Cidade Resistiu, Reagiu
Se Conservou, Com
Os Imperiais Se Prostrou, Por
Certo Não Nos Traiu: 66- Gente Da Nossa Gente, Aqui
Fizeram Roubos, Danos, E
Outros Feitos Desumanos, Com
Mortes A Inocentes. 67-
Entre A Tropa
Farroupilha Houve
Índoles Assassinas Que
Até Curraram Meninas: O
Povo Fez O Que Podia). 68-
Francisca Faz Contra Ponto: Foram
Injusto Com Esta Gente: Sem
Grandezas Frente A Frente Nunca
Sessou O Confronto: 69- Houve As Condenações, Mas
A dor Não Se Acorberta, Ficou
Feridas Abertas, E
Buscaram Mais Sanções. 70-
Mas Logo Mergulham Fundo E O Que Seria
Formal Vai Se Tornando
Casual Em Visita Àquele
Mundo. |
71- O Velho Largo Da Quitanda, Em Barracas E No Chão, Produtos De Mão Em Mão, Ambulantes E Muambas: 72- Em Lugar Mais Apropriado, Que Uma Visita É Preciso , No Largo Do Paraíso, Então Praça Do Mercado:* *- Primeiro Mercado Público De Porto
Alegre: Fundação 1842. Inaugurado em 1844, Vai Até 1870, quando acontece a inauguração do Mercado Público atual. 73- Que Recém Inaugurado, Tenta Agrupar Os Feirantes, Mas
Ainda Há Resistentes , Dispersados, Contrariados.* * O Primeiro Mercado, De saída já não
comportou a demanda de mercadores de ruas. 74- Bancas, Quitandas, Cantinas, Conversas Pelos Balcões, Borbulhantes Caldeirões, Mocotós Das Negas Minas. 75- Pinga Pura, Peixe Seco, Quebra Queixo, Rapadura, Queijo, Mel E Erva Mate, Frutas, Legumes, Verduras... 76- Melado, Pé De Moleque , Canjica, Amendoim Torrado, Com Farinha De Cachorro, Puxa-Puxa Com Salgados. 77- Gamelas, Moringas, Vidros, Torresmos, “Toicins” E Fiambres. Charques, Linguiças, Salames, Pelos Varais Estendidos.
|
78- Abóbora E Figo Em Caldas, Caramelos , Marmeladas, Doces Com Cravo E Canela, Merengues E Goiabadas 79- Com Populares Alegres, Beberrões E Cafetinas. Gente De Nariz Torcido: Casca Grossa, Cola Fina.* *O Primeiro Mercado Público De Porto
Alegre, Nem Bem Fora Inaugurado E Já Era Malvisto Por Policiais E As Classes Abastadas Da Cidade. 80- E A Doçura Das Meninas, * De Aventais Em Suas Quitandas, Peles Negras De Aruandas, Com Quindins E Papas-Finas. *Lindas “Escravas De Ganhos” Vendendo
Doces em Tabuleiros (gerando lucros para as patroas). 81- Então As Compras Formais, Ligadas A Farmacêutica, Pras Incursões Terapêuticas: Prevenções Profissionais. 82- E
Deixam A Capital Chegando
A Hora Precisa: Que O
Apito Da Barca Avisa, Mas Não, Sem Ler O Jornal. 83- E
Retornam Para O Porto Embarcam
Se Acomodam As Folhas
Do Jornal Rodam Em Seus
Olhos Absortos 84- Leem
Noticias Da Guerra Entre
Mentiras, Verdades; A Dor Da
Sinceridade Que Nos
Anúncios Se Encerra: |
85- Seres
Humanos À Venda Como
Fazem Com Animais: Mercadorias
Casuais Talhadas
Pra Toda A Senda. 86- Então
Recobram Os Sentidos À Luz De
Toda A Consciência, Daquela Amarga Experiência De Um Lindo
Sonho Perdido. 87- E Francisca
Por Sua Vez Falando Sobre
A República E Suas Ações Orgânicas: Defende Com Altivez: 88- Concepções;
Liberdades, Consagrações Em Anais Rezando Fraternidades, Que Todos Sejam Iguais: 89- Dá-se Com A Constituição, Ao Abrir Do Regimento: Com O Claro Entendimento, Condenando A Escravidão. 90- Do Contrário, Tudo Igual; Por Boa Intenção E Sérios, Não A Diferem Do Império: É Uma República Do Mal. 91- Duarte Faz Contrapontos: Nunca Tivemos Descanso...??? Sempre Em Guerra E Por Tanto, Com Razões Em Desencontros 92- A Guerra Rude E Tirana, Barra A
Consolidação: Meio Estável Pra Razão, Vir A Ser Republicana.. |
93- Nunca Houve Um Tempo Estável Pra Administrar O Estado: Cidades, Campos E Gados Com Regime Ponderável. 94- Houve Uma Campanha Pública, Em Nome Da Abolição, Em Honra À
Constituição, Glorificando A República. 95 -
Lavraram A Resolução: Mariante; Foi Redator, Com Gavião
E Ferrador, Condenando A Escravidão. 96- No Pleito À
Resolução... Muitos Dos Velhos Amigos, Se Tornaram Inimigos, E Traíram A Abolição: 97- Que Decidiria
A Guerra: Milhares De Negros Bravos, Livres De Ferros E Cravos, Defenderiam Esta Terra. 98- Diz Francisca: Escuso Mal: Ocultou Os Traidores: Vulgachos De
Vis Valores Servis À Casa Real. 99- Nunca Tivemos Certezas De Tais Almas Em Tais Corpos: Demos Pérolas Aos Porcos Crendo Cultivar Grandezas. 100- Duarte Retoma A Prosa Relembrando Os Mandatários E Seus Ideais Primários Pruma República Airosa: |
101- De Início Em Convergência Todos Em
Uma Opinião Exigiam
Mais Atenção Pra
Relegada Província 102- E O Horizonte Se Abriu E Veio A
Luz Da Consciência As Modernas
Experiências Que Um
Mundo Novo Pariu: 103- A Revolução Francesa, Liberdade
Americana, E Contra
A Exploração Tirana: Simon
Bolivar: A Alteza. 104- Zambecari; O Carbonaro Que Com
Bento Na Prisão Discutiram
A Solução Prum
Mundo Mais Livre E Claro 105- E Outros; Um Passo À Frente, Com Liberdade Pra Todos E
Igualdade Em Denodos Por Justiça A Toda Gente. 106- E Os Ocultos Na Esfera Com Suas
Garras Retrateis Minando
Nas Horas Frágeis Pra
Atacarem Feito Feras!!! 107- Francisca Então Dá A Deixa: Nunca
Lembrei Entre Nós De Lançar
A Isto: Vós, Que Fosse
Análise, Ou Queixas 108- Também Pudera, Duarte! Todo
Tempo A Nos Sobrar, Foi Pra
Acudir E Curar, Nunca
Buscamos Apartes! |
109- E Quando Era
Diferente, Eram Viagens
Pra Cidade, Com Rigor E
Assiduidade, Pra Atender A
Toda A Gente. 110- O
Sentimento De Tragédia, Pairava Em
Minha Consciência, Mas Sem Decantar
Em Ciência, Pra Que Eu
Tomasse As Rédeas. 111- Duarte Diz Com Ternura: Não Me Foi Despercebido, Senti Com Dor
E Contido, Que Perdia A
Guerra Dura. 112- Mas
Sabe...; Os Sonhos Da Vida...!!! O Jogador Que
Se Engana, Porque Ainda
Tem Ganas, E Quer Vencer
A Partida...!!! 113- Francisca Diz: É Qual Doma...!!! De Um Pégaso
Que A Voar, Jamais Se
Deixa Montar, E Nem Se
Prende À Redomas. 114- Qual
Lenda De Histórias Lindas: Que O Domador
Quer Montá-lo, Sabendo Jamais
Pegá-lo, Em Uma
Empreitada Infinda. 115- Em Fim.., Sobem O Taquari, Numa Barcaça A Vapor,* Doçura, Ternura, Amor. Planos, Trabalho E Porvir. *A Navegação a vapor foi inaugurada no
Rio Grande do Sul em 1832 – Porto Alegre –Taquarí..
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116- À Sombras Das Embaúbas Capivaras Nas Barrancas Curicacas, Garças Brancas... Nas Margens, Nas Timbaúvas 117- Bem-te-vis e Pombas-Rolas Gralhas Azuis E Graúnas Saracuras, Garças Mouras Maguarís, E Guaraúnas 118- Cisnes-De-Pescoço-Preto, E Gansos Capororocas, Seriemas, Maçaricos Quero-Queros, Maritacas. 119- Lontras, Iraras, Quatís Cervos, Pororós, Virás E Gatos Maracajás, Mouriscos-Jaguarundis 120- Cedro Rosa, Angico Branco Cabriúvas, Maricás Ipês-Rochos, Amarelos Huvás -Vermelhos, Ingás 121- Tarumãs E Canjeranas Canelas Pretas, Tapiás Aroeiras, Indaiás Maracujás, Cramuxamas* 123- Ramadas Sobre Remansos Os Frutos Maduros Caem E Os Peixes Que Saltam D’Água Sentindo O Cheiro Que Atraem 124- Águas De Acarás Azuis, Traíras E Grumatãs, Dourados, Pintados, Brancas , Violas, Piavas, Birús.
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125- Casas Grandes E Senzalas Gadarias E Campeiros Lavouras E Plantadores Pescadores, Canoeiros... 126- Os Casebres
Ribeirinhos, Afluentes, Mananciais, Mulheres Lavando Roupas, Coradouros E Varais. 127-Chegam Então A
Velha Terra, Que Um Dia Se Enamoraram, E Então Felizes Viveram, De Onde Partiram Pra Guerra.
128- Reconstrução Da
Morada, Pomar, Canteiros, Cercados, Velhos Amigos Deixados, Por Crença, Razão E Estrada. 129- Perdão Com
Sinceridade: Profunda Amizade Emana, Amor Incondicional, Em Linda Odisseia Humana. 130- No Vale Do Taquari Entre Amigos Nas Ramadas: Rodas De Causos, Chegadas, Prazer De Estar E Existir. 131- E Refizeram O Jardim, E Replantaram As Roseiras, Os Pêssegos E As Videiras, As Camélias, Os Jasmins. 132- O Verde Gramado À Frente A Varanda Pras Mateadas, Com Vista Ampla Pra Estrada Onde |Passa Toda Gente. |
133- E A Pequena Biblioteca Pras Reflexões Sociais, Políticas E Culturais Com Gente Culta E Discreta 134- Clássicos, E Semanários E Os Livros De Medicina Pra Cumprir A Nobre Sina De Análise E Receituário 135- E Um Rousseau Como
Relíquia, Qual O Livro Sem Igual: O Contrato Social: Pra Inspirar À República 136- As Vezes Com Os
Amigos, Velhas Histórias, Relatos, Discussões Sobre Um Artigo Um Bom Vinho, Um Bom Prato 137- Em Outras Vezes, O Abrigo Pra Quem Lhes Chega Enfermo Sem Cobrar, Nem Impor Termos, Sem Ver Se É Joio Ou Se É Trigo 138- Semeando Curas E Paz, O Tempo Planando Atalhos: Leves, Mansos Quais Orvalhos, Pra Quem Gosta Do Que faz. 139- Duarte Zeloso, Sabido: Dá-se Ao Oficio Com Ciência. Francisca Com Experiências Segue As Noções Dos Sentidos. 140- E Se Dedicam Um Pro Outro Em Carinhos E Penhores: Se Entregam Apaixonados Em Longas Sendas De Amores: |
141- E Amigos Em Serenatas: Conversar, Beber, Cantar: Alegrias Em Sonatas Fazendo O Dia Raiar. 142- E Seguiram Lado A Lado, Cada Um Com Sua Lida, Reunidos Nas Urgências, Confundindo-se Com A Vida . 143- O Médico Em Seu Destino: Cirurgião E Farmacêutico, Receitando Faz Remédios, Em Ensaios Terapêuticos. 144- E Francisca...,
Sempre Alerta, Dia Abrasador, Ou Frio Choças A Beira Do Rio Ranchos Em Várzeas Abertas 145- Às Madrugadas
Despertas Faz O Que Sabe Fazer: Socorros Nas Horas Certas, Com Zelos E Bem Querer. 146- Conhecedora De Curas, De Todo Modo Que Havia. Estende As Mãos Com Candura, Contra Dores E Agonias...!!! 147- E Vive Em
Alma Crescente Socorrendo Os Precisados Confortando Toda A Gente Em Um Sonho Obstinado 148- Chegando A Hora Certeira, Mulheres A Esperam Ávidas, Em Seus Ventres Estão Grávidas, Querem Suas Mãos Parteiras. |
149- São Os
Filhos Do Atelier De Seus Anseios Profundos Os Adotou Em Seu Mundo Para O Que Der E Vier 150- E Os Segue Em Suas Vidas, Com Seus Cuidados Metódicos, Em Seus Passeios Periódicos, Fazem Parte Da Sua Lida. 151- Parece Nunca Dormir Parece Nunca Cansar Com Magias A Sorrir Sempre Alerta A Confortar 152- E As
Lembranças De Dandara Coisa
Mais Doce De Ter. Podem
Nunca Mais Se Ver: Francisca Conta Se Dera: 153- Vivendo No Mesmo Chão, Em
Saudades Convergentes, Mas Em
Mundos Divergentes, Uma Em
Cada Dimensão: 154- Quais
Carinhos De Seu Pássaro, Que Livre
Partiu Voando, Seu Amor
Pra Trás Deixando: Qual Um Belo E Meigo-Bárbaro. 155-Riso
Largo, Olhos Tristes Pra
Encantar Reis E Peões Magia
Pura Que Insiste Conquistando
Corações. 156- Qual Borboleta Voando: As Casas Escancaradas, Quais Flores Desabrochadas, Com Alegria A Esperando. |
157- As Vezes Volta Aos Campos Com Sentidos De Criança Em Atavismos E Heranças Seus Olhos Colhendo Encantos: 158- Lantanas, E Açucenas Lírios Brancos E Escalônias Bem Me Queres E Velames Tulipas E Angelônias.... 159- Nunca Soube Por Que É Linda Não Sabe E Nem Saberá É Linda Porque É Linda É Um Sonho A Revoar...!!! 160- Não Pisa: Paira No Ar Não Anda: Plana Sonhando: Em Socorros Levitando, Veio Ao Mundo Pra Curar. 161- Em
Seus Matinais Asseios Confunde Encantos, Belezas Refletindo
A Natureza Em Seus
Olhos No Espelho: 162- Se Vê Em Luzis De Auroras, Em Nuvens
Ao Sol Se Por, Águas, Brisas, Bichos, Pássaros... Campos, Matas, Mundo Em Flor..., 163- Se Vê Em Chuvas De Estrelas Planetas, Constelações Em Halos E Arco-íris Se Transcendendo Em Paixões 164- E Esconde-se Qual Um Céu: Que Se Vê, Mas
Naõ Existe. Revela-se Qual A Brisa: Que Existe, Mas Não Se Vê. |
165- E Se Chega Qual Fragrância, Que Envolvem Sem As Licenças, E Encanta Com Sua Presença. Qual Magias Na Infância. 166- Faz Visitas De Surpresas, Promove Felicidades, Serenatas Com Amigos, Pelos Campos, Na Cidade... 167- Em Uma Noite, Altas Horas: Lembrança, Silêncio Longo, Duarte Indaga Francisca, Sobre A Emboscada Em Porongos: 168- Francisca, A Sério, Me
Diga, Sem
Meter-me Em Tua Vida; Zé Martim
Fugiu Da Briga, Sem
Destino E Sem Guaridas...??? 169- Diz Francisca: Estava Escuro, Me
Acordei Com O Griteiro, Tiros,
Tinidos De Aços, E Ele
Saindo Em Desespero...!!! 170- Então
Duarte Considera: - Há Perguntas E Opiniões, Taxam Ele E De Oliveira: De Traidores, Vendilhões...!!! 171- Há Uma Carta Circulando, Propagada
Pelo Império, Qual Um
Danoso Inventário, Acusando
Os ‘Querumanos’. 172- As Conversações Pra Paz... A Ilusão
Da Liberdade... Cativando
Os Lanceiros... Dissimulando
A Verdade... |
173- Traidor
É Assim Mesmo Nos
Abraça,, Beija O Rosto... Mas É
Difícil Acreditar, Porque É
Imenso O Desgosto...!!! 174- Não
Há Réguas Pra Medir A Maldade
De Tal Ato: É Além De
Matar A Fome E Depois
Cuspir No Prato: 175- Pior
Que O Fazem Com Bois: Que
Sofrem Anos Na Canga, Depois De
Velhos Cansados, No
Palanque O Dono Sangra. 176- Me
Compadeço, Ternura Foste Triste Em Teu Romance...!!! Francisca Não Perde O Lance E Lhe Responde À Altura: 177- Também Puderas, Amor, Eu
Sofrendo Em Pleno Estio, Me
Deixaste A Ver Navios, Foste
Regar Outra Flor! 178- Em
Nosso Mundo Abstrato, Todos Nós
Temos Tesouros, Brilhando
A Diamante E Ouro, Que
Machucam Se Mostrados. 179- E Cada Ente Tem Contido; Menor, Ou
Maior Degredo: Revelados
Tais Segredos: Divertem
Os Inimigos. 180- Duarte: - Dura Experiência: Quem De
Mulher Linda E Quente, Que
Esteja Sempre Presente, Pra Não
Perdê-la Na Ausência...!!! |
181-Muitos De Encontro Ao Embate Dilaceram
Suas Memórias E
Avaliando Suas Histórias Preferem
Viver No Empate 182- Há Risos
Entre O Casal Que Se Entendem Se Olhando E Continuam Investigando Pra Um Argumento Cabal: 183- Voltando A Falar Da Guerra: Não Há Primeira
Intensão: Tudo É Forja Pra
Ilusão, Conquistando Povo E
Terra... 184- Diz Francisca: A Carta É Vaza Da Malévola Ciência, De Arquitetar Divergências, Em Meio A Terra Arrasada..!!! 185- Ou Até Mesmo Apontar, Os Comparsas Da Traição, Pagar Com Difamação: Tudo Vale Pra Guerrear. 186- Se Foi Ele Um Traidor, Foi Dobrada A Ironia: Se Aterrou Com O Agressor E Com Própria Covardia 187- Mas Se Ele Não Foi Culpado, Sabemos Quem É Capaz: De Matar Gente Dormindo, Qual Filho De Satanás. 188- Tem Uma Nuvem Pairando Entre A Mentira E A Verdade: Quem Ganha Com Tudo Isso...??? E Qual A Finalidade...??? |
189- É Pra Viver
Indagando...!!! E Agora A Outra
Versão: Quem Perde Com Tal
Ação...??? Qual Alvo Do Memorando...??? 190- Duarte Buscando Alçadas Com Calma Encontra O Juízo Então Responde Preciso Descrevendo A Emboscada: 191- Porongos É Um Novoeiro, De Assassinas
Brancas Sombras: Negro Que Não Foge;
Tomba, Ou Regressa Ao
Cativeiro. 192- Acertos De Aristocratas Com Garras E Olhos
De Corvos...??? Servem-se Na Hora
Ingrata, Depois Os Fazem De Estorvos...??? 193- Francisca Atenta Responde Em Observações Finais: Farrapos E
Imperiais Se Igualaram No
Fronte 194- Negócios E Exigências; Acertos
De Igual Pra Igual: Contraste
Ao Campo Oficial, Das
Revoltas Da Regência: 195- Líderes
Malês, Cabanos, Balaios, Sabinos Mortos / Farrapos Em Altos Postos. Galgam O Império Tirano: 196- As Elites
E O Tratado: Indenizações E Apartes: Privilégios..., E O Descarte, Dos Guerreiros Estropeados |
197- Duarte: - Teatro Montado, E Uma Cortina Final, Faz Sombra À Prova Cabal...!!! Confunde O Ato Encenado. 198- Logo Adormecem Cansados, Pra Levantarem Na Aurora, Cheiro De Café Aflora, Com Pão De Trigo Sovado. 199- Na
Estrebaria La Fora Bom Cavalo Bem Cuidado Dono De Um Trotar Dobrado Pra Urgência A Qualquer Hora 200- E Um Coche
Já Preparado: Seguro E Leve Qual Pluma, Que A Enfermeira Assenta E Ruma Fascinando Os Precisados. 201- E Segue Maria Francisca, Do Alto De Seus Trinta Anos, Cultivando Nas Paisagens, O Que Há De Mais Belo E Humano. 202- Perpassa Semeando Encantos, Por Toda A Comunidade: Qual Um Luminoso Manto Inspirando Fraternidade. 203- No Outono, As Tardes Mornas, Os Olhos Clareando O Dia, Tão Bela Quanto As Auroras, Incendiando As Fantasias. 204- No Inverno, A Brisa Em Apelos, O Barrete, O Cachecol...., Gosto E Gestos Requintados, Brilhando Qual Luz Do
Sol. |
205- Nas Manhãs De Primavera, As Receitas, Os Conselhos Gardênia Em Flor Nos Cabelos .. ...
...!!! De Toda A Mulher..., O
Espelho... ... ...! 206- Nos Verões,
Ombros À Mostra*, Levando Alento Ao
Rebanho Nobre E Linda,
Linda, Linda...!!! De Todo O Homem...,
O Sonho...!!! *- Periodo Vitoriano: As Mulheres usavam
degotes que, deixavam ombros, parte dos seios e das costas à mostra.
Fim |
Notas Finais
Durante A Guerra
1ª- Entre As Poucas informações que ficaram
sobre a vida de Maria Francisca depois da guerra, há um registro interessante.
Segundo a historiadora Helma S'antana, sobre Maria Francisca e seu esposo, o
médico Duarte, que a historiadora o classifica como: Buticário e
Cirurgião.
Trechos de seu depoimento registrado
por taquígrafos sobre a personagem:
Elma Sant'ana: - "Ela existiu, não é uma
ficção. O que sabemos dela? Passou para a história como uma personagem ridícula num mundo de homens. O que sabemos
do seu sofrimento, das suas angústias?"
Elma Sant'ana: -O que representou Davi Canabarro para a
Maria Francisca Duarte, apelidada de Chica Papagaia porque seu marido era o
boticário da tropa e carregava uma gaiola com um papagaio.
Elma Sant'ana: - Maria Francisca nasceu em Santo Antônio
da Patrulha e havia conhecido David Canabarro na juventude, durante uma licença
militar em que ele foi para Taquari. Ela é descrita como uma pessoa muito
interessante, uma morena que era muito bonita e sensual.
Elma Sant'ana: - Muitos
anos depois – em 1844 –, o general reencontrou-a acompanhando as tropas com seu
marido, que era um boticário transformado em cirurgião. Esse homem também
existiu. Sei que se chamava Duarte, porque tenho a certidão de quando os dois
morreram em Taquari. Ele era carioca; veio para cá e casou-se com Maria
Francisca.
Elma Sant'ana: - Considero
Maria Francisca a personagem mais polêmica e mais desafortunada de toda a
história da nossa guerra. Consta dos livros que Canabarro, quando suas tropas
foram atacadas, estava na barraca com a papagaia, que estava entretendo o
general – essa é a expressão que utilizam.
Elma Sant'ana: -
Conforme o que está escrito, quando foram atacados o general fugiu de ceroulas, batendo com a bainha nas
suas indecentes roupas.
Elma Sant'ana: - Depois, então, ficam esses 300
prisioneiros, sendo que Duarte e Maria Francisca, sua mulher, são encontrados e
também feitos prisioneiros. Quando Moringue toma conhecimento de que se trata
do cirurgião de Canabarro, decide soltá-la, para que vá cuidar dos seus
feridos.
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA Painel sobre a Revolução Farroupilha
Assunto: Historiografia da guerra farrapa Porto Alegre - 15-09-2008 32 Duarte.
Depois Da Guerra
2ª- Na verdade, depois
da guerra, passou-se mais 50 anos sem se saber de Maria Francisca Duarte, até
sua morte. Então, em 04 de outubro de 1894, quando o jornal de Taquari noticia
seu falecimento aos 81 anos. Segundo A Historiadora Helma
S'antana; assim como na guerra, continuou com seu marido Duarte medicando
e cuidando de feridos e doentes.
Elma Sant'ana - "O casal não teve filhos,
e as pessoas ignoram que, junto com o marido, ela cuidou muito dos
feridos".
Elma Sant'ana - "Quando ela morreu, teve
esse obtuário enviado para o escritor (ininteligível). José Maciel Júnior,
na página 2 de uma das edições do jornal O Taquariense, fala dessa carta".
Elma Sant'ana - "O falecimento de Maria Francisca foi
registrado no jornal de Taquari".
..."com suavíssima agonia, que só os limpos de coração na hora
extrema do passamento, adormeceu no seio do Senhor em 4 de outubro –, tendo em
vista que se tratava de uma pessoa extremamente importante para a
comunidade".
Elma Sant'ana - "Ela foi
caridosa e cuidou de velhos e crianças. Quando morreu, colocaram, em seu
túmulo, a inscrição: Passou fazendo o bem. Ela Passou uma vida cuidando
destas pessoas na comunidade. e foi bastante estimada".
Elma Sant'ana -"Maria Francisca Duarte faleceu em 4 de outubro
de 1894, aos 81 ano. Existe esse documento enviado por um professor de
bastante renome".
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA Painel sobre a Revolução Farroupilha
Assunto: Historiografia da guerra farrapa Porto Alegre - 15-09-2008 32 Duarte
Notas Do Autor
3ª)- O Capitulo XI ( Noite Das Lobas ), é Feito Inteiramente em
homenagem a os Povos Indígenas que colaboraram com a guerra dos Farrapos.
Segundo alguns historiadores, a maioria dos guerreiros indígenas levavam suas
mulheres para a guerra e, entre eles, o sexo era encarado como coisa muito
natural: Como comer quando tem fome, como beber quando tem sede. E Não havia
muito problema quando o guerreiro voltasse a sua tenda, e sua mulher estivesse
fazendo sexo com um amigo seu...! O máximo que ocorria, quando a coisa estava
demais, precisamente era alguma coisa do tipo: -
“Pô, tô afim de entrar descansar, fazer amor contigo, e este Guapo não
desgruda!!! Manda ele ver se tu não está lá atrás da linha do horizonte”!!! E
Alinha Do Horizonte no Pampa é longe!
.
Nota Final Do
Autor: - É Provável que, não tenha acontecido nada de mais entre
Francisca e o comandante. É possível que ela tenha sido convocada a entrar
algumas vezes na barraca de Canabarro - que deveria ser portentosa e espaçosa
por ele ser o Supremo oficial - para tratar à ordem do dia, ou coisa parecida.
O que bastou para um mundo vitoriano cheio de preconceitos e
mesquinharias desabar sobre ela. Se o sexo aconteceu na ausência do
médico seu marido, é provável que o dilema não tenha sido muito diferente do
que aqui é escrito. Pois muitos testemunhos acusam a paixão de Canabarro por
Maria Francisca, e alguns chegam a dizer que, se não fosse a atenção exagerada
que Canabarro dispensava a ela, o massacre não teria acontecido. Historiadores
e comentaristas posteriores a guerra (que não estiveram presente), dizem que o
romance foi uma desculpa de Canabarristas para mascarar a traição!
No Ápice da revolução, ou
guerra (segundo a visão de cada autor),
haviam centenas de mulheres acompanhando as tropas. Era um mundo errante,
com sua cultura própria, com muitos casais, com suas
festas comemorativas às vitórias, com muitas mulheres, etnias diferentes que os
oficiais separavam ao acampar, mas que se relacionavam em profusão com jogos, treinamentos para confrontos, músicas,
comercio de sexo, saques ao inimigo e tudo mais e, que nos dois últimos anos
vivia sob tensão máxima acossados por Imperiais por todos os lados.
...!!!
Fim,
23/03/2022
, * Notas Do Autor II: - Barão De
Caxias - Veio com a missão de implantar semeadores de discórdia e espiões entre
o exercito farroupilha e acabar com a guerra a qualquer custo.
Para este sujeito que, escravos negros não passavam de animais de carga,
não é difícil imaginar ele usando os desejos de paz de Canabarro e Lucas de
oliveira, e por conta disso, exigir desarmamento como prova de fidelidade a o
plano para o tratado.
Isto, para pega-los despreparados e extinguir os lanceiros negros que,
para o Império escravocrata, a condição de liberdade destes escravos, imposta
pelos Farrapos, era o único empecilho para paz porque lhes impunha medo
de uma rebelião geral.
No entanto, entre Caxias e Canabarro – desde uma carta de guerra
“secreta” - que estranhamente vagueou de mãos em mãos - ao
desarmamento dos farrapos, tudo é suspeito.
* Notas Do Autor: - É Preciso Lembrar que, assim
como Canabarro ansiava pela grandiosidade de um tratado de paz entre a
federação e a república (a qual para o Barão nunca existiu), legitimando com
isso, a existência da Republica Rio-grandense - pelo menos por quase uma década
- e claro, pela glória de assiná-lo - o Barão por sua vez como
imperialista, ansiava por maiores poderes e graduações hierárquicas:
(Brigadeiro logo após a vitória contra as revoltas liberais em São Paulo), postos
políticos (Senador e Governador de Província logo após a vitória contra os
Farrapos), títulos nobiliárquicos maiores junto ao Rei, como
no caso, Barão (logo após suas primeiras vitórias no Nordeste), Conde, Marquês
e Duque, (que finalmente conquistou logo após a Vitória contra o
Paraguai).
Se aceitasse assinar a liberdade dos lanceiros, não sairia
tão vitorioso assim do Rio Grande, coisa que era contra seus interesses
pessoais de prestígio junto a Corte. Quem Conhece como historiador, a
ambição humana, de gente escravagista e de cunho totalitarista monárquico,
acostumados ao glamour na corte recebendo títulos junto a família real, sabe
que, com o Barão, não seria diferente.
Com Canabarro, há
acusações de incapacidades em algumas batalhas, além
da incógnita carta falsa e ao mesmo tempo verdadeira; ficam
acusações que: gostava de dinheiro, gosto que levantou suspeita de
vendilhão e, a suspeita de conivência com o Barão na mentira que a paz
tinha chegado, para pegar os farrapos desprevenidos e desferir o Massacre
de Porongos e, ter impedido o General Da Silveira de socorrer os Lanceiros
em Porongos, e o mais grave: ter enviado os sobreviventes Lanceiros Negros a
uma missão
altamente temerária onde a tropa acabou por ser extinta completamente pelos
imperiais. Sua Missão na República, estava longe de ser republicana e
abolicionista; era escravista e imperialista e mantinha a guerra com interesses
pecuniários, e claro, exibir resistência em busca de um final , pelo menos de
igual para igual, porque do contrário, os lideres sofreriam pena capital, como
aconteceu
com todas as rebeliões naquela época do Brasil Império. Realmente, houve
um final honroso, tanto que, foram anistiados
e (o império não os perdoariam e, os levariam à forca, ou ao fuzilamento como fez com todas as lideres
de rebeliões da época), o império
acabou no final ressarcindo os gastos e dívidas de guerra da elite farroupilha
e os integrou ao exercito imperial, mantendo suas patentes: o que não foi o
bastante para livrá-lo da acusação de traidor.
25/06/2020 - Eldorado - RS
E-mail Do LerioIvkussler@gmail.com
Meu E-mail:
Otacilio.meirelles@gmail.com
Músicas clássicas para estudar, trabalhar, ler, descontrair e relaxar!
https://www.youtube.com/watch?v=ot2hqe_iYkQ
The Best of Mozart
https://www.youtube.com/watch?v=Rb0UmrCXxVA
Notas III
É preciso que se diga que, o (E) em começo de verso, o qual é abominado
por alguns poetas, aqui se faz uso com naturalidade. isto porque, é
imprescindível em dados momentos, como ênfase, e entendimento do que está sendo
proposto, ou se passando. Exemplo: o caso da ligação da quadra 20 com a 21 do
Pre Poema (Taquarí 1829). Sem o (E), não se sabe se é o soldado, ou a menina
quem “Vai Pra Casa A Pensar”. poderia Ter Usado (Volta Pra Casa A pensar) Ou
(Segue Pra Casa A Pensar), Ou, (Retorna À Casa A Pensar), Ou, (
Regressa À Casa A Pensar), Foge, Corre, Anda, Voa, Plana..., para mascarar o
(E), mas senti que perde a força expressiva em muitos casos!!! Não troco a
possibilidade de garimpar psicologia, e pinturas descritivas e suas
temperaturas sugestivas, por exibições de malabarismos com as palavras em
cumprimento rígido à forma, a não ser que, o malabarismo seja a derradeira
instância necessária para descrever o objetivo poético quando, onde, e como se
deseja. Do contrário minha fidelidade estará sempre com o conteúdo em busca do
alcance da estética desejada.